CRÍTICA – ‘Days Gone Remastered’ é uma carta de amor a um jogo injustiçado

    Alguns dias se foram desde o lançamento de Days Gone, jogo desenvolvido pela Bend Studio e publicado pela Sony Interactive em 2019 para Playstation 4 e uma versão para computadores dois anos após o lançamento. Em 25 de abril de 2025 chega para as mesmas plataformas a sua versão remasterizada disponível nas lojas virtuais Playstation Store, Steam, Epic Games Store e para os jogadores que possuem a versão anterior é possível realizar um upgrade para ter acesso.

    A história de Days Gone é sobre Deacon St. John, um fora da lei membro de um clube de motoqueiros que sobrevive aos primeiros dias de uma pandemia que criou zumbis chamados de Frenéticos, espalhando caos por todo o lugar e o separou da sua esposa Sarah. Dois anos se passaram e ao lado do seu amigo Boozer, o agora motoqueiro errante se prepara para rodar para uma região distante do Oregon, mas uma pequena fagulha de esperança e algumas adversidades o fazem postergar a viagem.

    Naturalmente sempre me questiono a respeito da necessidade de uma versão remasterizada de um jogo que não tem muito tempo, afinal seis anos a nível de recorte histórico não é uma passagem tão longa. Entretanto, em alguns casos, acaba se tornando uma diferença muito evidente, Days Gone se tornou parte dessa amostra e o primeiro elemento que salta aos olhos é a sua evolução tecnológica quando adaptado na geração mais atual de plataformas.

    Days Gone

    Cores mais vívidas, iluminação, até mesmo a sua ausência chamam a atenção positivamente quando estamos nos primeiros momentos da experiência e este primeiro impacto brilha aos olhos podendo ser algo totalmente novo quando estamos revisitando este universo que tinha tanto potencial.

    O trabalho de remasterização não se limitou apenas a direcionar o seu foco para a estética, mas com um design de aúdio melhorado e isso acrescenta uma nova camada de imersão para a jogabilidade. Neste quesito é sempre importante ressaltar a trilha sonora composta e desenvolvida para diversos momentos de Days Gone que possui uma narrativa tão interessante.

    Em relação a adaptação para o controle dualsense, são mais responsivos e isso acaba impactando nas mudanças climáticas como os dias chuvosos com trovões, pilotando a moto em um terreno sinuoso, em um combate com alguma das facções do mundo ou até mesmo encarando frenéticos individualmente, pequenos grupos ou em uma onda que às vezes perde a vista de tantos infectados.

    Days Gone

    Como todo bom remaster é necessário que contenha alguma atração além do lançamento inicial e neste caso a existência do modo Ataque da Horda, um arcade que vai testar suas habilidades como jogador para sobreviver o maior número de ondas possível.

    Neste modo com os cenários Cascade, Belknap, Lago Lost e Lago Crater que são liberados a cada meta de pontuação batida neles a diversão é sobreviver pelo maior tempo possível. O que acredito que o torna interessante é a utilização de toda a região, que a cada marco de pontuação temos o acesso a uma caixa de suprimento, porém não dependemos apenas delas porque encontramos materiais ao longo do cenário e lidar com a horda enquanto abastece, cura seus ferimentos e ainda se livra de um desgarrado no caminho é o grande desafio enquanto a dificuldade cresce exponencialmente.

    Além deste crescimento natural é possível acrescentar mais desafio com a utilização dos injetores, elemento do modo história que oferece melhorias. Neste modo ele oferece isso, porém também pode ser utilizado para ampliar a dificuldade individualmente o que acaba implicando na jogabilidade como um todo.

    Days Gone

    Outras novidades foram inseridas na experiência do modo história como o modo speed run cujo o fundamento é realizar toda a campanha no menor tempo possível, algo que para muitos jogadores é um desafio muito importante. A segunda novidade é completar Days Gone no modo de morte permanente, que consiste em realizar este feito sem deixar que Deacon morra, caso contrário todo avanço é perdido sendo necessário recomeçar, o que particularmente foi mais atraente e foi o modo que decidi utilizar para revisitar a história do jogo.

    Seria impossível não falar de como Days Gone como um todo é uma experiência tão imersiva quando analisamos a sua combinação entre história, ambientação e uma jogabilidade de sobrevivência. Sendo necessário cuidar não apenas de si mesmo, seus amigos como de sua moto que, mesmo existindo alguns pontos de viagem rápida, é a melhor forma de andar por um mapa com uma extensão territorial que é tão ampla representado uma região do Oregon em um universo pós apocalíptico.

    A ideia de criar um mundo consumido por uma horda de zumbis combinado com uma narrativa ao melhor estilo Sons of Anarchy é muito interessante, não se limitando apenas a ser um motoqueiro tentando sobreviver com o seu melhor amigo enquanto tenta lidar com a despedida da sua falecida esposa, existindo outras nuances quando aborda outros temas que acabam circulando a narrativa principal.

    Caso você não tenha jogado e queira saber de uma forma mais profunda sobre os detalhes deste jogo temos uma crítica do período de lançamento (clicando aqui), inclusive concordo plenamente com a análise realizada na época. Mas garanto que para um novato que está conhecendo este universo com certeza irá se afeiçoar muito rapidamente a dupla Deacon e Boozer e como a sua amizade é impactante, mesmo depois que o mundo acabou e tudo que sobrou foi contar os dias que se foram.

    Acredito que a versão remasterizada de Days Gone pode atrair muitos jogadores novos, mas vai agradar jogadores que já conhecem esta experiência, podendo apreciar as melhorias estéticas, a novidade extra game que é muito interessante e se desafiar a revisitar este mundo de forma que ainda não era possível.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

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