CRÍTICA – A Cor Que Caiu do Espaço (2020, Skript)

    “A emoção mais antiga e mais forte da humanidade é o medo, e o mais antigo e mais forte de todos os medos é o medo do desconhecido.” (H. P. Lovecraft)

    O pai do horror cósmico transcendeu sua existência através da imaginação, criando seus próprios personagens repletos de mistérios em um mundo subversivo como, por exemplo, a figura de Cthulhu – tão ou mais famoso que seu criador. Muitos dos mitos atribuídos a Lovecraft foram criados por outros autores antes dele, mas foi sua visão e compartilhamento de ideias que incentivou os escritores de sua época, ou após, a tornassem tudo maior e mais rico em detalhes.

    A Editora Skript lança mais uma obra imperdível do autor através da campanha de financiamento coletivo bem-sucedida pelo Catarse. A graphic novel A Cor Que Caiu do Espaço é uma adaptação do conto homônimo publicado originalmente em 1927, e que agora está em pré-venda na Amazon.

    O conto foi a única história que H. P. Lovecraft publicou em Amazing Stories, a revista pulp concorrente da Weird Tales. A trama se passa em Arkham, quando o fazendeiro Nahum Garden se depara com uma espécie de meteoro em sua fazenda. Eventos bizarros começam a afetar do solo aos animais e uma cor estranha parece ser a responsável por todos esses acontecimentos.

    Este é considerado um dos trabalhos mais assustadores do autor, mesmo nos dias de hoje. Além de ser um dos emblemáticos representantes do típico horror cósmico de Lovecraft, também é a mais influente ficção científica de sua carreira. Em 2020, foi levado para o cinema com Nicolas Cage como protagonista.

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    ANÁLISE

    Retornando à trama, no momento em que uma espécie de meteoro cai na fazenda, uma série de acontecimentos anormais passa a ocorrer, e a causadora disso tudo parece ser uma cor estranha, que estava no interior do meteoro. Os moradores estão assustados, mas como isso vai terminar?

    O roteirista Romeu Martins reconheceu a difícil, admirável e árdua missão de adaptar o conto de forma magistral. A sua narrativa contém as principais características lovecraftinianas além do mistério intenso que sempre está à nossa volta, ele nos envolve com elementos inquietantes que nos fazem questionar cada vez mais sobre o que está por vir.

    Como citado anteriormente, reforço que não é fácil adaptar o material de H. P. Lovecraft devido à adversidade em reproduzir o horror cósmico, mas os ilustradores transformaram o material em algo ainda mais especial. O traço presente nesse quadrinho é estupendo, o contraste do preto e branco com a cor magenta deu um ar singular à leitura, de maneira semioticamente encantadora, entregando uma subversão completa no ato da leitura.

    VEREDITO

    A Cor Que Caiu do Espaço é grandiosa; a adaptação sabe como nos instigar a querer saber mais sobre o desconhecido, daquilo que somos incapazes de compreender e de nossa inferioridade diante do espaço.

    É uma graphic novel extremamente recomendada inclusive para àqueles que querem iniciar o gênero ou conhecer ainda mais as obras de Lovecraft.

    Nossa nota

    Editora: Skript

    Autor: Romeu Martins (Autor)

    Ilustradores: Val Oliveira, Sandro Zambi e Fred Rubin

    Páginas: 56

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