TBT #5 – Encontros e Desencontros (2003, Sofia Coppola)

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TBT #5 - Encontros e Desencontros (2003, Sofia Coppola)

Estreando aqui no #TBT do Feededigno, trago um longa com grande valor sentimental para mim: Encontros e Desencontros, de Sofia Coppola. Na trama, a estrela de cinema decadente Bob Harris (Bill Murray) conhece a jovem Charlotte (Scarlett Johansson) em um hotel em Tóquio onde se hospedam. Conectados por suas diferenças e uma latente solidão, embarcam em uma breve e profunda amizade.

Triste, doce, engraçado. Alguns adjetivos talvez conflitantes mas que definem perfeitamente Encontros e Desencontros. Sofia Coppola atinge aqui um novo patamar em sua carreira diretorial, apenas em seu segundo longa metragem. Seu trabalho com os atores e sua conexão pessoal com a história resultam em um trabalho sensível com qualidades atemporais. O relacionamento entre Bob e Charlotte parece improvável e é justamente disso que se torna tão profundo. Quando se precisa debruçar sobre a trivialidade da vida, sobre os relacionamentos e a condição humana, algumas coisas são mais fáceis ditas a um estranho.

No aspecto técnico, o filme volta a brilhar. Coppola diz que sempre guarda um livro com referências fotográficas que inspiram seus filmes, e toda a fotografia de Encontros e Desencontros é inspirada em suas passagens por Tóquio. Essa fotografia que sempre explora a imensidão dos espaços de forma a pontuar os personagens como sozinhos, amplificando o sentimento de tédio e solidão que os envolve e aproxima.

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A cena inicial é inspirada pelo trabalho do pintor John Kacere, e demonstra muitos dos sentimentos de isolamento, tédio e alienação vividos por Charlotte. O ritmo lento do filme é contrastado por momentos de humor latente, que contaram com improvisações de Murray. Outro destaque aqui é a atuação brilhante de Bill Murray, em um dos melhores trabalhos de sua carreira.

Lançado em 2003, quando eu tinha 15 anos, Encontros e Desencontros foi o primeiro filme fora de circuito comercial padrão que assisti – naquela época o acesso a esses filmes era ainda mais complicado do que hoje, ainda mais para uma adolescente sem computador em casa – e mudou muito da minha percepção e amor pelo cinema. É também o primeiro filme que assisti sabendo que se tratava de uma diretora, o que me abriu as possibilidades de trabalhar com cinema e fazer o que faço hoje.

Confira o trailer:

15 anos após seu lançamento, ainda é uma obra brilhante e atual, que me desperta muitas emoções. Fica a recomendação para esta quinta-feira! Assista (ou re-assista) e volte aqui para deixar seus comentários sobre esse maravilhoso filme 😉

Confira também as indicações anteriores da campanha TBT do Feededigno!