CRÍTICA – The Dark Pictures Anthology: The Devil in Me (2022, Bandai Namco)

    A franquia The Dark Pictures Anthology tem um histórico de contar histórias que giram em torno de analisar as atitudes humanas diante do perigo, nos forçando a tomar decisões que mudarão o curso da história do game. Foi assim com Man of Medan, Little Hope, House of Ashes e agora, com The Devil in Me.

    O quarto game da franquia que dá fim à primeira temporada, nos apresenta à uma história única, do “primeiro serial killer” americano. Enquanto descobrimos sobre a história de Henry Howard Holmes – personagem histórico que atuou na Chicago do final do século XIX – e seu Castelo da Morte.

    SINOPSE

    Um grupo de documentaristas recebe uma ligação misteriosa os convidando para visitar uma réplica do “Castelo da Morte” de H. H. Holmes, o assassino em série. Essa é uma oportunidade única e pode ser exatamente o que precisavam para conquistar a audiência. O hotel é o cenário perfeito para o novo episódio, mas coisas não são bem o que parecem. A equipe logo descobre que está sendo observada e até manipulada, e de repente, há muito mais em jogo que a audiência.

    ANÁLISE

    The Devil in Me

    Quando mergulhamos na história, testemunhamos um salto temporal na trama, e somos lançados ao ano de 2022. Um grupo de documentaristas de true crime é convidado à gravar um episódio para seu programa na chamada “réplica perfeita” do castelo da morte de H. H. Holmes. Enquanto segue o padrão narrativo do passado, com uma aclimatação à trama, somos apresentados ao disfuncional grupo que espera um episódio que vai lançar o programa ao estrelato.

    Seguindo a tradição de ter em seus games uma “estrela”, a atriz da vez que dá vida à uma das personagens é Jessie Buckley, que dá vida à apresentadora Kate. Além de Kate, a equipe de documentaristas do game é composta também por Charlie (Paul Kaye), Mark (Fehinti Balogun), Jamie (Gloria Obianyo) e Erin (Nikki Patel). Ainda que nem todos tenham participado da captura de movimentos como Buckley, os outros personagens do game são vividos por esses atores, por meio da dublagem.

    Como uma pessoa que teve a oportunidade de jogar os 4 jogos da franquia, ouso dizer que The Devil in Me é o game que mais se chafurda no terror. Não apenas psicológico, mas físico. Como um trato tradicional da franquia, o áudio incômodo e as sequências escuras dão aos games o incômodo necessário para deixar os jogadores na beirada da cadeira a todo tempo.

    NOVAS FUNÇÕES, GAMEPLAY E NARRATIVA

    The Devil in Me

    Uma nova função presente no game, é a coleção Obolos, moedas que te permitem obter os modelos 3D do game no menu principal, infelizmente apenas isso – o que é bem anticlimático. O que me leva a pensar que os obolos poderiam ter uma função além do colecionismo, como a de te permitir tomar novamente importantes decisões, ou te dar a chance de voltar no tempo em algumas sequências.

    Outra importante função, vem do sistema de inventário, que permite que nossos jogadores empunhem itens que serão usados por eles ao longo da exploração e dos momentos de tomada de decisão.

    Diferente dos games anteriores, em The Devil in Me, os protagonistas ganham novas habilidades relacionadas as suas movimentações, além de correr, escalar, agachar e até mesmo se espremer em espaços apertados, uma nova função de se “esconder” quando o perigo se apresenta é uma função.

    Diferente dos games anteriores, a narrativa e a tensão são construídas não apenas nos acontecimentos do game, mas nos fatos que antecedem o que vemos se desenrolar em tela. As dicas deixadas pela narrativa por meio de bilhetes, arquivos e gravadores, nos mostram que os perigos do “Castelo da Morte” vão muito além da morte. O anfitrião, Du’Met pode te transformar em um de seus bizarros animatrônicos.

    VEREDITO

    The Devil in Me

    Na minha primeira run, consegui salvar cinco dos seis personagens do game, o que me causou uma imensa satisfação – se você ainda está relativamente longe do endgame, fique tranquilo, quando você se deparar com o sexto integrante da equipe, vai saber de quem estou falando.

    Algo que me dei conta quando finalizei o game, é que The Devil in Me os quick-time events se desenrolam com muito mais frequência do que nos games anteriores, o que nos faz entender que os perigos são muito mais iminentes do que nos antecessores. O perigo e o sarrafo colocado nesta trama é algo que foge do padrão criado pela franquia. Ao invés de perigos sobrenaturais, temos a maldade e a perversidade humana em seu mais alto grau.

    The Devil in Me é um dos games mais bem desenvolvido, mais convincente e mais chocante da franquia The Dark Pictures Anthology e encerra assim sua primeira temporada.

    Nossa nota

    4,5/5,0

    Confira o trailer do game:

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