Cara Gente Branca: Veja os principais acontecimentos da série até agora

    Cara Gente Branca está indo para seu quarto e último ano. Foram diversos acontecimentos marcantes da trama, visto que a polêmica série mostrou personagens complexos e temas pesados que foram destrinchados de infinitas maneiras.

    Vamos aqui neste artigo tentar apresentar os fatos mais significativos que fizeram a série ter diversas discussões relevantes. Confira!

    A FESTA BLACKFACE

    Tudo se inicia com uma grande polêmica em Cara Gente Branca, uma vez que uma festa com a temática “negro” agita o campus da Winchester, uma renomada faculdade.

    Sam (Logan Browning) é uma estudante negra que possui um programa de rádio denominado “Cara Gente Branca” e que aborda a agenda racial. Ao ver que a festa estava sendo um sucesso, ela vai até o local e luta para que acabe logo, escancarando o racismo da universidade. 

    AS DIFERENTES FORMAS DE RACISMO NO EPISÓDIO DA COCO

    Um dos momentos mais marcantes de Cara Gente Branca foi no episódio de Coco (Antoinette Robertson) no qual descobrimos que há uma denominação descrita como colorismo, onde há um racismo ainda maior de acordo com o quão escura sua pele é. 

    Negros que tem um tom de pele mais claro e características mais próximas dos brancos são mais facilmente aceitos, pois sofrem menos preconceito. A cena mais marcante acontece em uma festa em que Coco é a única de suas amigas a não ser escolhida por nenhum homem, visto que sua cor de pele era mais preta que as das outras meninas.

    O episódio além de mostrar um ponto muito importante de discussão também nos faz refletir sobre a solidão das mulheres negras que ficam à margem nos relacionamentos, sendo hiperssexualizadas, todavia, para namorar elas não servem, algo que ocorre com certa frequência na sociedade, infelizmente.

    LIONEL PERDENDO A VIRGINDADE

    Lionel (DeRon Horton) é o personagem mais carismático da série e tem um dos arcos mais significativos, pois é o rosto da representatividade do elenco principal. 

    Sua jornada de descobrimento e aceitação é uma das mais bonitas de Cara Gente Branca e um dos momentos incríveis é de quando ele perde a virgindade. A construção cômica e de drama é intensa, uma vez que a trama se desenvolve de forma bastante orgânica e é um passo importante para a construção de Lionel.

    REGGIE E A POLÍCIA

    Cara Gente Branca

    Essa aqui sem dúvidas é cena que mais nos deixa arrepiados no seriado: o dia em que Reggie (Marque Richardson) é confrontado pela polícia.

    O episódio focado no jovem e introspectivo estudante da Pastiche é o mais pesado e com certeza o que nos faz sentir uma revolta absurda. 

    Tudo acontece por conta de um confronto entre ele e um aluno branco que usa a palavra “nigga” ou criolo numa música. Por mais que os alunos negros cantem a palavra, ela fica muito ruim na boca de uma pessoa branca. Os dois acabam discutindo e a segurança do campus chega para apartar a situação, dando um enquadro apenas em Reggie, isentando o garoto branco. Depois de questionar o por quê de só ele sofrer as consequências do conflito, o segurança saca uma arma de fogo e aponta para o jovem negro, causando revolta em todos que estão ali.

    Os fatos do episódio são muito reais, pois a violência policial assola a comunidade negra todos os dias. Por mais que os conflitos e ocorrências por vezes surjam de forma iniciada por brancos, a truculência normalmente é realizada apenas de um lado e Cara Gente Branca exemplificou de forma muito cruel.

    GABE E A PERSPECTIVA DE UM BRANCO EM CARA GENTE BRANCA

    Cara Gente Branca

    Um dos aspectos mais interessantes da série está no episódio em que Gabe (John Patrick Amedori) é o protagonista.

    Há aqui uma perspectiva muito interessante, uma vez que ele é branco e convive diariamente apenas com pessoas negras, ouvindo todas as suas revoltas e reclamações sem ter um lugar de fala. De fato, muitos dos questionamentos inseridos ali são no mínimo importantes para um diálogo rico e Cara Gente Branca faz isso muito bem. A questão da meritocracia e a inversão de não pertencimento são, por exemplo, coisas bem legais que o seriado da Netflix apresenta e muito bem aqui.

    TROY SE REVOLTA

    Outro episódio de revolta acontece com Troy (Brandon P. Bell) o filho do Reitor Fairbanks (Obba Babatundé) que é conhecido por ser muito brando com seus pares brancos. Ele é um dos personagens mais complexos e interessantes, pois luta de uma forma bastante diferente que os demais personagens da série, na base do diálogo e política. 

    Entretanto, após diversos atos por conta da violência sofrida por Reggie e outros conflitos, Troy busca de forma mais radical a atenção de seu pai, quebrando vidraças e causando muita confusão.

    Ao ver que seu filho seria baleado pela polícia do campus, o reitor impede que eles hajam, fazendo com que Troy fosse preso e expulso da principal agremiação. Foi um final de arrepiar da primeira temporada!

    REGGIE E COMO LIDAR COM O TRAUMA

    Cara Gente Branca

    Na segunda temporada vemos que muitos dos acontecimentos da primeira continuam dando o que falar no campus. 

    Um dos fios mais interessantes, contudo, é o de Reggie que agora tenta lidar com o seu trauma após o evento com a polícia da universidade.

    De fato, as sequelas foram muito marcantes para o rapaz, pois agora ele possui um medo gigantesco dos brancos e a forma de lidar com isso é se afundando em drogas e álcool. 

    Um dos pontos altos é a interação entre Reggie e o Reitor Fairbanks, uma vez que os dois são extremamente parecidos, mas o pai de Troy teve que mudar suas perspectivas por causa de um mundo racista e dividido.

    JOELLE E O HOTEP

    Cara Gente Branca

    Joelle (Ashley Blaine Featherson) é uma das personagens mais queridas pelo público, uma vez que é divertida e poderosa. A primeira temporada a deixou com pouco destaque em relação aos demais, mas na segunda, as coisas mudaram. 

    Em um dos momentos mais interessantes do seriado, Joelle conhece Trevor, um homem atencioso e que dá o devido valor à ela.

    Entretanto, as coisas não são como parecem, pois Trevor é um Amon-Hotep, que são homens negros que fazem colorismo e apenas saem como mulheres pretas “da essência”, ou seja, com a cor de pele mais escura. O seu pensamento é de que mulheres e homens negros com tom de pele mais claro deve ser subservientes a eles, além de serem misóginos, homofóbicos e possuir intolerância religiosa com diversas outras pessoas. Obviamente Joelle lhe dá um glorioso pé na bunda, ficando com Reggie mais para frente.

    COCO E UMA DECISÃO DIFÍCIL

    O episódio focado em Coco da segunda temporada é um dos mais marcantes de toda a série, pois ela fica grávida e o roteiro é incrível.

    Na trama, a personagem imagina como seria a vida como mãe, vendo sua filha realizar todos os seus sonhos de vida. Todavia, ao fim de tudo, Coco pensa o seguinte “por que ela e não eu?” e acaba abortando a criança, fazendo uma escolha chocante e que faz muito jus a ambição dela.

    A RESSURREIÇÃO DE TROY

    Cara Gente Branca

    Troy, assim como Reggie, passou por experiências traumáticas na primeira temporada. Após passar um tempo em reclusão, ele agora deve retomar sua vida de bom mocismo.

    Contudo, o que vemos no episódio focado nele é uma busca por aceitação e uma forma bastante peculiar de afogar as mágoas com encontros casuais e sequelas bem fortes em seu caráter. Por mais que tenha sido muito afetado pelos fatos anteriores, Troy agora se torna um novo homem por meio da comédia, uma mudança significativa em sua personalidade polida e política.

    O PAI BRANCO DE SAM

    Um dos pontos mais interessantes a serem levantados em Cara Gente Branca é a origem de Sam. A protagonista que é uma das mais revoltadas contra o sistema e quer ver os negros em uma posição de destaque tem uma questão controversa em sua linhagem: seu pai é branco.

    Por mais que não pareça ser nada demais, a trama de Sam ganha mais força, uma vez que o fato de ser namorada de um homem branco, ser mais clara que suas semelhantes e ter um pai branco a faz muito diferente e por um viés ideológico radical até hipócrita. De fato, a história da personagem ganha camadas e a ideia de que há uma culpa por isso é algo que é uma cartada de mestre do texto da série.

    UMA SOCIEDADE SECRETA

    A segunda temporada acaba de forma bastante enigmática para os fãs. Lionel e Sam se veem envoltos em uma teia de informações que os levam direto à Ordem, uma sociedade secreta da faculdade Winchester.

    Os dois descobrem que a universidade possui segredos estarrecedores e que há uma conspiração poderosa envolvendo as questões raciais. Por mais que seja algo muito diferente para o rumo da trama, essa nova proposta se mostrava interessante, mas, infelizmente, o roteiro decaiu muito na terceira temporada.

    SILVIO: O TROLL

    Silvio (DJ Blickenstaff) é o chefe de Lionel na redação do jornal do campus. Com a língua afiada e sacadas inteligentes, ele é um dos personagens mais marcantes da trama, pois tem bastante complexidade em sua personalidade.

    Na segunda temporada a rede de ódio e fake news é bastante importante importante na trama, pois elucida muito bem o que ocorria na época com a corrida eleitoral de Trump. E, de fato, a série aproveitou muito bem o hype, colocando Silvio como o grande troll que estava por trás de todos os ataques a Sam e seus amigos. Essa reviravolta foi bem legal para o seriado da Netflix.

    UM MUNDO DE DESCOBERTAS DE LIONEL

    Cara Gente branca

    A terceira temporada é a mais fraca em termos de acontecimentos e esperamos que a quarta seja melhor. Todavia, há dois momentos interessantes e um deles, sem dúvidas, é entrada de D’Unte (Griffin Matthews). 

    Lionel acaba sendo inserido em um novo mundo, no qual a homossexualidade não é um tabu e a sexualidade flui, sendo uma boa escolha de roteiro dos roteiristas da série. D’Unte é o oposto de Lionel, descontraído, se ama e vive de forma leve, sendo uma das melhores adições de elenco de Cara Gente Branca. 

    CARA GENTE NEGRA

    Um dos momentos mais divertidos da série foi quando no início do último episódio da terceira temporada houve uma subversão imaginária dos brancos sendo oprimidos pelos negros em “Cara Gente Negra”, uma espécie de What If? do seriado.

    A acidez cômica da série veio com tudo aqui e essa foi uma das melhores sacadas da terceira temporada.

    Estão ansiosos para o último ano de Cara Gente Branca? Comentem!

    Confira o trailer da quarta e última temporada da série:

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