Início FILMES Crítica TBT #103 | Mad Max: Estrada da Fúria (2015, George Miller)

TBT #103 | Mad Max: Estrada da Fúria (2015, George Miller)

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Os filmes que apresentam um mundo distópico retêm o poder de serem bem marcantes, e não foi diferente com Mad Max, o filme mais falado de 2015 que levou 6 estatuetas do Oscar e muitas outras indicações, chegou recentemente ao catálogo da Netflix.

SINOPSE

Mad Max: Estrada da Fúria é a quarta produção da franquia que conta a história de Max Rockatansky um policial que tenta lidar com seus traumas e fantasmas do passado. Nos três primeiros quem interpretou o Max foi Mel Gibson, desta vez o ator Tom Hardy dá a vida ao protagonista.

A trama conta a história de um mundo pós-apocalíptico, em que a Imperatriz Furiosa interpretada por Charlize Theron tenta fugir do tirano Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) com a ajuda do policial Max.

ANÁLISE

O policial Rockatansky era um personagem icônico nos anos 80 que serviu de referência para numerosas obras. Muitos acreditam que o fator principal foi a escolha de Mel Gibson para o papel, portanto, houve críticas quando anunciaram que Tom Hardy ficou encarregado de dar vida a Max.

Mesmo com essa pressão das críticas e o desafio de trabalhar em algo tão importante e querido, Hardy entregou uma atuação brilhante tanto nas cenas com mais ação quanto nos muitos momentos em que demonstra o que sente através de olhares e pequenos gestos, passando com suas poucas palavras a imagem de um homem traumatizado e sobrevivente de um mundo pós-apocalíptico.

Apesar da entrega de Tom Hardy, quem rouba a cena é Charlize Theron, fazendo com que quase esqueçamos quem é o protagonista de fato, da mesma forma que acontece em Batman: O Cavaleiro das Trevas, com a atuação de Heath Ledger como Coringa

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Charlize Theron e seu impacto em Hollywood

Theron com sua Furiosa, é mulher forte e guerreira que ajuda mulheres a escaparem do lunático Immortan Joe que as usava como objeto obrigando-as a fazerem parte de seu harém e terem filhos saudáveis.

Disposta a enfrentar tudo e todos como uma verdadeira guerreira, Furiosa nos passa a agonia e a força de uma mulher que tenta sobreviver aos caprichos de um homem, ao mesmo tempo em que sai de todo estereótipo de uma figura feminina forte que os filmes retratam, pois, em alguns momentos, a força e determinação da personagem abre espaço para a sensibilidade.

DIREÇÃO

O responsável pela criação e direção desse enorme universo distópico, é o George Miller, descrito pelos próprios atores como gênio e portador de uma grande imaginação, o diretor quase seguiu outra profissão, ele se formou em medicina e nas suas horas vagas produzia curtas, até que resolveu fazer Mad Max que se tornou um sucesso e tirou George dessa carreira.

A característica mais marcante da Mad Max: Estrada da Fúria é como a direção usou da tecnologia, escolhendo técnicas que podem ser consideradas antigas. Miller optou por usar bem pouco do CGI, apenas como uma ferramenta complementar ou uma forma de esconder alguns cabos entre outros equipamentos de sustentação. Isso causou a necessidade de criar todos os carros que foram usados durante as filmagens.

Tamanho foi o sucesso da personagem – créditos para Charlize Theron – que a Furiosa terá seu filme solo, dessa vez estrelado por Anya Taylor-Joy.

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George Miller vai além e foge dos padrões ao utilizar um filme de ação para fazer uma crítica social – a mesma que em seu filme As bruxas de Eastwick – sobre a luta das mulheres pela liberdade dos seus corpos.

Outra crítica marcante é como o homem pode usar da necessidade de outros para ter mais poder e moldar a todos para obedecer às suas ideias. Destaque para os “Garotos de Guerra” (War Boys) que arriscam as suas próprias vidas em nome do ditador cultista, Immortan Joe.

E obviamente, a crítica ao consumo desenfreado dos recursos naturais do nosso planeta ao apresentar a deterioração da Terra para suprir as vontades do ser humano.

VEREDITO

Não é à toa que Mad Max: Estrada da Fúria é considerado o maior trabalho do George Miller, mostrando excelente desempenho na área de atuação, fotografia, direção de arte e a fuga de um “padrão de filmes de ação”, com uma história rica e contada com pouco diálogo e mais recursos visuais.

Após 30 anos, Mad Max: Estrada da Fúria se mostra como uma excelente continuação, superando tantos outros problemas do seu antecessor e se tornando a verdadeira obra-prima do caos.

5,0 / 5,0

Assista ao trailer:

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