CRÍTICA: ‘Tomb Raider IV-VI Remastered’ resgata clássicos com melhorias, mas tropeça

    Em 14 de fevereiro de 2025, fomos presenteados com muita nostalgia: uma nova coletânea de jogos da nossa querida Lara Croft. Lançado pela Aspyr, Tomb Raider IV-VI Remastered chega ao PC, no Nintendo Switch, no PS4, no Xbox One, no PS5 e nos Xbox Series X e S. Obrigado, Aspyr, pela chave disponibilizada para este review, sendo ela de Switch.

    Com esse retorno de Tomb Raider, teremos os títulos Tomb Raider: The Last Revelation, Tomb Raider: Chronicles e Tomb Raider: The Angel of Darkness disponíveis com diversas novidades. Na parte de história, não teremos muitas mudanças, mas houve pequenas adições em algumas áreas, deixando os games mais completos em sua experiência final.

    Nesses títulos, a desenvolvedora buscou elevar ainda mais a experiência gráfica. Por isso, os jogos estão mais bonitos, e você pode alternar entre os visuais a qualquer momento com um botão. Apenas o último título, Angel of Darkness, não recebeu uma grande mudança gráfica em si.

    Além das mudanças gráficas já esperadas, temos a adição de controles modernos, para ajudar quem prefere evitar os controles tanque do PS1. Você pode alternar entre eles facilmente no menu. Porém, mesmo com controles modernos, não se engane: não estamos falando de algo semelhante aos jogos atuais de Lara Croft a partir de 2013, mas sim de uma jogabilidade nos moldes de Tomb Raider Legend, Anniversary e Underworld, assim como na primeira trilogia do remaster lançada anteriormente.

    Ainda sobre os controles, apesar da modernização permitir que novas pessoas conheçam a franquia e tornando-a mais acessível para aqueles que nunca gostaram do modo tanque, ainda assim, nos três primeiros títulos, muitas pessoas não se adaptaram tão bem. Afinal, são jogos mais antigos.

    COMO IV-VI MUDOU A EXPERIÊNCIA

    IV-VI

    Vendo a recepção do público, a Aspyr tentou melhorar ao máximo essa movimentação moderna e, sim, o resultado é bem legal. Executar os movimentos da Lara agora se tornou um pouco mais fluido, porém não é totalmente perfeito. Se você estiver em um local muito pequeno, ainda teremos a câmera passando por dentro de algumas paredes. Tentando saltar e atirar, com certeza a Lara vai encostar nas paredes, e a câmera se perderá.

    Então, continua sendo um desafio em certos combates, e isso pode te fazer perder a calma. Falando principalmente sobre saltos, às vezes você vai errá-los em momentos cruciais, tornando o jogo desafiador nessas partes.

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    O que me agradou muito foram as novas melhorias de qualidade de vida do game, como as barras de vida, um contador de munição na tela, um botão para pular cutscenes e várias novas animações. O game também conta com um sistema de troféus, com exceção do Switch, que não possui esse tipo de recurso.

    Os códigos de trapaça também estão disponíveis, mantendo-se exatamente como nos antigos e funcionando em todas as plataformas. Inclusive, se estiver jogando no PC, recomendamos muito a utilização de um joystick — não só para os códigos, mas também para uma experiência bem mais agradável de jogatina.

    IV-VI

    O modo foto ganhou novas poses, mas também podemos utilizar as anteriores. Recebemos também um tipo de edição de câmera, o Flyby Camera Maker, que permite posicionar a câmera em locais diferentes para criar uma sequência de captura perfeita, por exemplo.

    O título encontra-se mais barato no PC, e essa é a nossa recomendação. Pegá-lo pelo PC vai te fazer economizar bastante. No entanto, ele roda bem no Switch, e, consequentemente, nas demais plataformas, que devem lidar tranquilamente com todos esses títulos. Não tive problemas de performance, mas alguns bugs podem ser encontrados no jogo, como um salto pequeno que faz Lara simplesmente morrer, como se tivesse caído de uma altura absurda. Outros jogadores também relataram outros tipos de bugs, mas, até o momento, não os presenciei. Aguardo muito por futuras atualizações que corrijam esses problemas.

    PERSONALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

    IV-VI

    No PS5, há uma escolha estranha: a retirada da dublagem nos momentos em que a Lara explica as mecânicas para o jogador. Essa decisão aparentemente veio da plataforma e não dos desenvolvedores, mas não ficou muito claro para nós o motivo desse downgrade, já que ouvir a dublagem é sempre legal.

    Falando em dublagem, o último título possui dublagem em português, que já estava disponível na época. Não é uma dublagem perfeita, mas com certeza é interessante tê-la. Porém, continua com os problemas de sua época. Em alguns momentos, o áudio fica muito baixo, dificultando entender o que a Lara falou. Acredito que todos estávamos esperando uma correção nesse volume, já que a ideia de remasterizar um jogo para a atualidade é trazer melhorias e, ao mesmo tempo, preservar os jogos antigos. Então, espero bastante que a empresa traga essa correção em algum patch futuro, assim como nas questões de bugs que mencionei.

    Inclusive, The Angel of Darkness foi uma decepção. Os outros dois títulos funcionam melhor, têm a melhoria gráfica esperada e proporcionam ótimas experiências para recomendarmos. No entanto, ver The Angel of Darkness novamente receber uma segunda chance foi o que criou o hype dessa coletânea, fazendo com que todos esperassem por correções. Afinal, seu lançamento foi problemático e nunca teve uma versão corrigida.

    No fim, tivemos poucas adições ao jogo, e ele continua com diversos problemas de sua época. Novamente, aguardo por patches que entreguem, de fato, uma melhoria. Um adiamento até seria bem-vindo, caso fosse necessário, para poderem focar especificamente nesse jogo. Ele realmente era o mais aguardado por mim e por diversos fãs.

    É extremamente positivo ver jogos antigos voltando dessa forma, com melhorias de qualidade de vida e em coletâneas que fazem o preço valer a pena — não só pela nostalgia, mas também pela preservação, como mencionei brevemente. Afinal, esses são jogos que anteriormente estavam presos a uma mecânica única e a consoles mais antigos.

    Eu amei a experiência de rejogar Chronicles até o fim, compreendendo que ele tem prós e contras. Ainda não terminei de zerar os outros dois títulos, mas estou no caminho, já que avancei bastante em ambos no momento em que escrevo isso.

    Apesar dos pesares, os três títulos são mais do que bem-vindos na atualidade, permitindo-nos revisitá-los ou conhecê-los pela primeira vez. É inegável o esforço da desenvolvedora para entregar melhorias aos jogos e torná-los acessíveis nas plataformas atuais.

    O que pode decepcionar são os momentos que comentei anteriormente sobre os controles, especialmente em saltos e combates. Além disso, suas histórias podem não ser tão cativantes, pois, nessa trilogia, vemos Lara repetindo algumas fórmulas já exploradas diversas vezes. Por isso, é totalmente comum você zerar um título e dar um tempo antes de retornar para os próximos. Principalmente no caso de The Angel of Darkness.

    De toda forma, se você é fã e encontrou essa trilogia em uma boa promoção, ou até mesmo se percebeu que ela recebeu melhorias desde o lançamento, pode ser o momento perfeito para apreciar um bom jogo retrô.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Acompanhe as lives do Feededigno no Youtube.

    Estamos na Youtube transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

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