Nos anos 60, a ficção científica ainda era vista como um gênero menor e fraco. Contudo, o lançamento de O Planeta dos Macacos mudou para sempre esse gênero, mostrando o esplendor de contar histórias científicas e fantásticas.
O responsável por tal feito foi o diretor Franklin J. Schaffner que levou aos cinemas uma obra completa e rentável. No elenco Charlton Heston, Roddy McDowall e Kim Hunter formam um incrível trio.
O filme ganhou quatro continuações no cinema, uma série de TV animada e outra live action com dois reboots; um em 2001 e em outro 2011.
SINOPSE
O astronauta americano George Taylor (Charlton Heston) vai parar por acidente em um planeta habitado por macacos. Os animais dominam o lugar, escravizando os seres humanos, inclusive George e os tripulantes da nave. Agora, o astronauta terá que lutar pela sua liberdade e os outros.
ANÁLISE
É impossível falar de ficção científica no cinema e não relembrar o divisor de águas que O Planeta dos Macacos de 68 foi para a sétima arte. Fruto do seu tempo, o filme foi visto com desconfiança por muitos. Porém, a trama com um grande plot no final, os efeitos práticos e a ambientação ganharam o coração do público.
Ao longo dos anos, o filme se tornou referência e abriu as portas para outras franquias como Star Wars e Aliens. Estava nítido que o gênero de ficção científica era perfeito para contar histórias com alegorias ao mesmo tempo que diverte. Sendo assim, O Planeta dos Macacos tem uma mensagem poderosa que perdura gerações.
Na trama, Taylor é um homem amargurado e duro; sendo o último a entrar em animação suspensa, escreve uma carta dizendo não ter arrependimentos. O último a dormir e o primeiro acordar, Taylor descobre que ele e seus companheiros caíram em um planeta desconhecido a 2 mil anos luz da Terra.
Para Taylor tudo parece muito simples, já seus companheiros iniciam com confusão mental e descrença. Porém, ao ver que a única tripulante mulher da nave morreu, o trio parte por um cenário desértico deslumbrante. Apesar das longas cenas, o cenário é único.
Ao chegar em uma floresta encontram um bando de humanos mudos que se comportam como animais. Antes de fazerem o primeiro contato, um grupo de símios montados a cavalos e com armas começa a caçar os humanos. A cena de perseguição é longa, mostrando toda a agilidade e desenvoltura dos símios.
No processo, um dos companheiros de Taylor morre, enquanto ele leva um ferimento na garganta impedindo-o de falar. Assim como Taylor, somos apresentados a um mundo onde os símios evoluíram para se tornarem a espécie inteligente. Os cenas mostrando a dinâmica dos seres são extremamente icônicas.
Sendo assim, Taylor fica sobre os cuidados dos chimpanzés Cornelius (Roddy McDowall) e Zira ( Kim Hunter). Logo, Taylor começa a mostrar ser um ser inteligente, deixando Cornelius e Zira perplexos. O filme faz uma ótima analogia ao mundo real.
Assim como os seres humanos acreditam que são o centro do universo e a única espécie capaz de evoluir. Os símios em O Planeta dos Macacos acreditam que são acima dos humanos e os donos do planeta. A crítica ao egocentrismo das espécies vai de encontro a uma crítica também sobre classes sociais.
Já que no longa, a sociedade dos símios é divida entre os orangotangos sendo os líderes, os chimpanzés os cientistas e os gorilas os guardas. É uma clara alusão aos estereótipos impostos aos indivíduos que são determinados às vezes muito antes de nascerem.
O Planeta dos Macacos também fala sobre os perigos da religião. Ao condenarem Taylor a lobotomia sobre os preceitos culturais daquela sociedade, os símios entendem que ele é uma aberração e afronta a Deus.
O Dr. Zaius (Maurice Evans) que é ao mesmo tempo ministro da ciência e guardião da religião é a personificação que a crença de forma errada pode ser maléfica para o avanço científico.
Sendo assim, o filme trata de temas atuais. Até o desmatamento e destruição do planeta ocasiona pelos humanos é citada como uma consequência. Mais do que nunca o mundo parece caminhar para um “Planeta dos Macacos“.
Além disso, o arco final onde ao fugir, Taylor descobre que sempre esteve na Terra tendo pousado no ano de 3.978 ainda é muito impactante. Ao mostrar a Estátua da Liberdade, o longa cria um dos melhores finais do cinema. A conclusão destaca o roteiro incrível e preciso que deixa poucas pistas ao longo do filme.
Por último, vale ressaltar os efeitos práticos dos anos 60 e 70. Muito antes das grandes cenas em CGI, o cinema já tinha truques incríveis. As máscaras dos símio são críveis e mostram todo talento de atuação de McDowall e Hunter. O casal de chimpanzés são praticamente o tom aventuresco e romântico do filme, dando um charme inesquecível a obra.
VEREDITO
É impressionante o quanto O Planeta dos Macacos é um filme relevante. Em um presente, onde florestas queimam e líderes são céticos quanto aos efeitos da ciência, o filme trás aquela sensação de aviso ao constante perigo.
Confira ao trailer do longa:
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