Em 2020 Ghost of Tsushima foi lançado sendo um sucesso de crítica, público e conseguindo alguns prêmios, agora cinco anos depois chega a sequência dessa obra dos universo dos games. Ghost of Yōtei chegou no dia 2 de outubro desenvolvido pela Sucker Punch responsável pelo antecessor e publicado pela Sony Interactive sendo lançado momentaneamente como um exclusivo para Playstation 5.
A história deste novo capítulo é ambientada 300 anos após os acontecimentos do capítulo em Tsushima em uma história ambientada no Japão rural do século XVII tendo como protagonista Atsu, uma mercenária solitária, atormentada pelo passado em uma jornada de vingança à caça daqueles que, muitos anos antes, assassinaram a sua família em sua infância.
Da mesma forma que Ghost of Tsushima foi uma experiência maravilhosa acredito que essa nova aventura em Yōtei alcançou o mesmo patamar de satisfação através das melhorias em alguns aspectos, mudanças simples na sua jogabilidade, um mundo amplo que proporciona diversão ao explorá-lo e visuais espetaculares.

Em primeira análise, por incrível que pareça os detalhes do jogo que mais vão chamar à atenção nesse jogo estão conectados a melhora na funcionalidade que temos em administrar a nossa jornada com pequenos cartões divididos na história principal, contos, outras atividades que estão disponíveis no mundo em um visual muito mais limpo, com fácil compreensão das possibilidades e qual caminho deseja seguir na sua progressão de jogo.
Falando nisso, foi muito satisfatório explorar a região de Yōtei e continuar esbarrando com pequenos acontecimentos, seja para proteger um morador, enfrentar um ronin em busca da cabeça de Atsu por uma recompensa e até mesmo a presença de um vendedor ambulante oferecendo cosméticos ou algum suprimento.
Apesar dessa dinâmica de jogo ser conhecida do seu antecessor a possibilidade de encontrar outras figuras itinerantes no mapa acrescentam uma camada de vivacidade que vai ser um incentivo a andar por esse mundo, a pé ou cavalgando, não apenas para buscar uma melhoria de personagem, mas também pela simples curiosidade do que vai estar pelo seu caminho.

Durante essa parte de exploração também temos disponível a possibilidade de estabelecer um acampamento em qualquer setor do mapa com a opção de fazer um pequeno minigame de acender a fogueira utilizando as funcionalidades do controle dual sense.
Enquanto estamos com essa pequena base estabelecida podemos receber a visita de nossos aliados com alguma novidade ou melhoria que estará disponível e habitantes que durante um bom bate papo darão informações sobre Os Seis de Yōtei, alvo principal de Atsu.
Esse aprimoramento na jogabilidade é interessante por ser de grande utilidade quando estamos em uma localidade muito distante para algum objetivo de jogo e queremos fazer uma melhoria naquele exato momento. Com essa opção não precisamos recorrer a viagem rápida e retornar para onde estamos otimizando o tempo da jogatina.

Ainda sobre o deslocamento no mapa foi surpreendente como utilizei tão poucas vezes a viagem rápida e isso se vale por ser tão prazeroso andar por Yōtei e sua linda ambientação digital que foi desenvolvida para essa jornada.
O trabalho no aspecto visual é válido de grande admiração com a concepção de um universo que tem variedade no seu bioma, design de personagens, efeitos sonoros e trilha, elementos climáticos impressionantes como chuva, neve e até o vento enquanto Atsu está a cavalo impressionam fazendo dessa mescla de elementos uma experiência cinematográfica e isso se conecta diretamente, a jogabilidade com os planos de câmera que vão tornar cada combate da protagonista algo digno de um grande filme do gênero chanbara.
Outro detalhe muito interessante relacionado a esse tema é o retorno do modo Kurosawa, um filtro que faz uma homenagem ao diretor de Os Sete Samurais e Ran colocando uma faceta mais clássica na jogabilidade.

Em Yōtei outros dois modos são acrescentados na estética cinematográfica do diretor Takashi Miike, conhecido pelo filme O Teste Decisivo (The Auditon) mudando a estrutura da fotografia do jogo, aumentando a violência e o caos dos combates ao intensificar a quantidade de sangue e lama, aproximar a câmera durante as lutas e criar uma atmosfera mais suja.
O outro modo é inspirado no diretor Shinichirō Watanabe de Cowboy Bebop e sua mais recente produção Lazarus substituindo a trilha sonora por um tema lo-fi, supervisionado pelo próprio cineasta que vai fazer a aventura de Atsu ficar ao melhor estilo Samurai Champloo.
Diferente da nossa jornada com Jin Sakai, com Atsu temos um arsenal mais variado com a Katana que já conhecemos além da possibilidade de uma postura com duas delas, a Odachi uma espada larga com manuseio de duas mãos, Yari que é uma lança e a Kusarigama uma foice com corrente e essas armas vão substituir as posturas de combate que utilizamos no primeiro jogo para vencer os diferentes tipos de inimigos que temos.

Essa mudança me agradou muito porque anteriormente, ainda que precisando fazer algum esforço além, era possível vencer inimigos sem necessariamente mudar a postura, o que resultava em algumas vezes colocar essa mecânica em um segundo plano.
Em Yōtei somos incentivados a ter mais agilidade na manipulação dos comandos para que alternas entre as armas para vencer os nossos adversários como, por exemplo, enfrentar um inimigo comum com uma katana ao mesmo tempo que um lanceiro irá nos atacar sendo necessário alternar para a katana dupla para se ter vantagem sobre esse adversário e derrotá-lo.

Em essência essa mecânica de combate não é diferente do que já conhecíamos da experiência anterior, mas essa melhoria coloca os confrontos com os adversários em um patamar mais desafiador porque não vamos apenas enfrentar o que surgir a nossa frente, mas ter atenção ao que temos em mãos mapeando os nossos arredores para equilibrar a defesa com um ataque que a medida que vamos vencendo sem sofrer dano alcançamos o estado Onryō que funciona como um especial de luta.
A evolução de personagem é muito prática com uma árvore de habilidades muito intuitiva, mas a novidade que me agradou foi a podermos melhorar concomitantemente a protagonista uma Loba que iremos estabelecer um vínculo que será muito importante para os desafios que iremos enfrentar.
O enredo dessa nova história é muito interessante e sem falar sobre as grandes revelações que acontecem ao longo dessa jornada é possível encontrar elementos que são parecidos com a nossa luta por defender Tsushima, com a diferença de ser uma jornada de vingança do que algo com objetivos mais virtuosos como defender o seu lar.

Atsu é uma personagem que é muito ferida pela sua tragédia pessoal que é o fio condutor da história de Ghost of Yōtei e isso ganha um maior simbolismo através da sua relação com a loba, o animal solitário que tem o mesmo inimigo em comum nos levando para uma história que vai ser reflexiva e emocionante.
Ghost of Yōtei é um dos bons jogos do ano, uma excelente sequência para um jogo muito querido e um trabalho muito bem elaborado pela Sucker Punch criando uma experiência imersiva e muito emocionante.
Confira o trailer do game:

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