CRÍTICA – Era Uma Vez Um Sonho (2020, Ron Howard)

    Era uma vez um Sonho é mais uma das apostas da Netflix ao Oscar 2021. O filme lançado na janela da premiação, conta com Glenn Close, Amy Adams, Haley Bennet no elenco e Ron Howard na direção.

    O filme conta a história família Vance, que após se mudar para Ohio em uma tentativa desesperada de fugir da uma pobreza em crescimento, se vê engendrada em situações que corroboram ainda mais para o declínio da família.

    O filme de Ron Howard parece por vezes se perder em seu próprio roteiro e direção, mostrando como seu personagem central mudou ao longo da vida, mas com uma montagem bem confusa e duvidosa.

    Por se tratar uma adaptação cinematográfica de uma autobiografia, Howard não parece ter pena ao mostrar em tela alguns dos momentos mais difíceis e mais decisivos da vida da família Vance, levando alguns atores da trama ao máximo da atuação que são capazes de exprimir – isso vale para Gabriel Basso que dá vida ao J.D. Vance mais velho.

    O peso da trama recai sobre o trio de mulheres da família Vance, as três atrizes mais conhecidas do elenco: Glenn Close, Amy Adams e Haley Bennett.

    Da esquerda para a direita: Mawmaw, Bev e Lindsay.

    Glenn Close dá vida a Mawmaw, a avó de J.D. que por ter uma criação bem diferente e ter passado por coisas que sabemos e outras que podemos meramente especular, carrega cicatrizes e se mostra como uma personagem dura, mas extremamente cuidadosa e preocupada com sua família.

    Amy Adams dá vida a Bev, a mãe disfuncional de J.D. e Lindsay, que independente do quanto tentem, não conseguem de fato lidar com as explosões de violência da mãe, que tem uma vida marcada por sofrimentos do passado em um pesado vício em drogas.

    Haley Bennett ainda que tenha pouco tempo de tela como Lindsay, faz bem seu papel, mas deixa a desejar em momentos decisivos, não mostrando a que veio, e provavelmente não vai receber nenhuma indicação nas premiações do próximo ano.

    Era Uma Vez Um Sonho em seu começo parece saber onde quer chegar, mas ao optar por uma montagem duvidosa, núcleos mal desenvolvidos e um roteiro preguiçoso, acaba deixando a desejar e não sendo nada do que havia sido anteriormente anunciado, como “o filme da Netflix no Oscar 2021“.

    Os 7 de Chicago e Mank, na minha opinião, se sairão bem melhor na temporada de produções do que Era Uma Vez Um Sonho, e assim, Ron Howard mostra mais uma vez que um elenco estelar não é capaz de salvar uma produção.

    Howard que não se destaca na direção de um filme desde Rush – No Limite da Emoção, de 2013, vem produzido “bombas” como Inferno (2016) e Solo – Uma Aventura Star Wars (2018), muito diferente de sua filha Bryce Dallas Howard, que tem se destacado na direção de diversos episódios de The Mandalorian.

    Nossa nota

    1,5 / 5,0

    Assista ao trailer legendado:

    Era Uma Vez Um Sonho já está disponível na Netflix. E você, já assistiu ao longa? Deixe seus comentários!



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