CRÍTICA – Periféricos (1ª temporada, 2022, Prime Vídeo)

    Tempo é algo complexo pois passado, presente e futuro são entrelaçados em um único fio continuo que molda toda a história, assim como na cultura pop, que na época das grandes transfigurações de realidade uma viagem no tempo é uma ótima pedida.

    A série Periféricos é uma adaptação do livro The Peripheral escrito por William Gibson e produzida pela dupla Jonathan Nolan e Lisa Joy, responsáveis pelo seriado Westworld.

    O elenco conta com Chloë Grace Moretz, Gary Carr, Jack Reynor, T’Nia Miller e Katie Lung tendo a sua primeira temporada um total de oito episódios lançados semanalmente no período de 21 de outubro e 2 de dezembro no serviço de streaming Prime Video.

    SINOPSE DE PERIFÉRICOS

    Ambientado em um futuro próximo, Periféricos acompanha Flynn (Chloë Grace Moretz), uma jovem mulher vivendo de forma tranquila como garçonete em uma pequena cidade do interior. Quando seu irmão, Burton (Jack Reynor), retorna da Marinha, ela descobre que ele conseguiu emprego como segurança em uma empresa de tecnologia, mas para sua surpresa o trabalho acontece em uma realidade virtual hiper-realista. Burton permite que Flynn tenha uma experiência utilizando a tecnologia, mas quando adentra esse universo digital, ela se depara com uma conspiração violenta.

    ANÁLISE

    periféricos - prime video

    Com uma narrativa que sabe ser complexa até ao limite que se propõe, a série não traz nenhum conceito inovador ou algo que seja muito diferente de outras franquias como Blade Runner, Altered Carbon ou até mesmo Westworld, cujo os produtores idealizaram esta adaptação mas sabem dialogar com um momento tecnológico muito atual.

    Em um mundo moderno que já se fala em conceitos como Metaverso em redes sociais não se mostra tão distante do que é mostrado no seriado com os periféricos, corpos robóticos que podem acomodar um consciência humana, e isso é um bom elo para conectar o espectador com a narrativa.

    O conceito de ramificação temporal e como ele funciona na narrativa não é um desafio para se entender, pois o roteiro é expositivo para que se deixe claro a engrenagem quântica que permite futuro e passado se comunicarem inclusive utilizando a perspectiva de Flynn para conhecermos este mais virtual do que realista.

    Falando na protagonista Flynn, muito bem interpretada por Chloë Grace Moretz, temos uma excelente combinação entre coragem e curiosidade em relação ao desconhecido para entender como o mundo que conhece se tornou aquele paraíso apocalíptico.

    Interessante destacar como a interpretação da atriz gera uma boa química com todos os núcleos seja na relação com seu irmão e amigos, quanto com Wilf (Garry Carr) ou até mesmo com os representantes das forças antagônicas que protagonizam o conflito no futuro simbolizados por Cherise (T’Nia Miller) e Lev Zubov (J. J. Field).

    A narrativa do futuro ainda traz um mistério em torno de um roubo de dados que insere indiretamente Flynn neste conflito através de Aelita (Charlote Riley) que planeja se vingar destes grupos.

    Se tratando de aspectos técnicos a série entrega um trabalho competente em direção, com ótimas cenas de luta que são sabiamente utilizadas em toda a temporada e em ambos de seus núcleos.

    Periféricos não é uma série que aborda viagem no tempo apenas pela ideia do futuro distópico, mas também discute assuntos tão complexos quanto a seu próprio gênero como os dilemas morais dos personagens e até a complexa luta de classes que ocorre em ambos os cenários.

    No presente, o antagonista desta primeira temporada é Corbell Pickett (Louis Herthum) um homem poderoso da cidade que controla tudo desde do que é ilícito até a própria lei tendo o xerife da cidade no seu bolso.

    Ao utilizar duas narrativas que sempre tem algum tipo de desdobramento, o roteiro se torna uma história dinâmica e consegue, pelo menos nesta primeira temporada, evitar a monotonia e manter a curiosidade a respeito dos papéis de alguns personagens.

    Ainda tendo duas tramas que envolvem mistério e tensões políticas o grande foco da história ainda é o próprio tempo e como a manipulação dele para seu próprio benefício inclusive sendo a sua utilização um dos desfechos desta primeira temporada.

    VEREDITO

    A série Periféricos é uma narrativa que mesmo trazendo um conceito complexo consegue utiliza-lo de forma competente para trazer uma trama intensa, reflexiva, com ótimos diálogos e grandes cenas de ação e muitos mistérios.

    Nossa nota

    4,0/5,0

    Confira o trailer:

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