CRÍTICA – Jungle Cruise (2021, Jaume Collet-Serra)

    Jungle Cruise é o novo filme da Disney que estreia no dia 30 de julho no streaming Disney+. O filme é baseado na atração homônima do parque Magic Kingdom, localizado na Disneyland.

    Na direção está Jaume Collet-Serra (O Passageiro), o time de roteiristas é composto por John Requa, Glenn Ficarra e Michael Green. Já no elenco estão Emily Blunt (Um Lugar Silencioso – Parte 2), Dwayne Johnson (Adão Negro) e Jesse Plemons (Judas e o Messias Negro).

    SINOPSE

    Jungle Cruise gira ao redor do malandro e brincalhão Frank Wolff (Dwayne Johnson), capitão do barco La Guilla. Ele é contratado pela Dra. Lily Houghton (Emily Blunt) e seu irmão McGregor (Jack Whitehall) para levá-los em uma missão pelas densas florestas amazônicas com a intenção de encontrar uma misteriosa árvore com poderes de cura que poderá mudar para sempre o futuro da medicina.

    No caminho, eles viverão inúmeros perigos, enfrentando animais selvagens e até mesmo forças sobrenaturais.

    ANÁLISE

    Os filmes de aventura fazem parte do imaginário popular, é através deles que viajamos aos lugares mais distantes do mundo conhecendo novas culturas e também encarando desafios. Por isso é tão fácil se identificar com esses filmes, todos algum dia já quiseram ser exploradores em busca de tesouros inestimáveis. Logo, o mais novo filme de aventura da Disney, resgata esse sentimento aventuresco em nossas almas.

    Não é exagero falar que Jungle Cruise surge tanto como uma homenagem aos filmes clássicos de aventura, quanto aponta para um gênero que pretende ser cada vez mais inclusivo e respeitoso.

    Para começar, o longa de Jaume Collet-Serra tem evidentes inspirações em filmes como Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e Tudo Por Uma Esmeralda (1984); clássicos dos anos 80 que moldaram a época e abriram espaço para os blockbusters.

    Mas, de longe, essas não são as inspirações mais evidentes de Jungle Cruise. O filme inteiro tem a vibe de A Múmia (1999) e Piratas do Caribe (2003) seja no roteiro ou até mesmo no design de produção do longa.

    A relação entre a Dra. Lily, seu irmão McGregor e o capitão Frank se assemelha em muito ao trio Rick (Brendan Fraser), Evelyn (Rachel Weisz) e Jonathan (John Hannah) de A Múmia. Já o design dos personagens sobrenaturais relembra os piratas mortos-vivos de Piratas do Caribe com alguns melhoramentos digitais.

    CRÍTICA - Jungle Cruise (2021, Jaume Collet-Serra)

    E de fato, como é gratificante assistir a um filme que capta todos os ótimos aspectos de seus antecessores e os leva a outro patamar. Além de fazer essas referências e inspirações, Jungle Cruise cresce ao apresentar uma história que tenta ao máximo ser contemporânea e didática.

    Isso porque, o longa se passa na Amazônia, mais especificamente em Porto Velho, Rondônia, dois anos antes da Primeira Guerra Mundial. Sabendo da recorrência de Hollywood em reforçar estereótipos, existe um certo receio com filmes na América do Sul. Contudo, o novo filme da Disney representa muito bem os aspectos do Brasil (mesmo filmado no Havaí), como a diversidade da fauna, flora e até mesmo, a língua Tupi dos indígenas. 

    Os personagens 

    Em Jungle Cruise não existe história de “mocinha indefesa” ou apelo sexual para personagens femininas. Emily Blunt como a Dra. Lily é um show à parte e rouba completamente a cena; uma personagem espirituosa e inteligente que afronta as regras da sociedade machista e consegue sempre sair por cima.

    Consequentemente, a química entre Blunt e Dwayne “The Rock” Johnson é divertida e combina com o tom do filme, entre jogos de provocações e respostas rápidas. The Rock faz o que já sabe apostando em seu carisma para segurar o personagem, ainda que falhe um pouco quando precisa ir para o drama.

    CRÍTICA - Jungle Cruise (2021, Jaume Collet-Serra)

    Somam-se ao casal, o excelente Jack Whitehall que consegue ótimas tiradas em suas cenas para dar mais ênfase ao seu personagem. Outro destaque do longa não poderia ser ninguém menos do que Jesse Plemons como o vilão alemão Príncipe Joachin. Sua atuação beira o caricato sem nunca cair em algo de mal gosto, é divertido e apropriado. Dessa forma, Jungle Cruise apresenta um ótimo elenco em cena.

    Ainda que o segundo ato seja mais longo do que o necessário e demore para apresentar resoluções na medida em que trabalha os personagens, o filme da Disney apresenta o que existe de melhor no gênero. Trazendo de volta tramas nazistas, monstros sobrenaturais, personagens divertidos e uma série de aventuras que é impossível perder.

    VEREDITO

    Jungle Cruise é um ótimo filme de aventura, trazendo referências e inspirações importantes, mas principalmente construindo uma história positiva sobre a América do Sul e também sobre mulheres aventureiras. É um filme divertido e ideal para assistir com toda a família.

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    Jungle Cruise chega ao catálogo do Disney+ nesta sexta-feira (30).

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