Round 6 é uma série sul coreana que está no top 10 da Netflix, sendo um dos produtos originais da gigante do streaming.
SINOPSE
Um grupo de pessoas em situação complicada financeiramente é convidada para participar de um jogo que dá uma bolada em dinheiro de premiação.
Todavia, o que eles não sabem é que a luta pelo prêmio é também por suas vidas, pois o jogo é macabro e mortal.
ANÁLISE
Não tem como não relacionar de cara Round 6 com Alice in Borderland, série japonesa que também faz parte do catálogo da Netflix. Por mais que existam diversas semelhanças entre as duas, Alice tem um caráter mais num formato de dorama, com uma trama mais rocambolesca e teen, mas com muita qualidade estética e em seu roteiro.
Já em Round 6, a proposta é muito mais macabra, pois traz no aspecto social uma alegoria bastante incomodativa, uma vez que a ideia é provocar uma quantidade absurda de sentimentos revoltantes.
Começando pela produção e direção, visto que os cenários coloridos e as brincadeiras lúdicas nos trazem um desconforto inquietante sobre a nossa infância, dando um soco no estômago dos mais nostálgicos. A estética futurista, com uma trilha sonora irritante nos deixam desconfortáveis com a proposta diferenciada da série. Além disso, o roteiro é surpreendente, visto que as reviravoltas e decisões inteligentes dos protagonistas e antagonistas são excelentes. cada personagem tem uma função e a exerce muito bem, com viradas estratégicas, tapando todos os furos possíveis do roteiro. Por mais que algumas situações pareçam forçadas, logo o texto se modifica e entrega uma explicação plausível para aquilo, mesmo que não seja satisfatória algumas vezes.
As atuações são muito eficazes, trazendo bons momentos e com um trabalho eficiente de um elenco comprometido com seus personagens. Por mais que não exista nenhum grande nome, há um trabalho cirúrgico em cada uma das personas de Round 6.
Uma crítica social importante em Round 6
Round 6 se destaca por suas qualidade técnicas, mas o recheio é a parte mais importante desse bolo.
A forte crítica ao sistema capitalista e, principalmente, aos governos que nos vendem uma falsa democracia são os principais destaques da trama.
O roteiro a todo o momento nos mostra os principais problemas de um sistema financeiro predatório que promove a competição entre as pessoas e coloca o dinheiro acima de tudo. Por mais que os personagens coloquem sua vida a própria sorte em Round 6, o jogo é muito mais justo do que o cotidiano de cada um deles, pois pelo menos há uma chance de sobrevivência.
Seja por dificuldades impostas pelos nossos erros, seja por nascermos em um lugar que ceifa nossa liberdade e nos garante miséria, todos temos uma história difícil e Round 6 deixa isso muito claro em sua alegoria. O segundo episódio chamado “Inferno” é o mais marcante por mostrar como o sistema funciona e como nosso jogo diário é mais cruel do que colocar centenas de pessoas para lutarem entre si pelo seu lugar ao sol. Uma cena emblemática surge em uma votação, onde um dos personagens se exalta e um dos “dummies” aponta uma arma para ele dizendo que o sistema é justo e que o homem exaltado está ferindo a democracia tentando lutar, um espetáculo a parte dentro de uma ideia genial.
VEREDITO
Com uma proposta interessante e um texto magnífico, Round 6 é uma produção sensacional da Netflix. Para quem busca uma excelente reflexão e uma obra perturbadora, a série é um baita investimento, pois entrega uma ideia perturbadora, mas muito real.
A pergunta que fica é a seguinte: estamos jogando pelas nossas vidas da forma certa? Veja Round 6 e entenda. Confira uma das melhores séries do ano assim que puder, pois vale demais a pena.
4,5/5,0
Confira o trailer de Round 6:
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