CRÍTICA – Sergio (2020, Greg Barker)

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CRÍTICA – Sergio (2020, Greg Barker)

Uma das figuras mais lembradas quando falamos dos efeitos colaterais diplomáticos da guerra no Iraque, Sérgio de Mello era considerado um dos grandes líderes da ONU. Fazendo parte do alto escalão da organização, o brasileiro foi convocado pelo então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para auxiliar nas relações diplomáticas no Iraque em 2003. Infelizmente, a missão não saiu como o esperado e – até os dias atuais – a situação no território iraquiano não é pacífica.

É em meio a esse momento de caos da guerra que Sergio, a nova produção da Netflix, tenta nos apresentar a história do diplomata brasileiro. Baseado no livro O homem que queria salvar o mundo: uma biografia de Sérgio Vieira de Mello, escrito por Samantha Power, o longa é dirigido por Greg Barker – que possui um documentário sobre a mesma história e de mesmo nome lançado em 2009.

CRÍTICA – Sergio (2020, Greg Barker)

Com roteiro de Craig Borten (Clube de Compras Dallas) e protagonizado por Wagner Moura e Ana de Armas, Sergio busca nos situar sobre a importância do diplomata em diversas situações de conflito entre nações. Ancorado em memórias, a trama nos guia em momentos de reflexão sobre a carreira, família e sentimentos do personagem.

O roteiro de Borten nos insere em um momento em que Sérgio já é uma figura consolidada, com uma fama que dispensa apresentações. Suas escolhas são acatadas graças a sua facilidade de dialogar com diversos tipos de pessoas e seu grande carisma. Entretanto, inserir o espectador em um momento tão tardio da vida do personagem – ele tinha mais de 34 anos de carreira – nos priva de entender mais sobre seus objetivos e motivações.

As cenas protagonizadas por Wagner e Ana externam uma ótima química entre os dois atores, validando a inteligente escolha de elenco. Porém, os momentos em que ambos conseguem mostrar a grandeza de suas atuações são, ironicamente, quando estão separados.

A personagem Carolina (Ana de Armas) é retratada como uma real parceira de Sérgio dentro da ONU, desempenhando um papel maior e mais importante do que apenas um par romântico.

Carolina Larriera trabalhou como funcionária da ONU de 1995 a 2005, e participou de todo o processo de independência do Timor-Leste.

É interessante destacar o ótimo trabalho de Wagner Moura em replicar os trejeitos de Sérgio, tornando sua atuação ainda mais próxima da figura do diplomata. A facilidade do ator de transitar entre diversos idiomas – inglês, espanhol, português e francês – torna mais simples de mover os acontecimentos da trama para diversos territórios.

Sem tantos debates políticos e com liberdade para adaptar a história de uma figura que conhece muito bem, o longa de Greg Barker escolhe focar na relação de Carolina e Sérgio, buscando apresentar um olhar diferente do diplomata (em contraponto a tudo o que já é de conhecimento público).

Nossa nota

Sergio será lançado no dia 17 de Abril diretamente no serviço da Netflix.

Confira o trailer legendado:

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