Noites Sombrias #82 | Silent Hill, a cidade mais sombria dos games

    Silent Hill é uma franquia de terror de sobrevivência que realmente apostava no medo, sendo a ação uma mera consequência de toda a tensão crescente em torno de um mistério onde um pai que tenta encontrar a sua filha na cidade de neblina e fuligem que dá nome à franquia; e como se fosse esta noite, me recordo dos sobressaltos e sustos que a jogatina noturna (o que era altamente não recomendado) naquele oásis de medo, sofrimento e punição.

    Toda cidade tem seus segredos. Alguns são apenas mais nefastos do que outros.”

    A TRAMA

    O primeiro jogo, lançado em 1999 para a primeira versão do PlayStation, trouxe um elemento que outras franquias da época não abordavam tanto: a perspectiva do terror e um protagonista comum, um homem sem poderes especiais, exceto o desespero por encontrar a sua filha perdida.

    Além de uma gameplay que não era rica em armamentos, onde até um simples pedaço de madeira era uma ferramenta de sobrevivência, o game apostou no medo que todos nós temos em algum momento ao longo da nossa existência: o medo do oculto; independente de sua crença religiosa ou não de ter religião.

    O título original aborda este medo do mal essencial, como o demônio Samael utilizado como figura de culto por parte dos seguidores da seita que existia na cidade e este mal consumindo a figura da inocência simbolizada na criança Alessa Gillespie, que se entregou ao ódio e condenou a cidade inteira ao tormento com os monstros representados pelos seus medos.

    Quando ouvirem a sirene corram!

    Aqui, o protagonista Harry Mason e sua filha Cherry, estão a caminho da cidade que dá nome à franquia, o lugar de nascimento da menina, quando se envolvem em um acidente de carro ao avistarem uma garota na estrada, após Harry recobrar a consciência, percebe que sua filha não está no local do acidente.

    Harry Mason chega a uma cidade completamente obscura sendo atacado por monstros até desmaiar e acordar em uma cafeteria da cidade, na companhia de Cybil Bennett, uma policial que o ultrapassou na estrada a caminho de Sillent Hill, e também se perdeu na cidade que aparentemente esta vazia e coberta de uma neblina espessa. Mas o que ambos percebem é que a cada vez que se ouvia a sirene da fábrica, o mundo se remodelava em um dimensão sombria e muito violenta.

    Medo da abertura ao fime além

    Quando me recordo do primeiro contato com o jogo lembro-me claramente como ele incomodava desde a abertura (saudades de jogos com cenas de abertura), a trilha marcante tocada com bandolim e guitarra em um conjunto de cenas que contextualizavam o início da história, alguns personagens que seria importantes como Michael Kauffman, Dahlia Gillespie e a sua filha Alessa, cuja a conexão com Cherry faz parte dos eventos que culminaram no looping demoníaco.

    Sobre os inimigos que encontramos ao longo desta busca, seria impossível não citar as Puppet Nurses e Puppet Doctor do Alchemilla Hospital, os Air Screamers, o boss Twinfeeler na forma larva e posteriormente se torna Floatistinger, os Larval Stalkers que simbolizam os medos e aflições de Alessa, como as crianças que riam dela na escola, os médicos e enfermeiras enquanto isolada no hospital, até mesmo os medos de criaturas que lhe davam medo em histórias e contos de fadas.

    A franquia também trouxe monstros icônicos, como o assustador e inesquecível Pyramid Head, apresentado em sua sequência.

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    Além dos monstros na névoa, na dimensão sombria, o game ainda contava com puzzles para poder acessar determinadas áreas do jogo e dentre alguns destes quebra-cabeças o famoso puzzle do piano na escola, um dos mais difíceis do jogo, que envolvia um piano cuja as teclas não funcionam e a única dica que temos é a respeito de um rouxinol que não consegue cantar.

    A criação destes dois universos como o mundo de névoa e a dimensão demoníaca coberta de sangue e ferrugem surge a partir do aumento dos poderes de Alessa, após ser queimada viva em sacrifício para Samael pela seita denominada A Ordem e ser a incubadora de uma forma humana deste ser.

    Ao longo dos anos foram lançados os títulos da franquia:

    • Silent Hill 2 (2001);
    • Silent Hill 3 (2003);
    • Silent Hill 4: The Room (2004);
    • Silent Hill: Origins (2007);
    • Silent Hill: Homecoming (2008);
    • Silent Hill: Shattered Memories (2010);
    • Silent Hill: Downpour (2012).

    Além do cancelado Silent Hills que seria produzido por nada menos que Hideo Kojima, responsável pela franquia de sucesso Metal Gear e Death Stranding, lançado pela sua própria produtora Kojima Productions.

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    Durante o período dos jogos de console ainda surgem outros jogos paralelos para diferentes mídias como:

    • Silent Hill: Play Novel (2001);
    • Art of Silent Hill (2002);
    • Lost Memories: The Art and Music of Silent Hill (2003);
    • Inescapable Rain in Yoshiwara (2004);
    • Silent Hill Collection (2006);
    • The Silent Hill: Cage of Cradle (2006);
    • The Silent Hill Experience (2006);
    • Silent Hill: Double Under Dusk (2007);
    • Silent Hill: The Arcade (2007);
    • Silent Hill: Orphan (2008);
    • Silent Hill Chapter 1 (2009);
    • Silent Hill Mobile 2 (2009);
    • Silent Hill Book of Memories (2012).

    A franquia também alcançou as mídias escritas com os livros que, infelizmente, foram lançados apenas no Japão como:

    • Lost Memories (2003);
    • Drawing Block: Silent Hill 3 Program (2003);
    • Silent Hill (2006).

    Além de uma série de quadrinhos publicada pela IDW Publishing e escrita por Scott Ciencin.

    Nos cinemas foram lançados dois filmes, sendo:

    Terror em Silent Hill (2006): Que recebeu diversos extras, contou com um elenco formado por Rada Mitchell, Sean Bean, Jodelle Ferland, Laurie Holden, Debora Karen Unger, entre outros; e possui algumas diferenças em relação ao primeiro game da franquia.

    Aqui, temos a existência do icônico Pyramid Head como um executor deste mundo da Alessa sombria indicando que o diretor Christophe Gans utilizou como o material base os jogos 1, 2 e Origins. Apesar de não ter uma recepção tão positiva da crítica, o longa agradou o publico por ser um filme que abraça de forma ampla a essência da história dos jogos a ponto de influenciar o cânone da franquia nos games.

    Silent Hill: Revelação (2013): O segundo filme contou com os retornos de Rada Mitchell, Sean Bean, Debora Karene Unger e a chegada de Kit Harington e Carrie-Anne Moss como a vilã principal e Malcom McDowell, além de Adelaide Clemens como Heather Mason, a protagonista do filme.

    A FANBASE

    A Konami, detentora dos direitos da franquia, infelizmente não lança nenhum novo produto desde o cancelamento da produção que seria realizada por Hideo Kojima, mas o que já foi produzido e lançado até o momento criou uma mitologia sólida no universo de terror; tanto nos games como em outras mídias e conquistou uma base de fãs muito fiel.

    E para você que ainda não é fã, lembrem-se: Quando a névoa chegar e a sirene tocar, se escondam pois as criaturas de Alessa estão saindo para brincar.


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