CRÍTICA – Quando Finalmente Voltará a Ser Como Nunca Foi (2016, Joachim Meyerhoff)

    Quando Finalmente Voltará a ser Como Nunca Foi é um livro narrado como se fosse um memoir, pelos olhos do pequeno Joachim, ou Jocki como gosta de ser chamado, que cresceu em uma casa na propriedade do Hospital Psiquiátrico de Hesterberg, na cidade de Schleswig, Alemanha, onde seu pai trabalha, e nos foi cedido para crítica pela editora Valentina.

    SINOPSE

    Isso é normal? Crescer entre centenas de pessoas com deficiência física e mental, como o filho mais novo do diretor de um hospital psiquiátrico para crianças e jovens? Nosso pequeno herói não conhece outra realidade – e até gosta muito da que conhece. O pai dirige uma instituição com mais de 1.200 pacientes, ausenta-se dentro da própria casa quando se senta em sua poltrona para ler. A mãe organiza o dia a dia, mas se queixa de seu papel. Os irmãos se dedicam com afinco a seus hobbies, mas para ele só reservam maldades. E ele próprio tem dificuldade com as letras e sempre é tomado por uma grande ira. Sente-se feliz quando cavalga pelo terreno da instituição sobre os ombros de um interno gigantesco, tocador de sinos.

    ANÁLISE

    Quando Finalmente Voltará a ser Como Nunca Foi é um romance tragicômigo que fala de uma família “normal” vivendo em meio aos “loucos” e que usa desse artifício para falar do relacionamento disfuncional dos personagens entre si, que nada mais é do que o retrato de uma família que poderia ser a sua ou, no mínimo, a de alguém muito próximo a você.

    VEREDITO

    Neste livro, ao narrar algumas situações, Joachim Meyerhoff nos mostra como foi sua vida peculiar sem a pretensão de fazer uma grande reflexão e/ou dar sentido a elas, apenas expressando como elas o fizeram se sentir na época e como ele as vê agora, tudo do ponto de vista pessoal e muito particular. 

    Por se tratar de um livro autobiográfico, pode não agradar aos leitores que buscam uma ficção; e para os que já leram alguma história que se passa em uma grande instituição seja ela em um hospital, prisão, hospital… escola de magia… ou outro qualquer, é inevitável o virar das páginas ávido por personagens únicos e marcantes, que infelizmente não encontramos aqui.

    Eu não me prendi à obra de Meyerhoff e tive dificuldades em terminar as 348 páginas, mas toda história deve ser contada e principalmente para o público certo, talvez, você seja esse público. Por isso, lembre-se: uma crítica nunca é, nem será uma verdade absoluta. 

    Nossa nota

    1,5 / 5,0

    Editora: Valentina

    Autor: Joachim Meyerhoff

    Páginas: 348

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