CRÍTICA: ‘Anno 117: Pax Romana’ eleva a franquia ao seu auge

    Antes mesmo de pertencer à Ubisoft, a franquia Anno surpreendia por como nos mostrava o que se propunha a fazer. Graças às limitações gráficas e de gameplay cumpria o que se propunha de maneira rica, porém, limitada. ‘Anno 1602: Creative of a New World‘ nos lançava à época das grandes navegações, e havia sido o título ambientado mais ao passado desde então. Fui surpreendido pela Ubisoft ao receber o convite para analisar Anno 117: Pax Romana.

    Não por não entender muito as dinâmicas por trás, do gênero, mas pela frustrações que city builders e games rts costumam me trazer. De modo que estes tenham me tirado muito da imersão.

    Em Anno 117, tive algumas sensações parecidas em uma das minhas runs, apenas para entender melhor como as dinâmicas do game se davam. E acho que isso faz parte do ciclo de gameplay. Jogar e repetir apenas para dar ao nosso “Império” a glória que ele merece.

    A Ubisoft acerta ao nos inserir no contexto da Roma. Optando por diversos conceitos já conhecidos, mas adentrando nas minúcias de uma sociedade bem diferente da nossa, o game nos força a compreender como essa sociedade funciona.

    Anno 117

    Com dois modos muito bem definidos, Anno 117: Pax Romana nos permite escolher entre o modo história e o sandbox. O primeiro modo muito me chama atenção, mais por enfrentarmos a realidade e o impacto das nossas ações na sociedade que estamos prestes a criar. No controle da cidade Juliana, é possível escolher entre os dois irmãos — com histórias bem diferentes.

    Anno 117: Pax Romana será lançado para PC, PlayStation 5, Xbox Series X/S no dia 13 de novembro de 2025.

    Talvez, daqui em diante, eu aborde mais sobre o modo história do que o modo sandbox.

    Irmãos, diferentes backgrounds e rumo da história

    Anno 117

    A Ubisoft Mainz desenvolveu o jogo que nos coloca no controle dos irmãos Marcia Tertia ou Marcus Naukratius, o game nos oferece um background e história bem diferentes. Desde uma jovem prometida a um governador, filho do Imperador. Até o irmão, um homem sentenciado pelo seu próprio pai a viver como um servo — ou apenas trabalhar.

    Anno 117: Pax Romana surpreende os jogadores por como envereda sua história, mas também pelos caminhos narrativos e de gameplay. Os diferentes backgrounds tem um impacto na jornada tanto de Marcia, como de Marcus. Ambas as jornadas nos colocam no controle da recém-criada Juliana. Vindos do Egito, cada irmão possui uma jornada distinta. Marcia cuida da cidade e das finanças sem nunca ter visto seu futuro marido, e Marcus precisa ter um choque de realidade e mudar de vida, fazendo a cidade de Juliana crescer.

    Anno 117

    Durante suas jornadas, os dois recebem a missão de reconstruir a cidade. Mas é o Imperador quem lhes confia a missão. O nosso primeiro ajudante em Juliana é o escravizado Ben-Baalion, um homem sábio que nos auxiliará na jornada desde os primeiros minutos.

    Com clássicos elementos da fundação da cidade, Anno 117 possui alguns detalhes interessantes. Desde como de qual forma lidaremos com a situação dos escravizados — algo presente na Roma Antiga e até bem depois —, bem como a dinâmica de como Marcia precisa se provar valorosa em um mundo governado por homens. Sendo questionada o tempo todo por suas ações e tendo missões opcionais de acordo com a personagem, o game faz todas as dinâmicas serem ricas.

    Paixão por algo, após enorme frustração

    Anno 117

    Ouso dizer ainda, que alguns dos elementos que me fizeram sentir incomodados, são agora, os mesmos que me fizeram sentir vontade de jogar o jogo sem parar.

    A riqueza de detalhes e dinâmicas, fazem de Anno 117: Pax Romana um dos pontos mais altos da franquia. Belezas referentes às mecânicas muito particulares, assim como os múltiplos passos para o sucesso da jornada ainda é algo que me deixam encucado.

    A criação de templos e grammaticus favorecem bastante nossa progressão e nos auxiliam. Os templos nos permitem escolher os deuses patronos, que proporcionam diferentes buffs. Céres, Netuno, Marte e outros, nos guiam em caminho do reino que queremos nos tornar. Céres nos dá buff em colheitas e produção de itens que ocasionam nas melhorias das habitações, Netuno nos dá um buff relacionado à embarcações e pesca, já Marte, nos favorece em combate e no controle/progressão de tropas de defesa e ataque.

    O Grammaticus, citado anteriormente, nos proporciona a possibilidade de realizar pesquisas que só nos farão avançar. Desde pesquisas avançadas, que nos possibilitam melhorar os quartéis, os depósitos ou até mesmo os muros e as ruas da cidade, Anno 117 faz esta ser a jornada mais profunda dos games até hoje. Relembrando aos jogadores fatos interessantes de criações e costumes romanos, como o uso de roupas feitas de cânhamo, ou a criação de rodovias, aquedutos e afins, o game surpreende e mostra o imenso trabalho de pesquisa feito.

    Jornada, eventos randômicos e criação de um sentido de “povo”

    Revelando até mesmo embates entre os celtas e os romanos, o game nos oferece a opção de escolher de qual lado ficar. Atingindo marcos referentes a seguidores, habitantes e afins, a cidade pode prosperar. Nos rebelando contra o Império ou não, depende de nós escolher como guiaremos nossa jornada. Ao lado de Ben-Baalion, seja com Marcia ou Marcus, cada personagem encontrará um desafio muito pessoal. Seja o motivo de se provar como uma mulher regente em meio à tantos homens, ou como o jovem que precisa superar suas próprias dúvidas e ascender como o regente apontado pelo Imperador.

    Com quicktime events, como ataques, festivais e celebrações, a ilha precisa estar pronta para qualquer problema que surgir. Mesmo que o problema sejam os próprios habitantes da ilha — que ocasionalmente causam incêndios sem querer — que podem vir a se rebelar, ou causar problemas maiores.

    Anno 117 surpreende por como conta a sua história, mas ainda mais pela maneira como desenvolve seu jogo. É quase palpável perceber o efeito direto de nossas ações, causa e consequências se manifestam diante de nós. A forma como cuidamos de nossas cidades, transformando-as de um simples descampado em uma vila rural e, por fim, em uma metrópole romana como as conhecemos e idealizamos, é tão envolvente quanto gratificante.

    Por meio de costumes, ou pela interação com os habitantes daquele lugar, nosso personagem, a/o regente nomeado pelo Imperador, ambos precisarão prosperar mesmo quando tudo se puser contra eles e o sucesso da ilha e de seu povo. Sendo deixados de certa forma à própria sorte, Marcia ou Marcus precisam escolher por qual caminho guiarão sua própria ilha, escolhendo para si e seu povo o que é de fato ser romano.

    Nossa nota

    Confira o trailer do game:

    Acompanhe as lives do Feededigno no Youtube.

    Estamos na Youtube transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

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