Em 1975, Hollywood sofreu um ataque feroz que abalou as estruturas da indústria cinematográfica, depois de um item inovador nos sets de filmagens, a fórmula para fazer cinema nunca mais seria a mesma. Tratava-se do arrasador Tubarão, de Steven Spielberg, primeiro filme a ultrapassar a marca de US $ 100 milhões de dólares em bilheteria só em solo americano e que deu início a era dos blockbusters. Geralmente com obras pouco exigentes, sem necessariamente observar padrões técnicos. Para o bem ou para o mal, o longa revolucionou definitivamente a forma de se vender um filme.
O longa-metragem começa quando uma jovem é morta por um tubarão enquanto nadava perto da cidade turística de Amity Island, na Nova Inglaterra. O chefe de polícia, Martin Brody (Roy Scheider) quer fechar as praias, mas o prefeito Larry Vaughn (Murray Hamilton) não permite, com medo de que o faturamento com os turistas deixe a cidade sem recursos. O cientista Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e o pescador Quint (Robert Shaw) se oferecem para ajudar Brody a capturar e matar a fera, e assim o trio se envolve em uma batalha épica entre o homem e a natureza.
Pensado originalmente como filme de terror, Tubarão é um daqueles “happy accident“. Por conta dos recorrentes defeitos no animatrônico, o grande vilão/protagonista do filme simplesmente não funcionava dentro da água. A sugestão encontrada por Spielberg não poderia ter sido mais acertada: sugerir o animal, ao invés de mostrá-lo. Ao fazer isso, a trama se afasta do terror propriamente dito, e invade o gênero do suspense. É dirigido de forma tão impecável, que o longa quase o iguala ao mestre insuperável desse gênero, Alfred Hitchcock (o qual, inclusive, Steven Spielberg homenageia abertamente, ao usar o mesmo truque de câmera como na obra Um Corpo Que Cai em uma cena na praia). E durante a maior parte do tempo não vemos a criatura, mas sua presença é constantemente sentida pelos recursos cinematográficos.
O resultado é uma experiência imersiva de tensão crescente, no qual o susto pode vir em qualquer momento, em qualquer direção. Apresentar a chacina, aqui, não é o objetivo, mas sim, deixar o espectador sempre em constante estado de alerta.
Todos os personagens apresentam motivações individuais para estarem ali e isso é muito marcante no roteiro de Peter Benchley e Carl Gottlieb. Outro grande chamariz presente é a trilha sonora de John Williams, uma das mais marcantes da história, construindo tensão e estabelecendo o ritmo do filme.
Steven Spielberg criou um clássico que impactou muitas gerações, o suspense constante e interminável, a trilha sonora, a ambientação, tudo se encaixa perfeitamente em sincronia com uma direção incrível.
O longa é uma prova viva de que não é preciso exagerar nos efeitos visuais para realizar um bom filme com esse tema. Steven até hoje é conhecido por suas obras altamente criativas e Tubarão com certeza é uma delas representando um marco na história do cinema.
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Martelada #7 | Steven Spielberg – O Messi de Hollywood
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