CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E7 Skin of Her Teeth

    O sétimo episódio de Dexter: New Blood, intitulado Skin of Her Teeth, já está disponível na Paramount+. Roteirizado por Veronica West, Kirsa Rein e Alexandra Salerno, o mais recente capítulo da saga de Jim Lindsay (Michael C. Hall) é dirigido por Sanford Bookstaver.

    O texto a seguir terá spoilers do episódio.

    SINOPSE

    Dexter passa de predador a protetor por causa da preocupação de que um serial killer esteja de olho em alguém por quem ele se preocupa profundamente.

    ANÁLISE

    Finalmente chegamos aos momentos cruciais da trama de Dexter: New Blood. Neste episódio, Kurt Caldwell (Clancy Brown) e Dexter colocam as cartas na mesa, expondo cada movimento do complicado jogo criado pelos serial killers.

    Entretanto, é difícil não se sentir frustrado com as saídas fáceis de roteiro propostas nesse episódio e no anterior (Too Many Tuna Sandwiches). Kurt descobriu que Dexter foi o responsável pela morte de seu filho, tudo isso com base em uma fuligem que apareceu em sua jaqueta ao chegar bêbado em casa. A pobreza na condução desse plot é triste, pois existiam várias outras formas de desenrolar essa situação.

    De qualquer forma, chegamos ao embate entre serial killers e às consequências que respingam em seus filhos. A desculpa de Kurt para o DNA encontrado no corpo de Iris (Jessica Perry), amiga de Angela (Julia Jones), foi conveniente, mas sua saída poderia ser dificultada com base em um depoimento de Molly (Jamie Chung) sobre a cabana e a forma como ele tentou sequestrá-la.

    Ou ainda: se o pai de Kurt foi o responsável pela morte de Iris, por que Kurt não quis que a polícia investigasse aquela caverna especificamente? Ocultação de cadáver não é considerado crime? Sua interferência na investigação em andamento sobre o sumiço de seu filho também poderia ser tipificada. Unindo todos os pontos, seria tão fácil assim deixá-lo escapar?

    A verdade é que a forma irracional que Dexter vem agindo ao longo dos últimos episódios criou plots que não se sustentam. Junte isso a uma montagem preguiçosa – como aquele encerramento abrupto após a cena da cadeia – e você tem uma trama que mais se arrasta do que surpreende.

    CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E7 Skin of Her Teeth

    Neste episódio finalmente tivemos um mini confronto entre Harrison (Jack Alcott) e Dexter. A situação, que foi postergada inúmeras vezes, também aconteceu de forma abrupta, com Dexter simplesmente aparecendo na hora certa para ajudar o filho. Devido à péssima montagem, que elenca outras situações entre um momento e outro, você até esquece que ele estava invadindo o escritório de Kurt momentos antes desse acontecimento.

    Dexter: New Blood deveria ser sobre a relação de Harrison e Dexter, e são esses momentos que eu mais espero a cada novo episódio. Entretanto, o roteiro dá voltas e voltas em personagens desnecessários e situações vazias, e pouco trabalha de fato o relacionamento entre os dois.

    Um exemplo de personagem desnecessária: Audrey (Johnny Sequoyah). Mais uma vez, ela faz uma breve ponta no episódio, mostrando o quão deslocada da trama ela está. Talvez ela possa ser a próxima vítima de Kurt, sendo uma ação em represália à investigação de Angela, ou uma primeira vítima de Harrison. Sua situação gira em torno dessas possibilidades, o que, sinceramente, é muito difícil de se importar.

    A lista de personagens desnecessários para a trama se alastra a cada novo episódio, mas é interessante fazer (por vezes) uma reflexão sobre aqueles que já apareceram, mas nunca mais foram vistos: alguém lembra de Edward (Fredric Lehne), o bilionário que serviu apenas de bait nos primeiros episódios?

    Agora vamos mudar o foco para outra personagem importante da história. Angela, que até então estava focada em descobrir o paradeiro de várias mulheres desaparecidas, agora vai seguir os passos de Dexter… Mesmo depois de ter descoberto o corpo de sua amiga em uma das cavernas. Mesmo depois de saber que Kurt tinha um bunker em uma cabana abandonada no meio do nada. Mesmo depois de saber que Molly quase foi sequestrada pelo sujeito.

    CRÍTICA | Dexter: New Blood – S1E7 Skin of Her Teeth

    Skin of Her Teeth passa a impressão de que apenas alguns segmentos do episódio valeram a pena. E se colocarmos na balança, basicamente todos os últimos episódios se resumiram a esses pequenos (e por vezes surpreendentes) momentos da história. Se nós espectadores conseguimos pensar melhores saídas para inúmeras situações construídas, por que os idealizadores não conseguem fazer o mesmo?

    Felizmente, em meio a esse amontoado e situações, tivemos a breve aparição de John Lithgow como Trinity em um flashback assustador. Por mais fanservice que a situação seja, nem ela serve para salvar este episódio.

    VEREDITO

    Skin of Her Teeth escancara o quanto a condução de Dexter: New Blood está perdida em suas próprias reviravoltas. Com saídas fáceis e uma montagem preguiçosa, o episódio possui 10 minutos interessantes e, o restante, se resume a escolhas criativas duvidosas.

    Nossa nota

    3,0/5,0

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