CRÍTICA – Lupin (Parte 2, 2021, Netflix)

    Os cinco episódios da Parte 2 de Lupin já estão disponíveis na Netflix. Complementando os acontecimentos da Parte 1, lançada em janeiro deste ano, os novos capítulos dão andamento ao arco de Assane Diop (Omar Sy) e seu arquiinimigo Hubert Pellegrini (Hervé Pierre).

    SINOPSE

    Inspirado nas aventuras de Arsène Lupin, o ladrão cavalheiro Assane Diop sai para vingar seu pai de uma injustiça feita por uma família rica.

    ANÁLISE

    A Parte 2 de Lupin começa exatamente onde a Parte 1 terminou. Acompanhamos o desenrolar do sequestro de Raoul (Etan Simon) e os próximos passos do plano de Assane para vingar seu pai, Babakar Diop (Fargass Assandé), que foi falsamente incriminado por um roubo.

    A sensação que temos é que a segunda parte de Lupin é o clímax de uma primeira temporada. A Netflix vem, cada vez mais, apostando nesse modelo de temporada dividida, liberando menos episódios em períodos espaçados. A aposta é justificada: os cinco episódios são eletrizantes e cheios de ação.

    Pensando nessas duas partes como uma única temporada, devo dizer que o arco desta história fechou de forma bem satisfatória. Já se sabe que teremos uma continuação, o que garante que a história de Assane, atrelada à simpatia de Omar Sy, ainda tem muito a ser explorada.

    O roteiro possui algumas derrapadas, assim como na primeira parte. Algumas definições facilitadas, além de conveniências de roteiro. Entretanto, todos esses pequenos defeitos acabam ficando em segundo plano por causa da ótima presença de tela de Omar Sy. Além disso, Antoine Gouy (intérprete de Ben) possui bem mais espaço nos novos episódios, formando uma ótima dupla com Omar Sy.

    Outro ator que ganhou espaço é Soufiane Guerrab, que interpreta o policial Guedira. Seu personagem consegue balancear a trama de Assane e está em perfeita harmonia com as histórias clássicas de Lupin.

    Um dos pontos positivos da Parte 2 é mostrar que Assane também pode errar. Seu rival está à altura de sua inteligência, e seus recursos são ilimitados. Ele está exposto, sua família está exposta e essa situação o coloca à beira do limite, obrigando que o personagem saia da zona de conforto dos golpes e jogos.

    Lupin sabe beber muito bem do material base de Maurice Leblanc, trazendo referências a momentos clássicos do personagem literário. O roteiro de George Kay, atrelado ao ótimo time de diretores, faz a duração dos episódios passar rapidamente. Mesmo com uma média de 40 minutos, você quase não sente a maratona, sendo um produto perfeito para o modelo Netflix.

    CRÍTICA - Lupin (Parte 2, 2021, Netflix)

    Assim como na primeira parte, o debate sobre racismo está novamente presente nesses episódios. O conceito criado por Assane logo no início da série (você me viu, mas não me enxergou), segue presente em quase todas as situações, principalmente quando acompanhamos o passado do personagem. Mesmo sendo um homem procurado em toda a França, ele passa despercebido em meio aos ricos da alta sociedade.

    VEREDITO

    Poucos produtos originais da Netflix conseguiram se valer tanto do carisma e charme de seu protagonista como Lupin. Omar Sy é natural, hipnotiza a audiência e entrega um grande entretenimento para o público. O seriado consegue levantar debates interessantes ao mesmo tempo que traz boas cenas de ação. Isso tudo sem grandes efeitos especiais.

    Mesmo com algumas derrapadas de roteiro, é uma série com grandes méritos e que realmente te deixa com vontade de assistir a mais episódios.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Assista ao trailer:

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