CRÍTICA – Vingadores: Ultimato (2019, Irmãos Russo)

    ESSE TEXTO CONTÉM SPOILERS DE VINGADORES: ULTIMATO

    Além de uma verdadeira celebração dos 11 anos de existência do Universo Cinematográfico Marvel, Vingadores: Ultimato é, acima de tudo, o filme mais ambicioso, emocionante e aguardado do estúdio até hoje. Antes mesmo de sua estreia, Ultimato já era sucesso de bilheteria com as pré-vendas, com projeções de arrecadação que chegaria à 1 bilhão de dólares mundialmente em seu final de semana de estreia. E até o momento desse post, o filme arrecadou em seus primeiros cinco dias de estreia cerca de US $ 1.2 bilhão

    Em seus mais diversos níveis, Vingadores: Ultimato é capaz de cativar, desde os fãs de carteirinha da Marvel de que acompanham o UCM desde O Incrível Hulk de 2008, e o primeiro filme da Marvel – época em que a Disney ainda não era responsável por um universo que viria a ser criado -, ou até mesmo quem caiu de paraquedas na franquia a cada novo lançamento.

    O Ultimato

    Nos primeiros minutos do filme, vemos o que de fato aconteceu ao Gavião Arqueiro durante os eventos finais de Vingadores: Guerra Infinita e o que o levou a assumir o manto de Ronin. E uma referência clara aos quadrinhos, durante o treinamento de arco e flecha com sua filha. Clint ao ficar orgulhoso chama sua filha Lila de Gaviã Arqueira.

    Logo após uma primeira cena que mostra o impacto que o estalar de dedos Thanos teve na vida do Gavião Arqueiro, somos apresentados à um universo em que metade de sua vida foi extinta, três semanas após o estalar de dedos com as Joias do Infinito.

    Com uma equipe de Vingadores perdida, e aparentemente sem rumo, somos rapidamente apresentados à Capitã Marvel. Em uma introdução de Carol Danvers aos personagens do já vasto universo compartilhado, não há muitas falas que permita uma certa familiaridade da mesma com Os Heróis Mais Poderosos da Terra.

    Ao chegar trazendo uma das peças mais importantes do quebra-cabeças que é corrigir tudo que Thanos causou, Carol se apresenta como solução de uma missão que parece ser simples: ir até onde o Titã Louco está e recuperar as Joias a fim de desfazer o estalar. Nesta missão, um Tony Stark debilitado fica de fora, e se nega a tomar qualquer parte nos rumos em que a equipe decide seguir.

    O que ficou de fora dos trailers

    Um referência ao quadrinho Thanos Legacy #1 é feita quando Thanos é decapitado impiedosamente, não por um Thanos do futuro, e sim por um Thor enfurecido, ao descobrir que a última vez em que o Titã Louco usara as Joias, fora para destruí-las de uma vez por todas.

    Por se tratar do fim de uma era, os laços nesse filme são apresentados de forma intrínseca aos acontecimentos do mesmo. Cada frase do roteiro – cuidadosamente escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely – que começou a ser produzido em 2015, muito antes de filmes como Capitã Marvel, Homem-Formiga e a Vespa ou Pantera Negra serem lançados, o que viria a ser Vingadores: Ultimato já era idealizado.

    Um salto temporal de 5 anos, após os “simples plano” dos Heróis Mais Poderosos da Terra ter dado errado, mostram como o tempo só tornou ainda mais difícil a vida dos sobreviventes na Terra. Em seu QG dos Vingadores Natasha Romanoff coordena os heróis sobreviventes nos mais distante pontos da Terra e da Galáxia. E ali, temos uma certa demonstração de afeto entre Carol Danvers e Rhodes – pelo menos mais do que ela já demonstrou por qualquer outro personagem -, será que um romance nasceu nesses 5 anos? Uma clara referência ao arco dos quadrinhos Guerra Civil 2

    Viagem no tempo é a solução mais “simples” apontada por Scott Lang – que até então era dado como uma das baixas do estalar de dedos. Indo aos mais diversos períodos da história recente do Universo Marvel, uma série de easter eggs e fan services e até mesmo a primeira ligação do Universo Cinematográfico Marvel com o Universo Expandido das séries da Marvel acontecem. 

    Ultimato subverte as expectativas ao apontar que as viagens no tempo são bem mais do que aprendemos em De Volta Para o Futuro, citando literalmente por vezes o nome do filme. E nos apresenta linhas do tempo alternativas e realidades paralelas à dos personagens do filme. E revela que quando lutamos contra o tempo, ele tende a lutar de volta.

    Veredito

    Diferente de outros filmes da Marvel Studios, as relações são tratadas de forma mais profunda, retirando toda a bidimensionalidade que alguns personagens tiveram até o momento. Mostrando o lado mais humano dos heróis que salvaram a Terra diversas vezes e dessa vez, precisavam salvar todo o Universo “a todo e qualquer custo”.

    As relações, os vínculos, as emoções mostradas em Vingadores: Ultimato o fazem ser o filme mais emotivo do estúdio até o momento – não só por qualquer baixa na equipe -, mas em momentos em que os personagens precisam olhar a morte nos olhos e aceitar que é chegado seu momento em troca do bem maior.

    A forma delicada, íntima e por vezes egoísta que Joe e Anthony Russo nos guia pela já vasta e enorme história do Universo Marvel faz nosso coração pular dentro do peito, seja de alegria, ou de tristeza. Com momentos de extrema alegria, fan service, gritos contidos, alegria genuína, Vingadores: Ultimato é um filme tocante, que te fará ver muito mais profundidade no Universo Marvel que os olhos podem ver.

    Nossa nota


    Confira o trailer legendado:

    Vingadores: Ultimato estreou no dia 25/04, na última quinta-feira e já arrecadou mais de 1 bilhão de dólares no seu final de semana de estreia! O que você achou do filme? Dê sua nota abaixo!

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