CRÍTICA – Ghost of Tsushima (2020, Sucker Punch)

    Nos últimos anos diversos jogos com a temática de samurai (Nioh, Sekiro, Onimusha e Samurai Shodown) vêm ressurgindo para alegria dos fãs que estavam órfãs desse gênero. Gênero esse que teve uma boa safra no PlayStation 2. Inclusive, um clássico do PS2 como Onimusha Warlords retornou para plataforma do PlayStation 4; alguns até ganharam até o GOTY de 2019, como Sekiro: Shadow Die Twice, e agora temos Ghost of Tsushima.

    Entre todos os mencionados da indústria, nunca tivemos um jogo de samurai de mundo aberto que realmente captasse toda a essência desse período histórico da Era dos Samurais com o devido grau de detalhes e um contexto histórica absurdo.

    Com isso em mente, lhes trago Ghost of Tsushima um game que é uma carta de amor da desenvolvedora Sucker Punch a esse período que foi tão importante para a história do Japão.

    Ghost of Tsushima é um jogo desenvolvido pela Sucker Punch (Infamous e Sly Cooper) e publicado pela Sony, sendo o mais recente exclusivo para o PlayStation 4.

    PARECE PRODUZIDO DO JAPÃO, MAS NÃO É

    Ghost of Tsushima

    Esse é o primeiro jogo de mundo aberto da desenvolvedora norte-americana. O inusitado é que esse jogo poderia muito bem ser feito por desenvolvedores japoneses, assim como o próprio diretor executivo Toshihiro Nagoshi da série Yakuza citou:

    “Venceram-nos. Penso que é um jogo que devia mesmo ter sido feito por pessoas japonesas, mas ouvi que eles fizeram um trabalho monstruoso para recolher dados e tudo isso. Também existe o Modo Kurosawa, demonstrando como tentaram perseguir uma sensação artística cinematográfica para o jogo no geral. É o tipo de trabalho, feito por pessoas não japonesas, que nos faz sentir que eles são ainda mais japoneses do que nós.”

    UMA TEMPESTADE SE APROXIMA

    Ghost of Tsushima

    “O ano é 1274. Os guerreiros samurais são os lendários defensores do Japão – até que o temível Império Mongol invade a ilha de Tsushima, causando estragos e conquistando a população local. Como um dos últimos samurais sobrevivente, você se levanta das cinzas para lutar. Mas, táticas honrosas não o levarão à vitória. Você deve ir além de suas tradições de samurai para forjar uma nova forma de luta – o caminho do Fantasma – enquanto você trava uma guerra não convencional pela liberdade do Japão.”

    ANÁLISE

    Ghost of Tsushima reúne tudo o que há de melhor em jogos de mundo aberto como por exemplo The Witcher 3, Horizon Zero Dawn e BOTW. O game apresenta um mapa vasto e rico em detalhes, além de uma ambientação do Japão feudal que é perfeita e bate muito bem com o contexto histórico.

    O game é repleto de missões a serem realizadas, sendo elas, missões da história principal e side quests – que particularmente, achei como o ponto mais fraco do jogo.

    Vale mencionar que ambos os tipos de missões que o game oferece conforme a sua progressão tem bastante semelhança com os primeiros games da série Assassin’s Creed.

    Ghost of Tsushima

    As missões variam de stealth a conquistas de territórios invadidos pelos mongóis, por isso recomendo que fique alternando entres as missões da história principal e missões secundárias. Do contrário terá experiência extremamente repetitiva o que pode te deixar exausto.

    Confesso que fiquei bastante frustrado com as missões secundárias por não serem tão elaboradas, como em The Witcher 3 (quem jogou TW3 sabe o como as side quests tem o mesmo nível de qualidade das missões principais), por mais que as missões tenham sido fracas não diminuiu a ótima experiência que tive durante todo o jogo. Contudo, essas missões secundárias são cruciais para o desenvolver do seu personagem.

    Conforme você explora o mundo de Ghost of Tsushima serão encontrados recursos que se divididem em 4 categorias: madeira, metal, tecido e produtos. Que será necessário saber quais itens nessa categoria funcionará para melhorar o conjunto de equipamentos.

    Ghost of Tsushima

    O tempo de loading de Ghost of Tsushima é incrivelmente satisfatório para um jogo de mundo aberto que levam cerca de 8 a 10 segundos para carregar. O que deixa o jogador mais imerso durante a jogatina. Fiquei bastante satisfeito, pois outros jogos de mundo aberto dessa geração não apresentam um loading tão rápido.

    JOGABILIDADE

    A jogabilidade do game é ágil e fluida junto ao combate que é um espetáculo. Contundo, na hora de você põe sua katana em ação contra os mongóis, temos a ausência da trava na mira, o famoso “lock on”, diante dos inimigos.

    Essa ausência de trava na mira foi justificada pelo diretor do game, Nate Fox, em uma entrevista ao GameSpot:

    “A ideia é que os principais inimigos do jogo, os mongóis, te enfrentassem como uma espécie de matilha de lobos. Ou seja, eles vão te cercar, e você precisará se livrar usando suas habilidades, ainda que venham de todos os lados. Se esse mecanismo de trava tivesse sido incluído, não seria possível se movimentar tão rapidamente nas lutas. É algo parecido como uma dança, que precisa ser fluída, se movendo pelo espaço.”

    Por isso, seja rápido na hora de esquivar quando um grupo de mongóis se reunirem para confrontá-lo, pois um erro na esquiva pode levá-lo à grandes danos ou a morte.

    Apesar da ausência da trava na mira, o combate é um espetáculo digno de cinema, como se tivesse saído de algum filme do diretor Akira Kurosawa. Além disso o modo foto permite deixar o game ainda mais com aspecto dos filmes do lendário diretor.

    Detalhe: a empresa teve aprovação dos responsáveis pelo legado do diretor, que faleceu em 1998, para utilizar esse modo.

    Assim como em Sekiro e Nioh o game apresenta a postura de luta do samurai (postura do vento, postura da água, postura da lua, postura da pedra) e cada inimigo é vulnerável a uma determinada posição de ataque, portanto mudar de postura é essencial para sobreviver.

    O game apresenta um vasto arsenal de armas e munição como katana, tantô, kunai, arco e flecha, zarabatana, bomba aderente e bomba de fumaça.

    VEREDITO

    A minha experiência com Ghost of Tsushima foi incrível, por mais que tenha pequenos problemas, em momento algum me tirou as 50 horas de diversão que o jogo proporcionou em uma aventura épica.

    Apesar do personagem principal, Jin Sakai, não ter me cativado no início do jogo, contudo, conforme avançava na história fui conhecendo suas motivações nobres e passei a me importar com ele (achei muito legal a dublagem japonesa, pois o dublador Kazuya Nakai é o mesmo do Zoro de One Piece).

    Ghost of Tsushima é um jogão e tenho certeza que vai agradar tanto aos fãs da cultura oriental, quanto aos fãs da série Assassin’s Creed. Sem falar, que certamente o game é o mais lindo dessa geração, seus gráficos vão te deixar impressionado com nível de qualidade e detalhes. Contudo, as expressões faciais, a meu ver, foram apenas ok (depois de ter jogado The Last of Us Parte 2 fica difícil encontrar outro game para bater de frente).

    Nossa nota

    Confira o trailer do game:

    Você já teve a oportunidade de jogar Ghost of Tsushima? Se sim, deixe seus comentários e sua avaliação abaixo. Se não teve oportunidade de jogar, confira nossas gameplays!


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