CRÍTICA – Horizon Forbidden West (2022, Guerrilla Games)

    Horizon Forbidden West é o passo seguinte à eletrizante aventura de Aloy iniciada em Zero Dawn enquanto tenta impedir a corrupção que Hades traz à Terra ao tentar terraformar o planeta mais uma vez.

    O desenvolvimento de Horizon Zero Dawn ocorreu de uma maneira imensamente técnica, repleto de cutscenes nos lançando em meio à um ponto cerca de pouco mais de 1000 anos após seu fim. Quando um sistema de terraformação foi criado, ganhando o nome de Gaia – pouco antes da destruição da Terra – com o intuito de recuperar a vida na Terra após A Praga Faro dar fim à ela.

    Em Horizon Forbidden West, acompanhamos a empreitada de Aloy ao Oeste Proibido na tentativa de encontrar outros backups de Gaia após a Inteligência Artificial se sacrificar ao final do primeiro jogo.

    SINOPSE

    Junte-se à Aloy para desbravar o Oeste Proibido, uma área majestosa e perigosa que esconde novas ameaças misteriosas. Explore terras distantes, enfrente máquinas maiores e mais imponentes, e encontre novas tribos incríveis ao retornar o futuro distante e pós-apocalíptico de Horizon.

    A terra está morrendo! Tempestades implacáveis e uma praga incontrolável devastam o que sobrou da humanidade enquanto máquinas assustadoras vagam por territórios próximos. A vida na Terra segue rumo à outra extinção, e ninguém sabe o porquê.

    Cabe a Aloy descobrir os segredos por trás dessas ameaças e restaurar a ordem e equilíbrio ao mundo. Ao longo do caminho, ela reencontrará velhos amigos, forjará alianças com novas facções e descobrirá o legado do passado antigo enquanto tenta se manter um passo à frente de um novo inimigo.

    ANÁLISE

    Horizon Forbidden West

    Ainda que Horizon Zero Dawn tenha se destacada na época de seu lançamento, Forbidden West foi ainda mais longe quando foi lançado. Ao se aproveitar quase que inteiramente do poder de processamento dos consoles da geração anterior, como do PlayStation 4, as maravilhas que apenas a nova geração proporcionam, nos levam por lugares tão brilhantes quanto na nossa primeira empreitada ao testemunhar os acontecimentos que se desenrolaram quando aprendemos a história do Vão.

    Ao lado de personagens já conhecidos dos jogadores da franquia, como Varl, Erend, Talanah e muitos outros precisamos enfrentar novas ameaças que vão colocar em risco não apenas a mais nova empreitada de Aloy, mas também todo o mundo.

    Enquanto somos lançados no mundo do game, o mapa se expandiu não apenas de maneira horizontal, mas também vertical, sendo possível alcançar algumas das mais altas montanhas e também áreas inundadas do game – e te garanto que recompensas muito valiosas te aguardam -, por meio de seu planador, e suas recém-adquiridas habilidades de montar em máquinas voadoras e também mergulhar em grandes profundidades.

    IMPORTÂNCIA DE HORIZON PARA O CENÁRIO GAMER

    Com um desenvolvimento brilhante e um belo desempenho no PlayStation 4, Horizon Forbidden West se mostra tão imponente como os games que foram produzidos para a geração anterior mas de uma maneira muito mais intensa. Dada a experiência da Guerrilla no primeiro jogo, entendemos que o game faz muito bom proveito da capacidade de processamento e coloca o sarrafo em relação às possibilidades dos próximos games em um outro nível.

    Ainda que Horizon Forbidden West se destaque por sua beleza visual, o que a desenvolvedora é capaz de fazer por meio de seu level design é absurdo. O game se distancia do level design do primeiro game e inova em relação à gameplay que pode nos levar por lugares surpreendentes e magníficos.

    Com lugares de escalas megalomaníacas sendo elas internas e externas, Horizon Forbidden West nos leva a explorar locais completamente destruídos, e testemunhar as mais diferentes formas de interação e infiltração, fazendo uso quase sempre do gancho e do planador.

    A importância do game no cenário atual é mostrar a relevância dos consoles da antiga geração em meio não apenas aos mais recentes lançamentos, mas nos leva a entender que a Guerrilla entende a importância do PlayStation 4 no atual cenário mercadológico.

    JOGABILIDADE

    Ao sermos lançados em meio ao mundo de Horizon, testemunhamos não apenas alguns reaproveitamentos do passado, mas também elementos inteiramente novos. Esses elementos não dependem apenas da nossa Árvore de Habilidades, que agora é verticalizada e nos permite equipar habilidades únicas, referente à cada classe.

    As habilidades únicas estão contidas nas categorias “Impulso de Bravura”, dentre elas, estão as habilidades Bônus de Crítico, Fúria Elemental, Mestre de Ataque à Distância, Fortalecimento, Furtividade Ardilosa, e Quebra-Cabeças. Cada uma dessas habilidades confere à Aloy status únicos por tempo limitado, garantido a ela vantagens em relação tanto à inimigos humanos, quanto máquinas.

    Alguns dos mais belos elementos de jogabilidade de Horizon Forbidden West, vem da interação de Aloy com as pequenas sociedades humanas espalhadas pelo Vão, principalmente os habitantes de Sonora e a relação que eles têm com a Terra em que vivem, assim como com as Máquinas.

    As habilidades de Aloy, assim como a história em que somos inseridos nos levam pelos mais diversos e profundos caminhos não ligados apenas com a forma da personagem ver a história daquele mundo, mas também como ela descobre elementos sobre si própria e dos outros habitantes daquele mundo. As histórias daquele mundo em que estamos inseridos é lindo, e parece estar intimamente ligado à origem da personagem central da trama, assim como a sua forma de agir e a razão dela ter nascido.

    EXPLORAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

    Como citado anteriormente, o mapa de Forbidden West se mostra ligeiramente maior do que o mapa de Horizon Zero Dawn. Com 4 áreas distintas, o que foi feito por meio do level design nos permite testemunhar que as áreas abertas, assim como as fechadas, foram muito mais bem aproveitadas do que o primeiro game. Tenha em mente, que Horizon Zero Dawn ganhou uma expansão pós-lançamento intitulada Frozen Wilds com uma área aberta tão grande quanto o game base, expandindo a jogabilidade e a história daquele mundo.

    As Terras Ermas, o Vão e o Oeste Proibido se mostram extremamente desafiadores para os desatentos e os jogadores que não tem muita familiaridade com aquele mundo. As monstruosidades mecânicas, as subfunções de Gaia e as ameaças humanas, são extremamente perigosas e devem ser encaradas com cuidado, de preferência, com o máximo de furtividade.

    O desenvolvimento da trama nos leva por caminhos surpreendentes enquanto antigos inimigos se tornam aliados e antigos inimigos se perdem. A forma de contar a história do Oeste Proibido e do mundo em que estamos inseridos nos fazem querer não sair daquela trama até descobrir cada um dos detalhes, sejam eles por meio de colecionáveis, ou mesmo em diálogos com personagens secundários. Uma dica que eu trago aqui é: Jamais pule um diálogo de Aloy.

    A forma de Aloy interagir com aquele mundo e a força da personagem podem ser sentidas facilmente em qualquer linha de diálogo – mas não apenas neles, a força de Aloy está na grandeza de sua empreitada e a importância de sua missão -, esse que vos escreve, acredita que o fato de existir uma protagonista feminina com a força de Aloy tenha contribuído para o review bomb que o game recebeu na semana de seu lançamento.

    VEREDITO

    Horizon Forbidden West

    Ainda que a progressão do game se dê de maneira linear, a forma como a história coloca Aloy em nível de paridade com os desafios iniciais, nos deixa tão à vontade com o game, e nos permite ter um arco de aprendizagem bem definido. Com um primeiro arco muito bem desenvolvido, colocando entre nós e os objetivos desafios grandes o suficiente para mover a trama para frente, o segundo ato joga nas nossas caras acontecimentos que escancaram e expandem nossa compreensão de mundo, nos fazendo questionar o que está diante dos nossos olhos.

    Com o controle de Aloy mais bem definido, temos uma maior liberdade para ousar na gameplay, compreendendo melhor os inimigos que enfrentamos assim como a área em que enfrentamos nossos inimigos. Vale lembrar que as armas que empunhamos nos fazem sentir um maior impacto ao atingir um inimigo, e vemos no game também um melhor balanceamento relacionado ao tipo de dano elemental que causamos em nossos inimigos – algo que em Zero Dawn deixava a desejar.

    As novas e gigantescas criaturas mecânicas podem parecer assustadoras à primeira vista, mas uma certeza você pode ter em Forbidden West: Nada e nem ninguém é imbatível.

    Horizon Forbidden West é mais do que um RPG com uma mensagem pessimista do futuro. Horizon Forbidden West é um game sobre a importância das relações humanas e seus vínculos. Aloy é muito mais do que a nossa forma de viver e aprender sobre o mundo em que estamos inseridos. Aloy é a força motriz que é capaz de fazer toda e qualquer coisa para evitar que a destruição se repita mais uma vez. Sua força nos faz ver as relações das formas mais sinceras e decidir como a personagem agirá por meio das opções disponíveis de respostas.

    Horizon Forbidden West é de um dos maiores refinamentos narrativos, gráficos e de gameplays produzido pela indústria de games dos últimos anos. O game é um marco para a Guerrilla e um dos maiores games exclusivos da Sony de todos os tempos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Horizon Forbidden West foi lançado no dia 18 de Fevereiro para PlayStation 4 e PlayStation 5.

    Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch

    Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

    Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.

    Artigos relacionados

    CRÍTICA: ‘Sker Ritual’ combina terror com muita ação

    Sker Ritual é um fps de terror repleto de ação. O game é o sucessor espiritual do game do mesmo estúdio Maid of Sker.

    EU CURTO JOGO VÉIO #8 | ‘The Darkness’ era uma escapada da rotina dos FPS

    The Darkness é um jogo FPS desenvolvido pela Starbreeze e publicado pela 2K, lançado em 2007 para PlayStation 3 e Xbox 360.

    Indie World: Confira todos os anúncios da conferência da Nintendo

    A Indie World chegou rapidinho e trouxe incríveis anúncios. O evento anunciou indies que chegarão ao Switch durante todo o ano.

    CRÍTICA: ‘Harold Halibut’ é aventura sci-fi stop-motion com narrativa profunda e envolvente

    Harold Halibut é uma aventura única. Em uma viagem ao desconhecido, somos lançados na história de Harold à bordo da Fedora, uma nave submersa.