CRÍTICA – Heroínas (2021, Editora Corvus)

    O livro Heroínas, produzido pela editora Corvus, está disponível nos formatos e-book e físico, o segundo o qual tivemos a oportunidade de recebê-lo, contém 200 páginas, com vários contos com uma proposta bastante diferente do que costumamos acompanhar no mercado literário.

    Organizado pela Clara Madrigano, Heroínas conta com o trabalho de autoras como Ana Cristina Rodrigues, Anna Martino, Deia Klein, Fabiana Ferraz, G. G. Diniz, Geovanna Ferreira, Karen Alvares, Mariana Madellin, Thais Rocha e The Wolf.

    Estas convidadas reinventaram a trajetória de mulheres importantes da história mundial devido a sua marcante luta por liberdade, amor e, principalmente, por direitos iguais.

    ANÁLISE

    Confesso que ao saber com antecedência do que se tratava a obra Heroínas, fiquei bastante receosa, por estar saturada do mercado de livros, só abordarem a história de algumas personalidades mulheres, ignorando ou não desconhecendo a existência das que não são tão populares assim.

    E segundo, por acreditar que a narrativa é muito romantizada e clichê, fugindo por vezes da verdade e essência daquela pessoa que realmente existiu e que mesmo sendo uma mulher extraordinária, continua sendo uma humana com suas particularidades e defeitos.

    Felizmente, Heroínas fugiu das minhas expectativas, pois apresentou uma ficção de mulheres como Frida Kahlo, Cléopatra, Joana D’arc, Dandara dos Palmares, mais conhecidas e que muita gente escolher para serem suas musas.

    Porém, quebrou a minha visão por falar daquelas que são apagadas pelo machismo de suas épocas e da nossa também, como Leila Diniz, Camille Claudel, Nancy Wake, Maria Callas, Zacimba Gaba, a última e não menos importante recebe o esquecimento não apenas pelo seu gênero, mas por sua cor, pela sua luta que foi constante em libertar o povo negro.

    Portanto, a nova produção da Editora Corvus, me cativou por me conceder a oportunidade de conhecer mais mulheres incríveis, fugindo do clichê e usando o talento das escritoras para criar perspectivas por vezes até mais bondosas que a sociedade foi para com essas mulheres.

    Mas, alguns contos não são agradáveis devido uma certa urgência em passar sua história, parece que houve um receio de não conseguir transmitir tudo que queria e optaram por acelerar a narrativa e a construção do personagem principal.

    Também não gostei da capa, apesar de ter gostado das pequenas ilustrações que marcam cada começo de capítulo, acredito que o trabalho da capa é ótimo, mas não conversa com o que o livro quer passar.

    Entretanto, gostaria de destacar o meu conto favorito,  o “Toda batalha deve ser lembrada”, da Mariana Madelinn, que reinventou Zacimba Gaba. Este foi totalmente comovente, causando aqueles arrepios de emoção na espinha, um perfeito equilíbrio de força, luta, enquanto abriu espaço para compaixão, lealdade, amizade, ternura e religiosidade.

    Fugindo do padrão da cultura pop, que tem a péssima mania de mostrar mulheres fortes, mas que são frias e indiferentes as relações e sentimentos humanos. 

    VEREDITO

    Como expliquei, alguns contos possuem uma narrativa muito acelerada, transformando em algo esquecível, sem carisma, ou seja, bem fraco, o que foi responsável por arrancar alguns pontos no momento de avaliação.

    Porém, outros fugiram da curva de abordar apenas as mulheres mais famosas, apresentando para o público aquelas cuja sociedade tenta esconder em seus porões dos preconceitos.

    Dentro desses que mais cativam, a narrativa e o perfeito gosto de força e característica de uma mulher que mesmo sendo uma heroína, continua sendo humana, e isso, as autoras conseguiram transparecer um trabalho mais fiel e sem romantizações forçadas.

    Nossa nota

    3,5/5,0

    Editora: Corvus

    Diversas autoras

    Páginas: 200

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