CRÍTICA – Nada de Novo no Front (2022, Edward Berger)

    Nada de Novo no Front (All Quiet on the Western Front) de 2022 é o remake do filme de 1930, dirigido à época por Lewis Milestone. O novo filme conta com a direção do alemão Edward Berger e estreou neste dia 28 de outubro na Netflix.

    Confira nossa análise sem spoilers.

    SINOPSE DE NADA DE NOVO NO FRONT

    Convocado para a linha de frente da Primeira Guerra Mundial, o adolescente Paul (Felix Kammerer) encara a dura realidade da vida nas trincheiras. O premiado Daniel Brühl (Bastardos Inglórios) protagoniza este drama tenso de Edward Berger, vencedor do Grimme.

    ANÁLISE

    Nada de Novo no Front reimagina o filme de 1930 que venceu o Oscar de Melhor Filme e Melhor Direção. O remake conta com roteiro de Ian Stokell, Lesley Paterson e do próprio diretor, Edward Berger.

    Diante da enorme responsabilidade de ser um remake de um filme premiado, o longa se baseia no livro homônimo de Erich Maria Remarque, publicado em 1929 e que também serviu como material base para a produção original da época.

    O trabalho de Edward Berger é a terceira adaptação para o cinema. Nessa nova versão, o longa continua passando uma mensagem poderosa para os tempos atuais, em que ainda vivemos em tensão de uma guerra sendo iminente entre Ucrânia e Rússia.

    No longa, acompanhamos Paul Bäumer com seus amigos se alistando no exército alemão para participar da Primeira Guerra Mundial. No entanto, o grupo de amigos tem uma visão patriótica e ingênua do que é realmente estar em campo de guerra. Conforme vão se deparando com a horrível realidade da guerra, o ponto de vista de cada um vai mudando.

    A narrativa do longa é excelente e choca de maneira agressiva a transposição de estar dentro de uma trincheira repleta de ratos e companheiros mortos. Todo o elenco passa de maneira autêntica o horror de estar naquela situação indigna e desprovida de qualquer humanidade, tanto para seus companheiros, como para seus inimigos.

    Minha única ressalva vai para o ator Daniel Brühl que interpreta o escritor e político alemão Matthias Erzberger. Infelizmente ele tem uma participação mais diplomática, sem tanto de tela, e acaba não podendo se destacar.

    Em relação à parte técnica, o filme tem uma excepcional cenografia com a fotografia fria que deixa a produção com uma magnitude épica em tela, seja em cenas nas trincheiras ou em campo aberto. O que é exibido em tela é de tirar o fôlego, principalmente por serem situações angustiantes e claustrofóbicas.

    Ainda sobre a fotografia, é inevitável fazer comparações ao filme 1917 (2019), de Sam Mendes, ou mesmo com a obra prima Glória Feita de Sangue (1957), de Stanley Kubrick.

    O destaque do longa vai para a poderosa mensagem antiguerra que o seu enredo traz sobre a cruel realidade do que significa estar em guerra. Além disso, Nada de Novo no Front deixa claro como os jovens são manipulados por um falso patriotismo, pois são tratados apenas peões em um tabuleiro de sangue e horror.

    VEREDITO

    Nada de Novo no Front é um filme visceral e brilhante de guerra que mostra de forma única a atmosfera horrível de carnificina nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Garanto que o filme será um dos melhores filmes de guerra de 2022 e tem grandes chances de concorrer ao Oscar 2023.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Assista ao trailer de Nada de Novo no Front:

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