Resident Evil Village é um dos lançamentos mais aguardados do ano. Grande parte da devoção dos fãs da franquia vem do fato do game ter sempre se reinventado a cada nova edição.
Por contar com uma vasta galeria de personagens, que sempre tiveram em seu cerne elementos altruístas, o jogo desperta até nas pessoas mais amorais um sentimento de justiça, além de gerar uma curiosidade pelo gore que a franquia fez questão de tornar cada vez mais visível na última década.
Com 25 anos de existência recém completados, o novo jogo da Capcom nos leva a uma jornada na vida de Ethan Winters, o personagem recém chegado à franquia. Após suas desventuras na Louisiana com a terrível e assoladora infecção chamada de Mofo, sua viagem abrupta ao Leste Europeu nos levará por caminhos que ficarão para sempre gravados nas nossas mentes.
Como fã de Resident Evil por pelo menos 20 anos, as mais diversas e familiares emoções surgiram enquanto eu testemunhava o desenrolar da pacata fuga que agora é a vida dos Winters.
Em uma sequência inicial de tirar o fôlego, somos retirados da tranquilidade por meio de tiros, que nos lançam em uma das mais obscuras introduções da história da franquia.
SINOPSE
Ambientado anos depois dos eventos terríveis do aclamado Resident Evil 7 Biohazard, a nova história começa com Ethan Winters e sua esposa, Mia, vivendo pacificamente em um novo lugar, livres do pesadelo do passado. Mas quando estavam começando a construir uma nova vida, ocorre novamente uma tragédia.
ANÁLISE
Esse que vos escreve não entende o que faz tantos jogadores da franquia clássica ficarem descontentes com o rumo dos jogos, quando na verdade só era necessária uma nova roupagem para a franquia se manter relevante no atual cenário do desenvolvimento de games.
Adaptar narrativas de jogos para o cinema tem sido um grande problema desde sempre. Desde o célebre e infeliz caso do filme Super Mario Bros., até mesmo as tentativas de adaptarem Resident Evil para as telonas, com Milla Jovovich no papel de uma personagem que nunca realmente existiu no material fonte. Portanto, se manter apenas nos games pode ser a decisão mais acertada da franquia e da Capcom.
Resident Evil Village vai muito além do tímido Resident Evil 7, mas ambos se complementam. Village aprofunda suas raízes na lore da franquia, revelando elementos que nunca haviam sido abordados até então. O brilhantismo vem não apenas de seus novos e carismáticos personagens/ameaças/vilões, mas de toda sua concepção.
Se você vinha esperando esse game como eu, você deve se lembrar que grande parte da publicidade foi feita ao redor da gigante Sra. Dimitrescu, que no alto de seus quase 3 metros de altura, foi capaz de sustentar não apenas o interesse, como também a curiosidade de muitos dos jogadores em potencial.
Como Horácio Machado, do DDG, pontuou:
“A duologia RE7-REVillage é simplesmente uma das melhores obras da história dos videogames e da franquia como um todo.”
A grandiosidade da lore de Resident Evil é incrível e extremamente importante para que o game se mantenha relevante. O maior acerto da Capcom foi ouvir grande parte dos fãs, que têm como um dos games favoritos o Resident Evil 4, material que Resident Evil Village parece ter se inspirado firmemente.
Segundo algumas fontes revelavam, a Capcom optou por diminuir o terror do game após um feedback negativo do 7, mas quando encaramos o jogo, isso não se mostra tão verdade assim.
A vida de Ethan Winters é colocada em risco a todo o tempo, e muito diferente de Resident Evil 7, a Capcom mostrou outras facetas do personagem em Village.
Ainda que impotente diante de poderosas ameaças que colocam não apenas em risco a vida do protagonista, mas também a de sua filha Rose, Village nos mostra que Ethan apesar de sentir medo, irá até as últimas consequências para lutar contra os 4 lordes da pitoresca vila da Romênia.
VEREDITO
Ao se deparar com o fim repentino de uma vida pacata, somos surpreendidos com a ambição e o tamanho que a história de Ethan ganha.
Muito diferente do que foi visto na primeira parte da duologia, Village nos leva por lugares assombrosos e antigos, e apesar de parecer que já vimos alguns elementos, como a Lady Dimitrescu nos perseguindo por seu castelo – fazendo uma clara referência ao Mr. X em Resident Evil 2 -, nos surpreende por cada curva que a história toma.
Nos levando à cenários cada vez mais megalomaníacos, e enfrentando criaturas cada vez mais assustadoras, Village nos apresenta licanos, “vampiros” e o retorno do terror presente em pequenas porções da franquia.
O game é a prova definitiva de que a Capcom sabe no que acertou ao longo de sua história e coloca em cima desses elementos melhorias para que o game se mantenha relevante nos dias atuais.
A história de Ethan em Village é uma verdadeira aula de construção de personagem, mantendo grande parte dos traumas que o personagem adquiriu quando visitou a casa dos Bakers na Louisiana e o levando por novos caminhos.
O 8º game da franquia aumenta o nível das ameaças enfrentadas pelo personagem e dá um buff em seus adversários. A experiência nos faz questionar por vezes o quão poderoso alguém como Ethan pode ser diante de inimigos como Alcina Dimitrescu, Karl Heisenberg, Salvatore Moreau e Donna Beneviento, colocando-o entre alguns dos mais relevantes protagonistas da franquia, estrelando em uma galeria que conta com Leon Kennedy e até mesmo Chris Redfield.
Resident Evil Village brilha em tudo que se propõe fazer nos surpreendendo em relação à história de Ethan e, muito diferente do que testemunhamos no sétimo game, mostra o quão megalomaníaca a Capcom pode ser.
Com uma riqueza de detalhes ímpar que só a Capcom é capaz de nos proporcionar no PlayStation 4 base – console no qual esse que vos escreve jogou -, presenciamos desde a ótima modelagem da vila, até o tratamento dos mais diversos cenários que se complementam de uma forma que nos remete muito ao leste europeu.
5,0/5,0
Confira a primeira parte da nossa gameplay:
Assista o trailer de Resident Evil Village:
Resident Evil Village foi lançado no dia 7 de maio de 2021 e está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X e PC.
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