CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E3: Smoke Signals

    O terceiro episódio de Dexter: New Blood, intitulado Smoke Signals, já está disponível na Paramount+. Dirigido por Sanford Bookstaver e roteirizado por David McMillan, o novo capítulo da saga de Jim Lindsay (Michael C. Hall) amplia a narrativa da trama, explorando personagens e afunilando o drama vivido pelo personagem.

    O texto a seguir possui spoilers do episódio.

    SINOPSE

    A investigação que Dexter causou está tornando difícil para ele acertar as coisas com Harrison (Jack Alcott), que fez seu nome na escola como membro da equipe de luta livre.

    ANÁLISE

    Parece que voltamos para os trilhos com esse novo episódio de Dexter: New Blood. Se Storm of Fuck foi um capítulo de transição, repleto de diálogos e desenvolvimento de outros personagens, Smoke Signals foca sua atenção no personagem principal da trama.

    A investigação da morte de Matt Caldwell (Steve M. Robertson) está chegando cada vez mais perto de Dexter. Ao escolher uma vítima tão poderosa em uma cidade pequena, Dexter não contava com todos os recursos que Kurt Caldwell (Clancy Brown) possuía para encontrar o filho desaparecido.

    Com direito a trabalho de perícia de sangue, protagonizado pelo desajeitado Damian Church (Aaron Andrade), o seriado volta para às suas origens e estabelece um clima de tensão sobre os rumos da investigação. O roteiro de David McMillan cria, a todo momento, empecilhos para que Dexter não consiga se livrar do corpo de Matt, e entrega algumas das melhores cenas de Debra (Jennifer Carpenter) nessa temporada – até o momento.

    O relacionamento entre Dexter e Harrison segue sendo uma das melhores partes do seriado, apesar da trama paralela dificultar a aproximação dos personagens. Toda a cena entre Angela (Julia Jones), Audrey (Johnny Sequoyah), Harrison e Dexter na mesa do jantar é bem significativa, pois aborda um ambiente saudável e estável de uma família comum.

    Ainda há uma sensação de que alguns personagens de Dexter: New Blood não possuem nomes. Por não causarem grande impressão, mesmo tendo um certo desenvolvimento, é difícil lembrar o nome deles ao término dos episódios. Considero isso algo negativo, pois quando há muitas histórias a serem abordadas, pouco se foca no que é necessário.

    O trabalho de direção de Sanford Bookstaver nesse episódio é seguro, principalmente nas cenas que temos Dexter sozinho, tentando resolver seus problemas. A perspicácia no trabalho de perspectiva, que faz os atores Fredric Lehne e Clancy Brown parecerem ter a mesma altura, e os coloca como os possíveis assassinos da trama, é algo muito interessante. Entretanto, depois desse episódio, minha aposta é que Kurt é o assassino metódico da cabana.

    O roteiro de McMillan estabelece, também, mais dúvidas sobre o passado de Harrison. Além de um menino gênio, Harrison possui habilidades de autodefesa que ele delega ao fato de ter vivido em lares adotivos. Entretanto, junte isso ao fato de existir uma carta que nem Dexter lembra de ter escrito, e as teorias começam a se formar na mente das pessoas.

    Esse passado obscuro é instigante, ainda mais quando consideramos a natureza de Dexter e também o trauma de Harrison com a morte de Rita (Julie Benz). Sua trama tem sido o que mais me agrada na nova temporada, além da ótima relação entre ele e Dexter.

    Para além de apenas uma construção de narrativa, Smoke Signals permite navegarmos ainda mais pelos pensamentos e ânsias de Dexter, aqui uma figura híbrida entre o assassino cruel e o pai obstinado a fazer o que é certo. Suas falhas e erros são um ponto de vista distinto e ainda inexplorado, que abrem diversas possibilidades.

    CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E3: Smoke Signals

    Confesso que a escolha de dar cabo do corpo de Matt daquele jeito foi um tanto duvidosa, visto que chama bastante a atenção e corre o risco de espalhar o DNA do morto por parte da cidade – que, até aquele momento, contava com cães farejadores. Ainda existem muitas surpresas para os próximos capítulos de Dexter: New Blood.

    Mesmo com esses desdobramentos, e uma certa corrida contra o tempo, Smoke Signals encontra espaço para explorar um pouco do modus operandi do assassino em série. Entretanto, sua forma de agir é um pouco… decepcionante. Após prender a vítima por dias em cativeiro, ele a soltou em local aberto e a abateu com um tiro. Nada além disso.

    Após a morte, o assassino em série limpa o corpo e parece embalsamar a vítima, como em um processo funerário. O que ele faz depois com os restos mortais, só saberemos no futuro. Entretanto, não é de se duvidar que ele guarde como prêmio – e por isso Angela não consegue encontrar os corpos das diversas vítimas feitas pelo serial killer.

    Dentre os três episódios lançados até agora, Smoke Signals foi o que teve o ritmo mais rápido, mas que explorou possibilidades concretas, largando pistas o tempo todo do que pode vir a acontecer em um futuro próximo. Afinal, se Kurt afirma que fez um FaceTime com seu filho, talvez uma nova trama precise tomar o lugar da investigação atual.

    VEREDITO

    Smoke Signals é um episódio de transição interessante e se sai melhor do que Storm of Fuck, tanto em execução, quanto em premissa. Mesmo não sendo tão bom quanto o primeiro episódio, é ainda assim uma ótima adição a temporada.

    3,9/5,0

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