#52filmsbywomen 13 – De Amor e Trevas (2015, Natalie Portman)

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De Amor e Trevas é o primeiro longa dirigido por Natalie Portman. Conhecida por seus trabalhos como atriz, Portman aqui retorna ao seu país natal Israel, numa adaptação das memórias do escritor Amos Oz, relembrando sua vida e de sua família durante o processo de criação do Estado de Israel.

Natalie Portman nasceu em Jerusalém de pai americano e mãe israelita. Aos 3 anos se mudou para os Estados Unidos, onde iniciou a carreira de atriz, mas também se formou na academia, com um bacharelado em psicologia. No ano seguinte, Portman retornou a Israel, onde continuou seus estudos. A atriz estreia como diretora com De Amor e Trevas, baseado no livro de memórias do escritor Amos Oz, que olha para a construção do estado de Israel através de um jovem Amos, seu pai e sua mãe, que o influenciaram contando histórias que se comunicavam com o momento e os sentimentos dos dois.

De Amor e Trevas é capaz de, através de uma pequena família nuclear, explorar o sentimento geral do povo hebraico durante o processo de criação do Estado de Israel. O autor Amos Oz é o narrador da história, que se passa em 1945 quando Oz tinha 8 anos, interpretado por Amir Tessler. O menino fala pouco, sendo os olhos e ouvidos do espectador durante os acontecimentos, em especial durante as fantásticas histórias de sua mãe.

Portman se mostra uma diretora muito capaz, explorando uma história que lhe é, enquanto judia, muito próxima sem cair em vaidades comuns de histórias do tipo. Enquanto protagonista, seu trabalho também é sólido e percebemos que para Amos, sua mãe Fania foi central em seu apego por histórias e sua criação. Nos aspecto narrativo, o filme é desfocado em alguns momentos, perdendo o fio conector entre a história macro sobre o Estado de Israel e a micro, a família de Amos. Parte disso pode se dever a tradução, uma vez que muito do filme se respalda nas palavras e na poesia da língua hebraica, assim como referências muito próximas da cultura daquele povo, celebrada em De Amor e Trevas.

De Amor e Trevas é um filme delicado, sensível. Tecnicamente, a fotografia se sobressai, explorando tons de verde, preto e marrom, com uma iluminação pouco brilhante, que referenciam a necessidade da terra, e a importância da mesma para o povo. A trilha sonora também é destaque. Portman olha com respeito e carinho para as origens de seu país natal, sendo uma diretora para ficarmos de olho!

Confira o trailer abaixo:

De Amor e Trevas está disponível na Netflix. E aí, já começou a campanha #52FilmsByWomen? Tem ideia de algum filme nos indicar? Deixe-nos seu comentário e lembre-se de compartilhar esse post com seus amigos.