A série Wandinha já está na Netflix e muita gente deve estar ansioso para ver a nova adaptação da Família Addams nas telas. A atração é dirigida por Tim Burton e apresenta os personagens já conhecidos do público, como Mortícia (Anjelica Huston) e Gomez (Raul Julia), os pais da protagonista.
Aproveitamento esse momento da série, vale a pena você revisar os filmes e conferir a nossa crítica da série!
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SINOPSE
Morticia e Gomez Addams têm um novo bebê, que provoca muito ciúme nos dois outros filhos. Wandinha (Christina Ricci) é mandada para um campo de férias (onde encontra um namorado igualmente gótico). Mas os problemas maiores são com o Tio Chico (Christopher Lloyd), que se casa com o babá do bebê, uma jovem carreirista e louca que deseja matá-lo e ficar com todo o dinheiro da família.
ANÁLISE
A premissa da história continua ressaltando o contraste entre a família excêntrica e o restante da sociedade padronizada. Neste ponto o maior destaque, e momento mais memorável do filme é a subtrama do acampamento de férias. Onde fica nítido que muitas vezes o que é visto como “normal” na sociedade é na realidade o mais bizarro, as pessoas só não percebem isso pois já foram doutrinadas neste circo desde que nasceram.
As piadas criam um enredo onde vários Addams têm seus momentos, carregando a subtrama de um personagem socialmente perigoso invadindo um ambiente familiar, o que apenas sugere a estranheza. No fim das contas, isso não chega a ser uma discussão direta pela mistura rápida de piadas que articulam o andamento do filme para não perder o fôlego e o ritmo, mas é um exagero visual de uma noite chuvosa, com raios e trovões, revela a psicopata Debbie (Joan Cusack) ela mesma como um problema para a comunidade familiar, o que por si só permite mais variedade cômica no filme. Instala-se a narrativa da “babá má”, que é o desejo sexual do tio Chico Addams, e ela se torna uma vilã admirável pela estranheza que explica a formação de sua psicopatia.
O figurino e a fotografia é algo à parte, devido ao seu tom propositalmente sinistro. Note-se sempre há uma faixa de luz nos olhos de Mortícia, em contraste com sua roupa sempre preta que dá um jeitão “noir” ao personagem.
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Se não bastasse essa conexão de uma crítica social presente na retomada dos ícones televisivos ao cinema, ela é verbalizada comicamente no filme, mas não se torna gratuito porque o aleatório é o artifício lógico para resolução e problematização entre cada piada narrativa.
Dessa forma, mesmo as piadas envolvendo o âmbito temporal do lançamento do filme fazem surgir a grande narrativa da iconização dos personagens tratados na obra, ou de compreensão temporal para o humor. O apreço pelas piadas físicas concomitantemente às verbais, conciliadas com a engrenagem na base de eventualidades, energiza a estranheza espiritual da família e a liberta de qualquer prisão nostálgica evidente – o bebê é completamente submisso às mudanças da história, como também ativo pelo conceito que quebra as expectativas durante todo o filme.
Ele resolve o conflito principal rindo como bebê que é em meio a conveniências físicas dentro de casa, que como um efeito cascata ativa a armadilha cômica e bizarra que permite um encerramento mortal e coerente do longa.
VEREDITO
A Família Addams 2 é uma ótima sequência que mantém o nível e respeita o legado do seu antecessor com ainda mais humor negro e críticas sociais. Mérito também por conseguirem manter praticamente todo o elenco original. Há uma clara evolução em relação ao original é sem dúvidas o roteiro, que está melhor desenvolvido e bem mais coerente.
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4,5 / 5,0
Assista ao trailer:
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