CRÍTICA – Andor (1ª temporada, 2022, Disney+)

    O anúncio de Andor chegou para mim como um enorme alerta. Alerta de que a série não teria nada novo para apresentar, e também um alerta de que ela se apoiaria na nostalgia já estabelecida no passado pelo legado Skywalker. Minha alegria foi testemunhar ao longo dos episódios da série o quão errado eu estava. Andor se mostra como um respiro em meio às repetições narrativas presentes na franquia, provando como o mundo de Star Wars pode ser vasto, diverso e maduro.

    A 1ª temporada de Andor é pesarosa, dolorida e mostrou muito do que ficou subentendido dos prequels. Explora o quão brilhante Star Wars pode ser, mesmo em meio ao caos estabelecido pela Disney.

    SINOPSE

    Em uma era repleta de perigo, enganação e intriga, Cassian Andor descobrirá a diferença que ele pode fazer em uma luta contra o tirânico Império Galático. Ele embarca em uma jornada que está destinada a torná-lo no herói rebelde que conhecemos em Rogue One: Um História Star Wars.

    ANÁLISE

    Andor

    Durante o lançamento de Andor, fiquei imensamente surpreso por receber antecipadamente os 4 primeiros episódios da série. Um aspecto interessante disso, é entender como esses primeiros episódios liberados nos causam uma falsa sensação de incompletude. Isso porque parecia faltar algo na trama da série algo capaz de transformar o Cassian do primeiro episódio, no Cassian que conhecemos quando o vimos pela primeira vez durante os acontecimentos de Rogue One.

    Como era de se esperar, dado os detalhes explicitados acima, o desenvolvimento de Andor é lento, e nos apresenta a construção daquele mundo e o desenvolvimento de como Cassian Andor passa a desenvolver a revolta responsável por torná-lo o líder e o espião rebelde que conhecemos.

    A princípio, como entendemos Cassian com o jovem ladrão que habita a Ferrix – que parece ter como único objetivo para viver encontrar sua irmã, há muito separada – entendemos sua relutância por tomar um partido contra o controle do Império Galáctico de Palpatine que dura 18 anos.

    Andor

    A ambientação do mundo ao qual somos apresentados desde os primeiros minutos da série não é místico, não nos apresenta Jedi ou Sith.

    Andor nos apresenta os mais intrínsecos aspectos das vivências humanas e de como eles relacionam as batalhas diárias dos seres comuns contra a máquina de moer gente do Império – que é alimentada não por monstros ou entidades poderosas, mas por corporações e pessoas ruins, de índoles duvidosas que farão de tudo para oprimir e castigar qualquer um que se ponha contra a missão impiedosa do Império de controlar e limar qualquer esperança de vitória que exista na galáxia.

    RETORNO A UMA GALÁXIA CONHECIDA, EM UMA VIAGEM INTEIRAMENTE NOVA

    Andor

    Enquanto mergulhamos na história de Andor, testemunhamos o retorno e a reaparição de alguns personagens já conhecidos. Além de Cassian Andor, vivido por Diego Luna, testemunhamos o retorno de Mon Mothma (Genevieve O’Reilly) e Saw Gerrera (Forest Whitaker). Quando vimos Saw pela primeira vez em sua versão live-action em Rogue One, testemunhamos que seu distanciamento de sua pupila a época, Jyn Erso havia se distanciado do homem que havia jurado protegê-la quando sua mãe foi morta e seu pai tomado pelo Império – na série entendemos o porquê.

    Além de Cassian, Mon e Saw, temos a apresentação de novos personagens que acabam por dar a trama inúmeros níveis de profundidade. Do lado da resistência, conhecemos Maarva Andor (Fiona Shaw), Luthen Rael (Stellan Skarsgård), Bix Caleen (Adria Arjona) e Vel Sartha (Faye Marsay). Do lado do Império, testemunhamos o pior que há na humanidade, na pele de Syril Karn (Kyle Soller), Dedra Meero (Denise Gough) e Major Partagaz (Anton Lesser).

    A apresentação de novos mundos, e a belíssima ambientação tornam Andor parte de um lindo universo conhecido, no qual a série parece se encaixar perfeitamente nos anos que antecedem Rogue One. O retrofuturismo e os rutilantes novos mundos com suas peculiaridades são algo que nos fazem ficar na beirada do assento em diversas sequências, Aldhani é um belo exemplo disso.

    Andor

    Um brilhante aspecto de Andor é como é mostrado de diversas maneiras como a presença do Império é nociva e tende a destruir os planetas que tomam controle. Um grande exemplo disso é Kenari, planeta no qual Cassian nasceu, mas que após um desastre causado pelo Império, deixou de ser habitável e era extremamente venenoso.

    Com planetas como Aldhani, Ferrix e Morlana One, vemos como a presença do Império é desoladora e tende a oprimir seus habitantes/visitantes – isso sem falar de Narkina 5, o planeta prisão onde um dos arcos mais interessantes da série se desenrola.

    VEREDITO

    Andor é altamente volátil, assim como a galáxia no período na qual é ambientada. Os perigos podem surgir de onde menos se espera. Como uma bela homenagem à Star Wars, a franquia alça novos ares enquanto preenche o período de tempo em que existe um vácuo de informação, que aos poucos está sendo preenchido por Andor no período que sucede os acontecimentos de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith, pós ascensão do Império.

    Ambientada cerca de 5 anos antes dos eventos de Rogue One e Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança, a série é feliz em nos ambientar à polarizada galáxia, na qual pessoas perversas, apoiadores do Império exibem com orgulho o apoio ao regime totalitário, tudo isso sem se importar com quem sofre, ou com planetas que são destruídos.

    Em um momento em que é necessário se levantar, se revoltar, a Rebelião precisa fazer mais pela galáxia do que ela acredita ser necessário, indo até as últimas consequências. Andor é adulta, madura e não tem medo de mostrar até onde por vezes precisamos ir para lutar contra grandes inimigos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer da série:

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