EU CURTO JOGO VÉIO #6 | ‘Pitfall Harry’s Jungle Adventure’ é a diversão nos simples detalhes

    Antes dos jogos que precisam de gigabytes em processamento existiu um tempo muito mais simples tanto visualmente quanto em jogabilidade e objetividade. Assim em 1982 surgiu Pitfall Harry’s Jungle Adventure ou como todos nós acabamos conhecendo apenas Pitfall

    O jogo é considerado um dos primeiros no gênero plataforma desenvolvido e publicado pela Activision sendo o programador responsável David Crane que posteriormente desenvolveria uma adaptação para games de Os Caça-Fantasmas, Little Computer People e A Boy and his Blob.

    O console ao qual foi lançado era o Atari 2600 além de Atari 5200, Atari 8-bit, ColecoVision, Commodore 64, Intellivision e Sega SG-1000. Pitfall foi um dos grandes sucessos de sua época  rendendo as sequências: Pitfall II: Lost Caverns (1983), Super Pitfall (1987), Pitfall: The Mayan Adventure (1994), Pitfall 3D: Beyond the Jungle (1998), Pitfall: The Lost Expedition (2004). 

    O título da activision conseguiu transcender o universo dos games e Pitfall foi adaptado para uma animação em 1983 com 7 episódios que eram exibidos durante o Saturday Supercade que exibia diversas animações com personagens de jogos. Outro detalhe interessante é a respeito do comercial feito para o jogo que conta com a participação de nada mais nada menos que o ator Jack Black em um dos seus primeiros trabalhos na profissão. 

    SINOPSE

    O jogo não tem uma sinopse específica mas, segundo o programador Crane “A meta do jogo não era chegar a um final, mas coletar o máximo de tesouros possível no limite de 20 minutos.”

    ANÁLISE

    Pitfall

    Pitfall é um jogo que filtra quem aprecia games como arte de alguém que simplesmente só se preocupa com desempenho gráfico, apertando botões sem de fato compreender o que realmente está fazendo. Particularmente respeito ambos, afinal games são experiências que se adaptam ao usuário mas, sou um pouco mais como o primeiro tipo. 

    Por incrível que pareça o jogo tem um objetivo, uma história que se molda a sua interpretação e necessita que se elabore uma estratégia para que seja possível realizar a progressão do jogo e tudo isso em um gráfico de 8 bits. 

    Neste ponto reside a magia em Pitfall, que se tornou inspiração de diversos jogos de plataforma do futuro,  porque é necessário realizar esse conjunto de ações em um determinado tempo, sem a sensação de avanço que os jogos atuais proporcionam sendo literalmente apenas fluir de acordo com a ação proporcionada pelo jogo  apenas seguindo os diferentes cenários que são apresentados a cada tela que já era algo muito inovador.

    Para avançar as 255 telas existiam  dois caminhos, porém cada um afeta o avanço de forma diferente para a coleta de tesouros, sendo necessário perceber o momento certo de seguir pela selva ou subterrâneo. Os inimigos eram literalmente fauna local com crocodilos, escorpiões, morcegos e, para sair da rotina, um tronco rolante que consumia seus pontos. 

    Novamente é interessante como esses processos mesmo que mecanicamente não sejam tão sofisticados, permitiam escolhas para o jogador e tudo isso com um processamento de 128 bytes, uma quantidade infinitamente inferior ao que se utiliza atualmente para desenvolver um jogo. 

    Apesar de termos apenas 20 minutos para realizar a caça ao tesouro, o jogo consegue te proporcionar uma quantidade de horas muito ampla, não trazendo em nenhum momento uma sensação de realizar algo de forma repetitiva e tediosa porque sempre havia um cenário diferente que não era possível prever de forma exata o que viria a seguir. 

    A história sempre fica por conta exatamente da sua criatividade em narrar em seus pensamentos as aventuras do caçador de tesouros pois o jogo não tem linhas de diálogo ou qualquer menção de falas e o único som reproduzido é a sonoplastia dos movimentos que se tornaram nostálgicos ao longo das décadas posteriores ao seu lançamento. 

    VEREDITO

    A existência de um final é o menor dos detalhes ao jogar Pitfall, o que vale essencialmente é o divertimento e  desafio que a aventura vai proporcionar ao longo de sua experiência. 

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