CRÍTICA – The One (1ª temporada, 2021, Netflix)

    The One é a nova série original da Netflix que estreia no dia 12 de março. Baseada no livro homônimo escrito por John Marrs, a produção apresenta uma realidade onde os “matchs” entre casais são feitos via análise de DNA e garantem que você encontrará o seu único e verdadeiro amor eterno.

    SINOPSE

    Pesquisadores de DNA descobrem uma maneira de encontrar o parceiro perfeito, dando início assim a um revolucionário novo serviço de encontros.

    ANÁLISE

    Você trocaria um relacionamento feliz e saudável pela oportunidade de encontrar o seu verdadeiro e único amor? E você faria isso mesmo que significasse uma mudança completa na sua vida?

    Amor verdadeiro produzido por meio de estudo científico. Teria como dar errado? Aparentemente sim. Com consequências infernais para boa parte das pessoas que se inscrevem no programa, The One mostra a saga dos seres humanos em nunca estarem satisfeitos com nada e sempre empurrarem a culpa por suas frustrações para outras pessoas.

    Com a trama principal focada em Rebecca (Hannah Ware), a criadora da empresa de matchings científicos, o seriado nos conduz por uma jornada de suspense e drama a cada novo desdobramento. Em 8 capítulos, com média de 40 minutos cada, acompanhamos os primeiros estágios da pesquisa, e como Rebecca e James (Dimitri Leonidas) conseguiram transformar um sonho em uma empresa milionária.

    Além dessa primeira trilha, acompanhamos também tramas paralelas. Seja por meio da história de Kate (Zoë Tapper) ou com o drama de Hannah (Lois Chimimba), todas as situações estão conectadas ao sistema da The One, garantindo explicações sobre seu funcionamento e suas consequências nas vidas das pessoas.

    O que me chamou a atenção e me fez querer assistir ao seriado foi a sua premissa. A sua essência lembra muito o primeiro episódio de Weird City, produção original do YouTube, que também mostra um site de relacionamentos que usa material genético para criar as combinações. A ideia é extremamente interessante e abre diversas possibilidades de acontecimentos.

    O seriado possui um ritmo muito instigante até o quinto episódio. A partir daí, talvez para prolongar o ápice da trama até o oitavo, vemos uma repetição de cenas desnecessárias (deslocamentos de carro, cenas de transição em escritórios etc) e de situações que poderiam ser encurtadas, focando na trama principal. As voltas do roteiro de Howard Overman desembocam em um final cheio de ganchos, mas simplista.

    Talvez nada disso fosse um problema se os personagens fossem mais carismáticos. É difícil criar alguma identificação com o elenco, mesmo que haja todo tempo possível para que essa conexão aconteça. O mais perto de criarmos alguma empatia está nos personagens já mencionados de Chimimba e Leonidas, além do Matheus interpretado por Albano Jerónimo.

    CRÍTICA – The One (1ª Temporada, 2021, Netflix)

    Provavelmente temos essa sensação porque a Rebecca de Hannah Ware é muito aquém do esperado. Com o grande protagonismo da série voltado para si, a atriz não entrega nada de especial, desperdiçando oportunidades.

    Apesar desses pontos negativos, vale ressaltar as boas reviravoltas da trama e a grande diversidade dentre o cast de coadjuvantes. A série é bem inclusiva, trazendo personagens de diversas localidades, mesclando vários sotaques. A trilha sonora também auxilia em muitos momentos.

    VEREDITO

    The One é um bom entretenimento com uma proposta macabra estilo Black Mirror. Mesmo com uma primeira temporada um pouco morna, a série pavimenta o caminho para um possível segundo ano mais interessante e sólido.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer:

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