CRÍTICA – Sifu (2022, Sloclap e Microids)

    Sifu é um dos games mais esperados do ano não apenas por esse que vos escreve, mas também por grande parte da crítica especializada. O game que estava previsto para 2021, acabou sendo lançado apenas em 8 de fevereiro de 2022. Enquanto nos lança em meio à uma história de vingança com referências à Old Boy, Kill Bill e muitos outros filmes, Sifu se mostra tão desafiador quanto uma vingança pode ser, além de profundo e repleto de camadas.

    Sifu nos apresenta o clássico tropo do mestre que é derrotado por seu estudante. Enquanto nos aprofundamos na história vemos que a jogabilidade e as derrotas importam para nossa progressão.

    SINOPSE

    Sifu é um beat’ em up estiloso e intenso, contando com um combate corpo a corpo visceral em um cenário urbano contemporâneo.

    Dos mesmos criadores de Absolver, o aclamado jogo de luta para PS4, desta vez a Sloclap nos brinda com Sifu, onde acompanhamos a vingança de um jovem aprendiz de kung fu contra os assassinos de sua família.

    É um contra todos, sem nenhum aliado e com inúmeros inimigos. Ele só poderá contar com seu domínio sobre a arte do kung fu para prevalecer e preservar o legado de sua família.

    ANÁLISE

    Sifu

    O tropo clássico de vingança sempre esteve presente na cultura oriental, e assim como na ocidental. Tendo sido abordado em tragédias gregas como Medeia, Orestes e até mesmo Clitemnestra, em uma história que envolvia parrícidio, canibalismo, para não falar em incestos. Como a nossa cultura é quase que inteiramente e erroneamente focada em um eurocentrismo exacerbado, muito da cultura oriental não é conhecido por nós, ou por esse que vos escreve, como deveria ser.

    Sifu nos lança em uma história tão mística quanto pé no chão, e nos mostra que o mundo que vamos adentrar, não é preto no branco, ou tão místico ao ponto de escaparmos da nossa realidade, aquele mundo possui diversos tons de cinza.

    Sifu é um beat’ em up em 3D que nos lança não apenas em uma busca por vingança, mas também por sentimentos tão profundos na história do personagem central, que nos faz questionar a odisseia que estamos prestes a adentrar a todo o tempo.

    NO MUNDO DE SIFU, NADA É POR ACASO

    O mundo de Sifu nos apresenta 5 diferentes níveis e cinco diferentes inimigos, cada um deles representando um dos cinco elementos de acordo com a “Teoria dos Cinco Elementos”, que são Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água.

    O design do game, assim como o level design, nos mostram que os perigos daquele mundo não serão transpassados na primeira gameplay. E com um fator replay muito forte, alguns elementos se tornam claros apenas em uma quarta ou quinta run. A flexibilidade e a fluidez do game dão aos jogadores atentos uma gameplay única à cada run.

    Um elemento tão místico, quanto as moedas que nos trazem de volta a vida, são a relação entre o contador de morte e os anos que ganhamos quando perecemos diante inimigos mais poderosos.

    A árvore de habilidade é tão literal no dojo, quanto seu nome e ao morrer, nos deparamos com ela e a possibilidade de crescer para que possamos perseverar em uma próxima vida. Enquanto tentamos completar o quadro de evidências, reforço que o fator de replay é tão importante para a história, como para seu avanço, permitindo aos jogadores farmar XP para comprar habilidades definitivamente.

    A trama e o visual de Sifu se encaixam como há muito não se via em um game de um estúdio indie. A habilidade do estúdio de fazer os níveis, os inimigos e os desafios se completarem, tornam a experiência de Sifu única a cada gameplay, dando à cada run um aspecto único.

    A beleza e fluidez presentes na gameplay de Sifu se dão pela captura de movimentos de artistas marciais mestres de Pak Mei Kung Fu.

    Confira o vídeo do making of do game:

    VEREDITO

    A história de Sifu e seus 5 níveis lindamente desenvolvidos nos permitem explorar ao máximo o que foi criado pela Sloclap, enquanto nos permitem desenvolver um vínculo com o protagonista que embarca em uma viagem que ele parece não ter intenção de retornar.

    Enquanto muitos comparam Sifu à games como Bloodborne ou Dark Souls, por seu fator replay, ouso dizer que ele é o próximo passo do que teve início com os beat’ em up side-scroller como Streets of Rage e se mostra único no que se propõe.

    Tenha em mente que a fim de obter o final verdadeiro do game, você não pode e nem deve levar a vingança tão a sério assim. Talvez envelhecer e crescer, coloque as coisas em perspectiva, ou talvez não e você esteja apenas a procura da sangue. Mas ao rejogar e rejogar, talvez você perceba em uma nova run, que a vingança e a lei de Hamurabi talvez não te levem a lugar nenhum.

    Sifu foi lançado no dia 8 de fevereiro de 2022 e tomou as streams de assalto, deixando os espectadores e os streamers tão encucados quanto motivados à chegarem a fundo na história em que mergulhamos sem muita pretensão.

    Sifu está disponível para PlayStation 4, PlayStation 5 e PC.

    Nossa nota

    4,5 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch

    Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

    Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.

    Artigos relacionados

    CRÍTICA: ‘Sker Ritual’ combina terror com muita ação

    Sker Ritual é um fps de terror repleto de ação. O game é o sucessor espiritual do game do mesmo estúdio Maid of Sker.

    EU CURTO JOGO VÉIO #8 | ‘The Darkness’ era uma escapada da rotina dos FPS

    The Darkness é um jogo FPS desenvolvido pela Starbreeze e publicado pela 2K, lançado em 2007 para PlayStation 3 e Xbox 360.

    Indie World: Confira todos os anúncios da conferência da Nintendo

    A Indie World chegou rapidinho e trouxe incríveis anúncios. O evento anunciou indies que chegarão ao Switch durante todo o ano.

    CRÍTICA: ‘Harold Halibut’ é aventura sci-fi stop-motion com narrativa profunda e envolvente

    Harold Halibut é uma aventura única. Em uma viagem ao desconhecido, somos lançados na história de Harold à bordo da Fedora, uma nave submersa.