CRÍTICA – Entergalactic (1ª temporada, 2022, Netflix)

    Durante a experiência humana, o amor e sua expressão como um todo é uma das mais complexas formas de se entender e, partindo deste princípio, não existe uma fórmula específica para se determinar o amor e as construções de relacionamento. Com essa ideia ao lado da combinação de muita música e psicodelia foi lançada no serviço de streaming Netflix a animação Entergalactic.

    O titulo do longa é homônimo do mais recente álbum do músico Kid Cudi que tem um elenco muito qualificado tanto na música quanto em atuação.

    Além de Kid Cudi também estrelam o time de dublagem: Jessica Williams (Animais Fantásticos), Timothée Chalamet (Duna), Laura Harrier (Infiltrado na Klan), os rappers Ty e 070 Shake além das participações de Macaulay Culkin, Keith David e Jaden Smith  em uma história de amor moderna e muito intensa.

    SINOPSE

    Entergalactic acompanha Jabari (Kid Cudi), um jovem artista batalhando para ganhar a vida em Nova Iorque e alavancar sua carreira. Quando ele conhece Meadow (Jessica Williams), sua nova vizinha, a vida dos dois é conectada pelo amor à música e eles acabam se envolvendo em uma intensa história de amor.

    ANÁLISE

    Apesar de um começar de forma lenta que inicialmente dificulta uma conexão mais profunda com os personagens, acredito que Entergalactic é uma das melhores animações de 2022. Afinal, quando se consegue entrar no ritmo da produção temos um romance digno de emocionar até os mais gelados corações.

    A reflexão mais importante sobre a história gira em torno da construção de relacionamentos, como eles surgem e a procura inconsciente pela sua pessoa ideal. No caso de Entergalactic, Jabari e Meadows tem o acaso de serem vizinhos de porta e uma festa barulhenta colocar um na vida do outro.

    O roteiro é muito consciente em relação ao que deseja contar para o espectador, uma história de amor realista, com uma dinâmica moderna e madura sobre essa construção de relacionamento em uma época que muitas pessoas se relacionam em níveis e formas diferentes.

    Outro ponto que particularmente me agrada em relação a história é ser um romance entre pessoas pretas, tratando de um tema relevante como relacionamento, tendo um dialogo simbolicamente realista com o espectador sem estereotipar as figuras masculina e feminina na narrativa.

    Jabari, o nosso protagonista, tem encontros casuais com Carmen (Harrier) sua ex-namorada, porém o seu mundo ganha outra dinâmica ao conhecer Meadows e vemos a evolução gradativa deste relacionamento.

    Geralmente em romances ou comédias românticas existe uma extrapolação da realidade, na qual é possível se identificar com o conceito do romance, mas ainda é distante de como as coisas verdadeiramente se constroem.

    Apesar de ser uma animação, é muito claro se identificar com as construções de vínculo que são mostradas, principalmente quando conhecemos as perspectivas dos amigos do casal principal, além de falar de outros temas relevantes como os aplicativos de relacionamento.

    Assim como em todo o romance, o tom de dramaticidade na jornada de formação deste casal também é muito interessante e podemos sentir na mesma proporção ao longo de todo o caminho, sejam os bons ou maus momentos.

    A conclusão da história segue o que se espera de todo romance, porém a satisfação de que tudo acabe bem entre este casal é muito cativante pela simbologia construída em torno da importância um para o outro no momento de ausência.

    VEREDITO

    Entergalatic é uma animação romântica que aborda de forma mais realista os padrões modernos de relacionamento que existem no mundo atual, não deixando de aquecer o coração do espectador com um casal tão cativante e nos compelindo a torcer pelo final mais feliz para ambos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    Entergalctic está disponível na Netflix.

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