CRÍTICA – Upload (2ª temporada, 2022, Amazon Prime Video)

    A segunda temporada de Upload chegou completa à Amazon Prime Video no dia 11 de março de 2022. A comédia tecnológica sobre um futuro distópico – em que a consciência das pessoas é subida a um paraíso digital – é criada Greg Daniels, responsável por séries como The Office e Parks & Recreation.

    Estrelada por Robbie Amell (Nathan) e Andy Allo (Nora), o novo ano de Upload conta com sete episódios, cada um com aproximadamente 30 minutos de duração. Confira nosso review sem spoilers.

    SINOPSE DA 2ª TEMPORADA DE UPLOAD

    Nesta sátira futurista, as pessoas podem ter sua consciência carregada numa luxuosa vida digital após a morte. Na temporada, o “anjo” de atendimento ao cliente Nora sumiu do mapa imergindo em um grupo anti-tecnologia, deixando Nathan em Lakeview, onde ele estranhamente se ajusta com sua ex, Ingrid (Allegra Edwards), que inesperadamente fez o upload para ele.

    ANÁLISE

    Embora o tema central continue sendo tecnologia, a segunda temporada de Upload é muito diferente da primeira. Muito mesmo. Após terminar a leitura desta crítica, recomendo que leia a análise da primeira temporada aqui.

    Abro um parênteses antes de engrenar na análise: Upload teve sua execução prejudicada por conta da pandemia, assim como outras tantas produções. Isso pode explicar porque a segunda temporada destoa tanto da primeira, bem como a queda no número de episódios – foram 10 na primeira.

    Pois bem, a segunda temporada de Upload peca por tentar desenvolver muitos arcos em apenas sete capítulos com 30 minutos de duração, em média. O roteiro tem diversas fragilidades que chega a ser estranho de ver que, após o primeiro ano tão bem construído (mesmo sabendo que se trata de uma tecnologia inexistente e num futuro distópico), agora tantas tramas fugazes foram capazes de enfraquecer a narrativa que, antes, ia “do ponto A ao ponto B” de modo bem satisfatório.

    PUBLICAÇÃO RELACIONADA | Upload: Resumo com os principais acontecimentos da primeira temporada

    Alguns personagens sofreram mais que outros em meio à miscelânea narrativa. Ingrid e Ivan (Josh Banday) se tornaram excessivamente caricatos. Ela ainda contribui para o andamento da trama, mas ele nada contribui e, ainda, proporciona cenas um tanto vergonha alheia fruto de um roteiro pouco inspirado. Tão pouco inspirado que há um furo absurdo na reta final, em um diálogo entre ele e Nora.

    O roteiro traz a realidade de Upload um pouco para a polarização política que o mundo e os Estados Unidos, em especial, têm vivido nos últimos anos. Esse poderia ser um ponto forte da temporada, pois havia um potencial para aproximar mais o público a uma realidade “palpável”. No entanto, por mostrar o desenvolver dos personagens principais (Nathan e Nora) e contar diversas histórias sem se aprofundar em nenhuma, essa possibilidade não é aproveitada.

    Além dos personagens que foram prejudicados pelo escracho e pelo pouco desenvolvimento, também há um homem que aparece em três episódios e nada acrescenta, embora pudesse fazer sentido a narrativa que parecia estar se desenvolvendo para ele. Não vou dizer qual seu papel para não dar spoilers, mas você irá saber quando vir ele falando que está usando a pia do banheiro do trabalho para lavar suas partes íntimas…

    A direção também está prejudicada nessa segunda temporada, e quero acreditar que uma parcela importante se deve às dificuldades impostas pela pandemia. No entanto, há também que se destacar a alternância na direção. São três diretores diferentes para apenas sete capítulos, o que implica em visões distintas para o desenvolvimento da história e para tirar o melhor de cada ator e atriz diante do que o roteiro propõe.

    As virtudes da nova temporada de Upload acontecem graças às atuações de Robbie Amell e Andy Allo. Apesar do roteiro, os dois novamente se saem muito bem. Entre os personagens escrachados que ganham mais espaço nesse ano, destaque para Luke (Kevin Bigley) e A.I. Guy (Owen Daniels). Aqui o roteiro acerta em deixá-los bem patetas, mantendo coerência com o desenvolvimento de ambos e entregando cenas divertidas.

    Vale mencionar também o trabalho da atriz Zainab Johnson como Aleesha, que aproveita os espaços e contracena bem, especialmente com Luke.

    VEREDITO

    Após uma temporada de estreia coesa e divertida, Upload desanda em seu segundo ano e desenvolve uma narrativa confusa e pouco inspirada. Há momentos de divertimento, mas os méritos de ser uma produção que mesclava elementos de Black Mirror, The Good Place e uma pitada imersiva de Jogador Número 1 não tiveram sequência aqui. E não parece que o terreno ficou bem preparado para que retornem numa possível terceira temporada.

    Nossa nota

    2,0 / 5,0

    Assista ao trailer da segunda temporada de Upload:

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