CRÍTICA – Assassin’s Creed Mirage (2023, Ubisoft)

    Assassin’s Creed Mirage vem com o papel de lançar os fãs em um game que abraça o passado enquanto vislumbra o futuro. No ano em que a franquia completa 16 anos, mergulhamos na história de Basim, um assassino nascido nas ruas de Bagdá, que após ter seu futuro roubado pelas covardias da elite liderada pelos Abássidas e seu Califa, resolve agir. Mirage vem como um respiro em meio à longos games da franquia. Enquanto seus antecessores como Valhala, Odyssey e Origins podiam se provar quase que intermináveis, Mirage é um game curto, que abraça a história sem pestanejar e se esforça para ser único à sua maneira.

    Enquanto somos ambientados à história do Califado Abássida, no século VIII, acompanhamos um Basim muito diferente de como o vimos pela última vez em Valhala, um homem mais maduro e por vezes despojado. Agora, em Mirage, o vemos como um jovem aprendiz dos Ocultos, que precisa lutar para ser livre, ou pelo menos entender o que é liberdade de fato. Conhecendo-o intimamente, até mesmo seus sonhos e pesadelos, vemos como o personagem ganha ainda mais profundidade quando mergulhamos em sua origem.

    SINOPSE

    O jogo se passa no século IX e acompanha Basim, um ladrão de rua comum em Bagdá que começa a trilhar o caminho da ordem dos assassinos, apesar de ser atormentado por visões obscuras em seu sono.

    ANÁLISE

    Mirage

    Mirage é de fato uma tentativa da Ubisoft de retornar as suas origens, trazendo nele, elementos que fizeram com que os jogadores se apaixonassem pela franquia no passado. Diferente de ser um full-RPG como Origins, Odyssey e Valhala foram, Mirage mergulha e recompensa os jogadores que optarem por jogar no modo stealth, como o game parece ter sido pensado para ser jogado. Mirage conta com novos controles e um novo sistema de stamina e vida para o combate. Anteriormente, os gatilhos direitos do controle garantiam ataques rápidos e ataques fortes, que levavam mais tempo para ser executados. Agora, o gatilho traseiro, o R2, no caso, te permite selecionar qual Ferramenta o usuário quer usar.

    O sistema de stamina do game é básico e não possui qualquer tipo de upgrade. Sua movimentação, esquivas e ataques esgotam o medidor, e para recuperá-lo às vezes não há nada a fazer, a não ser correr para longe da confusão.

    O novo sistema de vida também, se distancia dos games anteriores, que normalmente fazem a vida dos jogadores se recuperar com o tempo. Em Mirage, para recuperar sua vida, você precisa gastar os elixires – a primeira das 6 ferramentas de Basim.

    Mirage

    Assassin’s Creed Mirage surpreende quando nos apresenta um oriente rico, e em grande parte desconhecido por quase todos nós do ocidente. O trabalho de pesquisa feito pela Ubisoft merece ser recompensado, pois graças às riquíssimas entradas do Códice, podemos compreender a origem de conflitos dos games e nos localizar historicamente naquele mundo. Esclarecendo detalhes como a agricultura da região, produção e consumo de álcool e até mesmo os pilares do islã.

    Com histórias antigas tão ricas, a Ubisoft é capaz de costurar sua história de maneira tão primorosa como foi visto anteriormente apenas em Origins. Seja por falta de conhecimento desse que vos escreve, ou por qualquer um humano médio do ocidente, a história de Basim nos deixa boquiabertos, enquanto nos perpassa emocionalmente, nos deixando na beira do assento.

    Mirage conta com elementos conhecidos do game original, que deu início à franquia, como o parkour, pickpocketing, stealth, como também a grandiosidade e profundidade que a caça aos membros da Ordem em Origins proporciona aos jogadores. As habilidades de Parkour de Basim no game, se equiparam a uma mistura da elegância de Altaïr e a desenvoltura de Arno Dorian.

    Com 25 horas para fechar o game, ouso dizer que Mirage só não é mais curto do que Assassin’s Creed Rogue, mas que possui infinitamente mais consistência.

    TRAJES, AMBIENTAÇÃO, GAMEPLAY E FICHAS

    Mirage

    Diferente dos últimos games da franquia, todos os trajes do game precisam ser encontrados, e não podem mais ser comprados. As lojas espalhadas pelo game, são as Alfaiate, Ferreiro e dos Negociantes. Os alfaiates nos permitem melhorar nossos trajes, bem como customizá-los. Os ferreiros, melhorar nossas armas e os negociantes, vendem todo tipo de bugiganga, incluindo ferramentas, caso as suas cheguem ao fim antes de uma nova missão se iniciar.

    A ambientação do mundo de Mirage é incrível, pois Bagdá desde os primeiros minutos se apresenta como uma cidade viva. Mas não apenas ela. As 4 das 6 distintas regiões que temos acesso, incluindo Alamut, são vivas não apenas por NPCs, mas por fauna e flora nativa da região, o que faz com que o game sempre reaja a nossa posição naqueles lugares.

    A gameplay de Assassin’s Creed Mirage é singular e mistura elementos do passado e do presente da franquia. Como acredito que a Ubisoft tenha usado o game como um termômetro para os próximos games da franquia, talvez vejamos elementos deste fora dos próximos jogos, como os gatilhos de combate. Por ter deixado tudo mais cansativo e engessado, a Ubisoft falha ao resgatar o combate fluído que havia conseguido no arco de Ezio Auditore e até mesmo no game de Connor Kenway.

    Ainda que o combate seja um aspecto negativo, viajar por Bagdá fazendo parkour e pickpocketing os habitantes das cidades é extremamente satisfatório. Se eu posso dar uma dica aos jogadores de primeira viagem é: Não perca tempo procurando baús pelo mapa. E caso algum deles pareça inacessível, talvez realmente estejam – mas não se preocupe, você logo conseguirá acessá-lo em alguma missão.

    As três diferentes fichas do game garantem vantagens ao longo do game, quase sempre relacionadas a favores, seja de mercenários que lutarão por você, ou chamarão atenção, pagar um grupo para que você possa transitar entre eles sem ser detectado, e até mesmo contratar um músico para distrair os guardas por você. Mas o uso mais interessantes das fichas é: Pagar um personagem para fazer com que você deixe de ser procurado.

    Isso mesmo, procurado! A nova mecânica do game à lá GTA, faz com que inimigos poderosos venham te caçar caso você atinja o limiar máximo do medidor. Cada um dos limiares tem suas peculiaridades, no primeiro deles, os cidadãos reagirão à sua presença e te reconhecerão dos pôsteres nas paredes, no segundo limiar, os guardas te reconhecem e se você passar perto deles, eles podem ir atrás de você. No limiar máximo, se prepare, pois poderosos inimigos virão atrás de você.

    VEREDITO

    Para além do que já foi dito aqui, Assassin’s Creed Mirage não inova em aspectos relacionados à gameplay. O game aqui, faz uso de mecânicas do passado e as atualiza para o game. Mas onde Mirage brilha e surpreende, são por suas decisões criativas.

    A história de Basim é diferente de quase tudo contado aqui, muito longe de ser o filho de um Templário, ou ser um Assassino que mudou de lado, Basim é profundo e único. E mesmo que suas motivações ainda não tenham sido entendidas ou explicitadas. A Ubisoft deixa espaço para vindouras iterações do personagem, e mostrar mais do que houve no período entre o fim de Assassin’s Creed Mirage e Valhala.

    Ainda em tempo, vale dizer que as imagens acima foram capturadas no PlayStation 4. Assim como toda a gameplay até o fim do game. Antes do patch 1.02, enfrentei alguns bugs ocasionais e travamentos que me forçavam a reiniciar o game, mas sem problemas no save, ou coisa do tipo. Ver que o que a Ubisoft fez para um game do porte de Mirage rodar no PS4 liso, é incrível.

    Nossa nota

    4,8 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Assassin’s Creed Mirage será lançado no dia 5 de Outubro para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S e PC.

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