Cult of the Lamb chega para PC e consoles em 11 de agosto de 2022. O novo jogo lançado pela publisher Devolver Digital é produzido pelo Massive Monster, um estúdio independente inglês responsável por outros bons jogos como The Adventure Pals (2018) e Never Give Up (2019).
Cult of the Lamb é um roguelite sarcasticamente fofo com elementos de gerenciamento de colônias, disponível para PC, Nintendo Switch, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X | S. Confira nosso review a seguir.
SINOPSE
Cult of the Lamb coloca o jogador no papel de um cordeiro possuído, que é salvo da aniquilação por um estranho sinistro e precisa quitar sua dívida recrutando seguidores leais em nome dele.
Crie seu próprio culto em uma terra de falsos profetas, aventurando-se por regiões misteriosas e diversas para criar uma comunidade fiel de Seguidores da floresta e para propagar sua Palavra e se tornar o único culto verdadeiro.
ANÁLISE DE CULT OF THE LAMB
A indústria indie neste ano vem demonstrando sua força, lançando bons títulos com potencial de entretenimento e durabilidade, brigando de frente com grandes players do mercado. O Massive Monster não fugiu dessa tendência, entregando trama, gráficos, jogabilidade e áudio de alta qualidade.
Tentando traçar comparações, consegui relacionar Cult of the Lamb com Don’t Starve (2013), por sua temática funesta e por seu humor peculiar, e também com Nobody Saves the World (2022), pela aparente inocência satírica e as vivas cores.
Trama
O básico da trama já foi explicado na sinopse. Iniciamos nossa jornada como o simpático cordeiro que caminha moribundo rumo ao seu fim. Ao ser julgado pelos quatro deuses antigos, que justificam seu sacrifício como necessário para impedir que uma profecia seja cumprida, damos nossos primeiros passos para a criação do culto.
Ressuscitado pelo ser que se denomina Aquele Que Espera, o cordeiro retorna armado da Coroa Vermelha, que pode se transformar em armas e maldições, para construir um culto em nome de seu benfeitor para pagar a dívida que nem entende por que contraiu.
A história vai crescendo com nuances e tramas secundárias que aumentam o apelo por explorar cada vez mais as terras da Antiga Fé em busca de respostas. Outro grande acerto do jogo é a ironia de um cordeiro fofo ser o receptáculo de tanto caos, espalhando a carnificina por onde passa, aconselhado por seres tão imorais quanto sádicos.
Arte
Como disse, não só a trama colabora para o frequente sarcasmo em contraste ao aspecto amável do pequeno cordeiro. O design e a música também dão a impressão de estarmos em um jogo infantil.
Cores alegres e vivas. Animações suaves e com bastante destaque. Canções agudas e animadas. O jogo é um eterno contraponto, porque enquanto num momento estamos aproveitando este banho de fofura, no outro somos lançados em um ritual de sacrifício cthuliano.
O trabalho do Diretor de Áudio, conhecido pelo nome de River Boy, foi excelente. Ele conseguiu envolver todos os sentidos nesta montanha russa de incoerências que Cult of the Lamb propõe. Ele não só criou músicas que te levam do terror ao parque de diversões, mas também compôs efeitos sonoros que permitem sentir cada movimento, ataque e ação que ocorre em tela.
Mecânicas
Falando em sentir o que está em tela, um dos primeiros pontos que me impressionou em Cult of the Lamb foi a responsividade de seus movimentos. Com mecânicas básicas e bem apresentadas, o jogo permite um controle adequado do personagem, sentindo cada ação executada por movimentos de câmera, sons ou vibração do controle.
Outro grande acerto relacionado à jogabilidade é sobre o flow do jogo (conceito que aprendi na entrevista com Ben Esposito, criador de Neon White. O flow, em português, equivale à cadência na experiência. O jogo oferece uma proposta dinâmica durante o modo de exploração roguelite, com vários combates em pequenas salas repletas de itens, inimigos e objetos quebráveis.
Para equalizar as possíveis 12 horas de jogo, existe um balanço com os momentos em que o foco é a manutenção do seu culto. Nestas etapas, a experiência se volta para um conceito semelhante a jogos de gestão de colônias e sobrevivência.
Armas e cenários
Como em outros roguelikes, a aleatoriedade também tem papel de destaque em Cult of the Lamb.
Primeiramente, por meio das armas e magias (chamadas de maldições no jogo), as quais são ofertadas randomicamente ao início de cada nova masmorra. Além disso, os cenários também são gerados proceduralmente e oferecem desafios diferentes a cada reinicio – o que pode ser facilitado por um dos outros fatores.
Como último fator de aleatoriedade, o jogo oferece um baralho de tarô. A cada nova masmorra, o jogador encontra Clauneck, um personagem arquetipicamente sábio que te oferece uma carta a cada encontro, além de frequentes pílulas de conhecimento. As cartas podem conceder ao jogador algumas vantagens, sendo uma delas, como mencionei, poder visualizar todas as salas do mapa da masmorra sem tê-las explorado.
VEREDITO
Cult of the Lamb sabe muito bem gerenciar expectativa e execução, entregando uma experiência divertida, leve e que pode muito bem te prender por horas a fio. Em uma jornada simples, sem se apegar a sidequests ou muito à exploração, o jogo pode levar aproximadamente 15h.
Não só por sua duração o jogo merece elogios, mas por te manter engajado em todas estas horas. Apesar de parecer possível, em nenhum momento me senti entediado ou aborrecido por causa da repetitividade, porque ao contrário do que acontecia na demo, na versão completa o ritmo do jogo é muito bem balanceado.
Eu fico muito feliz com a alta qualidade que a indústria de games indie tem atingido em seus últimos títulos. Quero acreditar fortemente numa reedição deste mercado, onde jogadores e empresas valorizem cada vez mais estes pequenos e geniais produtores de jogos.
5,0 / 5,0
Cult of the Lamb, em seus valores em pré-venda no Brasil, custa:
- R$ 64,95 no Steam;
- R$ 64,95 no site da Nintendo;
- R$ 92,45 no site da Xbox, e;
- R$ 133,90 no site da Playstation.
Confira o trailer de Cult of the Lamb:
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