CRÍTICA – Mass Effect: Legendary Edition (2021, BioWare)

    Após muito tempo de segredos e especulações, tivemos em Novembro de 2020 o primeiro teaser trailer que indicava o relançamento de uma das trilogias mais adoradas pelos fãs de sci-fi, Mass Effect. A Mass Effect: Legendary Edition foi lançada no dia 14 de Maio de 2021, e conta com o remaster dos três games principais da franquia.

    SINOPSE

    A franquia Mass Effect gira em torno de Shepard. Um (a) Comandante Shepard, cujo gênero, aparência, habilidades e histórico de pré-serviço são todos personalizáveis ​​e têm impactos na história. No meu save, uma humana recém-nomeada “Spectre” para uma importante missão. O desenrolar da trilogia leva Shepard por lugares surpreendentes, enquanto mostra que mesmo uma ameaça antiga, pode vir a assolar toda a galáxia mais uma vez, ainda que seja a cada 50.000 anos.

    ANÁLISE

    Mass Effect

    Alguns dos elementos que mais me cativaram ao me deparar com Mass Effect é notar que em 2007, o ano em que foi lançado, um RPG do tamanho de Mass Effect possuía um sistema tão complexo de classes, árvores de habilidades e o sistema “choices matter“.

    Diferentes aspectos da lore do game, como a característica nave de Shepard, a Normandy e as mais diversas raças de seres alienígenas como os Asari, os Turianos, os Salarianos e muitos outros, representam um grande trabalho por trás de tudo que a BioWare fez. Ao estabelecer a Cidadela, um enorme entreposto que é o quartel-general da aliança de planetas – que nos remete muito à uma federação da franquia Star Trek -, o game nos mostra que as mais diversas raças da galáxia podem viver em harmonia, mesmo sem concordar muito com o que uma raça ou outra pode representar.

    Como disse anteriormente, por ser o meu primeiro contato com a franquia, me surpreendi positivamente com diversos aspectos dos games. Mas acredito que algumas coisas poderiam ter sido melhores para tornar o game mais acessível a um público maior não só no Brasil, mas no mundo todo. O pouco suporte a idiomas (na versão de console) causa uma limitação imensa, mostrando que a BioWare talvez não tenha se dedicado tanto ao remaster como deveria. Esse fator nos remete rapidamente a como os games eram quando foram originalmente lançados no longínquo ano de 2007.

    Os mcguffins presentes em Mass Effect 1, se fazem presentes até mesmo no terceiro game da trilogia, quando nos deparamos com o verdadeiro inimigo que assola a galáxia por diversos ciclos de novo e de novo.

    A Mass Effect: Legendary Edition é verdadeira uma ode ao que a BioWare começou a produzir em 2007 e encerrou em 2012 – e eu acredito que podemos culpar a desenvolvedora por tornar quase todos os games sci-fis lançados desde então, irrelevantes se comparados à franquia Mass Effect.

    A profunda e antiga lore apresentada nos primeiros minutos do game, como as criações dos Protheans – a própria Cidadela e os Mass Relays, artefatos antigos que dão o poder necessário para que as naves possam viajar em hiperespaço – são definitivamente alguns dos pontos mais altos dos games.

    VEREDITO

    Se você é um aficionado por sci-fi como esse que vos escreve, verá que muito de Mass Effect foi retirado de grandes séries dos anos 70, 80 e 90. Star Trek parece ser a principal, mas a franquia da BioWare não para aí. Fazendo referência à Aliens – O Resgate, Star Wars V: O Império Contra-Ataca e até mesmo à Battlestar Galactica sem datar a franquia.

    O sistema de escolhas do game, nos mostra que muitas linhas de diálogo presentes em Mass Effect tem diferentes desenrolar não apenas para o game que você está jogando atualmente, mas também para o seguinte. Escolhas feitas em Mass Effect 2, terão alguma repercussão no 3º game, influenciando diretamente o fluxo da história e até mesmo da batalha final.

    Sim, o seu save de Mass Effect 2, influenciará o seu final em Mass Effect 3, mas não para por aí.

    Elementos de roteiro da franquia, ao nos apresentar diversas raças alienígenas nos fazem entender que no cerne, todos os seres desenvolvidos de consciência da galáxia são parecidos em alguns aspectos.

    Então seus interesses, seus conflitos, suas disputas podem ser mais humanas do que você poderia imaginar anteriormente – apesar de extremamente avançados, cientificamente falando, eles podem ser tão retrógrados quanto dois macacos que lutam com um pedaço de osso em punho.

    Mass Effect
    Imagem comparativa entre o game original e o remaster na Legendary Edition.

    O redesign da Shepard é relevante e torna o design da personagem mais parecido com a personagem do 3º game da franquia, só que em Mass Effect: Legendary Edition, isso ocorre desde o primeiro game. A correção de luzes e correção de bugs, como o saving que não era lido em algumas decisões de Mass Effect 1 foram solucionados. Mas como citado acima, o que poderia tornar o game mais envolvente ainda seria uma localização PT-BR – fugindo dos tradicionais idiomas Inglês, Espanhol e Francês – trazendo um maior apelo e relevância ao game nos dias de hoje.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Mass Effect Legendary Edition está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S/X e PC.

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