The Twilight Zone: Conheça os 5 melhores episódios da série original

    The Twilight Zone (Além da Imaginação no Brasil) é uma das séries de fantasia/horror mais aclamadas de todos os tempos na história da TV mundial. Criado por Rod Serling em 1959, o seriado tem uma enorme quantidade de fãs extremamente leais até o dia de hoje. O assustador episódio de estreia, Onde está Todo Mundo?, logo mostrou o potencial da produção, que rapidamente encontrou um sólido caminho a seguir.

    Serling mais tarde se tornou conhecido por uma variedade enorme de adorados Sci-Fis, incluindo Night Gallery, uma série de horror com episódios antológicos, que tinham início em uma galeria de quadros. Outro trabalho notável dele a participação como co-roteirista de Planeta dos Macacos, filme de 1968 indicado ao Oscar.

    Entretanto, muita gente considera que foi em The Twilight Zone que Rod Serling mostrou seu verdadeiro talento, pois exerceu a liberdade criativa que o permitia transitar entre os mais diversos gêneros em um mesmo aterrorizante episódio da série.

    A série original durou cerca de cinco anos e mesmo com uma duração relativamente curta para os moldes atuais, The Twilight Zone conseguiu se manter profundamente enraizada no Sci-Fi e na forma de contar uma história de terror.

    Hoje, os episódios infelizmente não estão disponíveis em serviços de streaming do Brasil. No entanto, o seriado é exibido na Netflix e no Hulu dos Estados Unidos.

    A notícia da exibição de The Twilight Zone no canal SyFy, nos Estados Unidos, nas duas últimas noites de 2020 me inspirou o suficiente para trazer aqui ao Feededigno uma seleção dos melhores episódios dessa que é uma das minhas maiores paixões da televisão.

    Com a chegada de 2021, trazemos a você alguns dos melhores episódios da série original. Quem sabe o novo ano não surpreende e o seriado passa a ser exibido para o Brasil, não é mesmo?

    5. Eye of the Beholder – S02E06 (1960)

    Nesse episódio, somos apresentados a Janet Tyler, uma personagem misteriosa com o rosto enfaixado que sofre sem um motivo aparente, mas que para se tornar mais aceitável para aqueles que a rodeiam, assim como “menos odiosa”, precisa se encaixar em um padrão de beleza para se encaixar na sociedade dela.

    O episódio faz uma clara crítica ao segregacionismo da época, em uma sociedade predominantemente branca, que nos anos a seguir discutiria uma das questões mais importantes, o fim das leis Jim Crow, assim como o racismo.

    Apesar da série original não contar com nenhum personagem negro, alguns paralelos entre os personagens diferentes daqueles que tentam mudar Janet podem ser feitos, deixando claro que aqueles seres diferentes são os “monstros” em uma sociedade em que uma minoria “precisa” se embranquecer para ser aceita.

    4. Five Characters in Search of an Exit – S03E14 (1961)

    The Twilight Zone

    Um major, uma bailarina, um palhaço, um mendigo e um tocador de gaita de fole se encontram presos em uma pequena sala circular. Sem qualquer memória de quem são e de onde vieram. Também sem nenhuma ideia de quanto tempo eles ficarão presos naquele lugar.

    O episódio é um de muitos que parecem conter um mote que nos remete à Alegoria da Caverna de Platão. Os personagens presos naquele lugar almejam o tempo todo sair de lá. E, assim como no mito da caverna, há quem pareça despertar para um mundo externo.

    A história desse capítulo serve como o estopim para que um questionamento sobre um mundo externo realmente aconteça.

    3. The Monsters Are Due on Maple Street – S01E22 (1960)

    O episódio 22 da primeira temporada é um de muitos que parecem tocar exatamente onde nos apavora, onde toda a fragilidade humana reside, no estranhamento ao diferente, e a ilusão de que o inimigo é sempre o que lhe é alheio.

    Todo o mote do episódio tem início quando em um subúrbio estadunidense um boato começa a correr após uma queda de energia. Apesar de abordar em sua maioria o fantástico, o incrível, o inimaginável, o extraterreno, The Monsters Are Due on Maple Street mostra que o perigo está aqui, na Terra, entre nós.

    Portanto, não é algo fantástico, pois os inimigos somos nós mesmos.

    2. Walking Distance – S01E05 (1959)

    The Twilight Zone

    O 5º episódio da primeira temporada foi um que me inspirou a voltar escrever. Não apenas textos e artigos, mas também roteiros e histórias.

    Walking Distance conta a história de Martin Sloan, um homem extremamente bem sucedido de 36 anos. Mesmo com todo sucesso como vice-presidente de uma agência de publicidade e com tudo o que tem, o personagem não consegue ser feliz.

    Em um domingo, dirigindo pela estrada para desanuviar, ele se vê perdido em seu próprio passado, mas relembra sua vida como algo tão distante quanto um sonho.

    O episódio fala sobre arrependimentos, deixar parte de você para trás e fazer escolhas que condizem com quem você é. Além, claro, de como recuperar parte de quem você deixou de ser no passado.

    1. Stopover in a Quiet Town – S05E30 (1964)

    Após uma noite bebendo, um jovem casal desperta em uma casa vazia, sem qualquer memória de como chegaram até lá. Do lado de fora, eles acabam encontrando uma rua de subúrbio igualmente vazia, repleta de árvores falsas e carros que não funcionam.

    O episódio nos atenta para o perigo de dirigir embriagado enquanto se desenrola, mas o final aguarda um twist tão perturbador que apenas The Twilight Zone é capaz de reservar.

    MENÇÃO HONROSA: Mirror Image – S01E21 (1960)

    The Twilight Zone

    Mirror Image foi o episódio responsável por dar a Jordan Peele – produtor executivo do reboot da série de 2019 – a ideia do roteiro para o filme Nós. O episódio conta a história da jovem Milicent Barnes, que espera na rodoviária por um ônibus para uma cidade próxima para um novo emprego.

    O episódio se enverada na história de Milicent, quando em sua partida ela se depara com um Duplo. Assim como no romance original de Dostoievski de 1846, o Duplo parece ter a função de levar à loucura a personagem – a mocinha indefesa – e a todos naquela estação, enquanto estranhos acontecimentos começam a se desenrolar. Conto esse que nos deixa na beirada do acento como o Nós de Jordan Peele o fez em 2019.

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