CRÍTICA: ‘Deathbound’ é curioso e poderoso soulslike brasileiro

    Deathbound é um dos games mais difíceis que joguei. Podendo ser tão frustrante quanto possível, o game faz um interessante uso de pequenas salas, corredores e esquinas para nos emboscar. O estúdio carioca Trialforge desenvolve o game, que é rico em mecânicas de soulslike. O game possui diferentes mecânicas que podem tanto propiciar, quanto impedir a nossa progressão.

    Baseado em essências, o game apresenta a dinâmica intensa entre a Igreja da Morte, uma entidade religiosa devota à Deusa da Morte, e o Culto da Vida. Essa batalha constante entre as duas forças mergulhou o mundo em um caos aparentemente interminável. Destinados a sempre se enfrentar, esses inimigos podem, enfim, acabar descobrindo que aqueles que os controlam, na verdade, têm motivos mais obscuros do que jamais imaginaram.

    Com mecânicas divertidas e intrigantes, baseadas na obtenção de essências de personagens, o game permite controlar até 7 combatentes caídos diferentes. Conforme exploramos a história de Ziêminal, revelamos segredos ocultos e perigos mais familiares do que imaginávamos.

    Deathbound chegou no dia 8 de agosto para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC (na Steam, Epig Game Store e Gog).

    SINOPSE

    Deathbound é um RPG de ação situado num mundo onde fé e ciência colidem. Absorva as Essências de guerreiros caídos para acumular seus poderes e habilidades. Sobreviva num mundo brutal onde o conflito divino entre a Vida e a Morte é o elemento fundamental da condição humana.

    ANÁLISE

    Deathbound

    Sendo positivamente impactado pelo game, percebi em Deathbound algumas das mais divertidas e curiosas jornadas apresentadas por um jogo brasileiro. Com o coração no lugar, o game pode, por vezes, parecer tanto um labirinto quanto um caminho extremamente difícil de ser trilhado.

    Além disso, por meio de uma jornada nada convencional, atravessaremos um mundo onde religião e ciência não apenas se encontram, mas, na verdade, colidem.

    De modo que avançamos na história aos trancos e barrancos, acompanhamos Therone Guillaumen, um nobre que renunciou ao seu direito de nascença para devotar sua vida à sua fé. Sendo o primeiro personagem jogável, mergulhamos em um mundo brutal, tomado pela violência iniciada pela Igreja da Morte.

    Deathbound

    Com a imortalidade como o plot principal desta história, a Trialforge tenta inovar em um estilo de game já estafado. Lançado apenas um mês após a expansão de Elden Ring, “Shadow of the Erdtree,” o jogo apresenta uma inovação não apenas gráfica, mas também uma história inédita.

    JOGABILIDADE E PROGRESSO

    Sendo difícil em quase tudo que se propõe, vemos aqui inspirações dos incríveis jogos da FromSoftware, como também do brilhante Lies of P. Com itens que criam mais dúvidas do que jogam luz por sobre a história, Deathbound nos causa desconforto, irritação e por vezes, frustração. Diferente de outros games do gênero que nos forçam e incentivam a fazer uso do parry, ou melhor, a defesa a fim de quebrar a barra do inimigo, este game utiliza uma mecânica ligeiramente diferente.

    O dash é algo de extrema importância aqui. Ao invés de defender os golpes, nossa esquiva congela o tempo e permite uma reação mais rápida por nossa parte. O que torna tudo ainda mais divertido e melhor.

    O sistema de essência do game proporciona diferentes possibilidades na gameplay. Os personagens caídos com diferentes habilidades nos oferecem diferentes de aproximações diante dos inimigos que surgirão.

    Ao longo das horas de gameplay, vi que o game possui alguns dos mais interessantes sistemas de progressão. E não apenas as essências de heróis caídos tem importância. As essências de inimigos dão aos jogadores uma maior versatilidade em relação ao nosso avanço, poderes e habilidades.

    Deathbound

    Com uma galeria de inimigos diversos, avançamos e convenhamos, morremos. Quase nenhum encontro é simples e não subestime seus inimigos, pois qualquer inimigo pode e irá te matar.

    VEREDITO

    Em uma realidade em que a imortalidade se tornou possível e rapidamente deixou de ser, dois lados de uma mesma moeda estão destinado a se enfrentar. Com a Igreja da morte servindo a deusa da morte e o culto da vida servindo a deusa da vida, os essenciamentes tem um importante papel aqui. Tendo até mesmo em nossa equipe um deles que busca propósito após ter sido traído, vemos aqui um padrão. Ambos os lados da guerra possuem problemas e interesses escusos.

    Em uma jornada de conhecimento e de realização de mundo, vemos em Deathbound um desafio curioso, poderoso e divertido. Mas vemos aqui, um temível e complicado game. Não por seus controles ou gameplay, mas por como o jogo é feito. O game da Trialforge é punitivo, desafiador e faz com que jogadores distraídos ou atrevidos paguem por seu despreparo ou distrações.

    Deathbound é singular e diverte por como nos apresenta um mundo único. Fazendo com que esta seja uma jornada profunda, precisamos avançar com cautela, ou os monstros aqui, rapidamente nos colocarão em nosso lugar.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Deathbound chegou no dia 8 de agosto para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC (na Steam, Epig Game Store e Gog).

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