CRÍTICA – Batora: Lost Haven (2022, Team17)

    Figurinha já conhecida de quem acompanha o trabalho do Feededigno, Batora: Lost Haven foi lançado no dia 20/10/2022. Quem quiser acompanhar nossa expectativa por este game, pode conferir o vídeo onde cobrimos algumas demos do Steam Vem Aí de fevereiro deste ano e o texto com nossas primeiras impressões a respeito da versão beta distribuída para a imprensa.

    Batora: Lost Haven é um RPG de ação no estilo hack and slash do estúdio Stormwind Games em parceria com a Team17 e está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e 5, Xbox One e Xbox Series X | S.

    SINOPSE

    Batora: Lost Haven é um RPG de ação e aventura interplanetário com uma história rica à base de escolhas.

    Avril nunca pensou ter de assumir o papel de heroína, mas, após um episódio misterioso e devastador, o seu mundo ficou do avesso. Com o seu planeta natal à beira da destruição, Avril foi dotada de poderes extraordinários e terá de viajar o universo para desvendar segredos ancestrais e tomar uma série de decisões determinantes.

    ANÁLISE DE BATORA: LOST HAVEN

    Batora

    Minha primeira curiosidade ao ter acesso à versão completa do game foi buscar os pontos em que os desenvolvedores tinham trabalhado para alteração e melhoramento. Identifiquei consideráveis aprimoramentos em alguns aspectos que tratei no decorrer deste texto, destacando pontos positivos e negativos durante a experiência.

    História

    Num primeiro momento, senti que estava jogando ainda a demo. O início do jogo não introduz muito a história, simplesmente lançando o jogador em um cenário de uma cidade devastada onde Avril e Mila se encontram. A história vai sendo contada aos poucos através de flashbacks e da lore de cada personagem que é introduzido.

    Apesar de uma falta de “liga” na história, ela não chega a ser um grande ponto negativo. Os arcos que são criados e a simpatia dos personagens suprem as carências recém mencionadas, equilibrando bem a história como um todo.

    O jogo ainda oferece uma camada de escolhas que afetam o jogo (aquele famoso choices matter). Este sistema, inclusive, é um tanto interessante. As escolhas muitas vezes não afetam tanto a história em si, mas sim a forma como Avril se põe em relação a ela. E isto influencia nas mecânicas de combate da mesma.

    Um ponto da história que me impressionou foi que, apesar de achar que a história acaba sendo rasa, os debates e discussões são de uma profundidade muito bacana. A tomada de decisões, em si, convida a refletir sobre liberdade e consequências, dando um peso inesperado à obra.

    Mecânicas

    Batora

    Assim como mencionado no texto anterior, o jogo oferece mecânicas que variam conforme os poderes da Lua e do Sol. Estes dois são entidades que dão poderes à Avril, e seguem a linha dual: um oferecendo habilidades físicas e o outro, mentais.

    Tanto adversários quanto quebra-cabeças possuem suas próprias naturezas, obrigando Avril a fluir entre as duas formas para poder suplantar os desafios. O conceito é em geral bem executado, não trazendo dificuldade muito alta mas também garantindo um bom desafio.

    Notei também alguns aprimoramentos no uso de algumas habilidades, na mira e nos cooldowns. É perceptível que foi adicionado algum tipo de assistência na mira, tornando os combates e puzzles mais fluidos. Este aspecto auxiliou também no uso mais preciso das habilidades. Falando nelas, percebe-se melhor agora o impacto de cada uma, ficando mais visual o atordoamento ou não de adversários.

    Os cooldowns, tempo de espera para reutilizar a habilidade, ficaram mais confortáveis, evitando que se use apenas uma habilidade mas não restringindo por muito tempo o uso da preferida. Falando também sobre conforto, apesar do jogo ser indicado para utilização de “Controle com Alavanca Dupla”, senti que a otimização está melhor feita para o jogo através do teclado e mouse.

    Gráficos

    As criações que misturam fantasia e ficção científica de Batora: Lost Haven possuem traços pintados a mão e com cores alegres. O jogo oferece gráficos bem trabalhados e um 3D isométrico bem desenvolvido. Percebi pontuais melhoras em detalhes e serrilhados que deram um ganho grande na experiência.

    O design dos personagens também é muito bem feito. Os traços traduzir bem elementos de hostilidade e fofura, com mesclas bem empregadas, compondo também com as reflexões que a trama oferece.

    VEREDITO

    Fiquei feliz em ver o crescimento e acompanhar o desenvolvimento deste trabalho do Stormwind Games com a Team17. Grata foi a minha surpresa ao ver que eles souberam trabalhar sobre vários pontos assinalados nas versões anteriores, dando melhor forma à Batora: Lost Haven.

    O storytelling, como um todo, acaba tendo alguns pontos baixos que quebram a fluidez do progresso da história. Em um hack and slash, acompanhar a história acaba por vezes se tornando fundamental para dar um sentido à toda a “pancadaria”. Mais ainda em um jogo onde suas escolhas influenciam no andamento do game.

    Ainda que com estas carências, o jogo consegue dar a carga de pertencimento e o devido peso nas escolhas, superando a consequência imediata do problema.

    Batora: Lost Haven, em aproximadamente 8 horas de gameplay de seu modo história (quem acompanha o site sabe que eu jogo no modo slow, curtindo cada pedacinho do game), oferece uma agradável experiência e divertidos desafios.

    Nossa nota

    3,5 / 5,0

    Confira o trailer de Batora: Lost Haven

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