O outrora influente produtor de Hollywood, Harvey Weinstein, foi condenado a 23 anos em uma prisão do estado de Nova Iorque nesta quarta-feira após sua condenação por crimes sexuais contra mulheres.
A sentença marcou um marco importante no movimento #MeToo, que ganhou força depois que várias mulheres foram a público com suas queixas sobre Weinstein.
As organizações de direitos das mulheres e os acusadores de Harvey Weinstein celebraram a decisão, chamando-a de início de uma nova era de empoderamento das mulheres. O juiz James A. Burke, que presidiu o julgamento na Suprema Corte do Estado de Manhattan, poderia ter condenado Weinstein, hoje com 67 anos, a apenas cinco anos de prisão.
Todas as seis mulheres que estiveram no banco das testemunhas para depor sobre os ataques sexuais de Weinstein entraram juntas no tribunal, sentando-se na primeira fila, logo atrás da mesa da promotoria. As fileiras atrás de Harvey Weinstein, que estava em uma cadeira de rodas, estavam praticamente vazias.
Um júri de Manhattan de sete homens e cinco mulheres declarou Harvey Weinstein culpado em 25 de Fevereiro de estuprar uma aspirante a atriz Jessica Mann, em um hotel de Midtown em 2013, e de fazer sexo oral à força com uma assistente de produção, Miriam Haley, em seu apartamento em Manhattan em 2006.
Após cinco dias de deliberações, no entanto, o júri absolveu Weinstein das acusações mais graves contra ele: duas acusações de agressão sexual predatória, que exigiram que os promotores provassem que ele havia cometido uma agressão sexual grave contra pelo menos duas mulheres.
Essas acusações, conforme construídas pelos promotores, exigiram que o júri descobrisse que Harvey Weinstein havia estuprado a atriz Annabella Sciorra no início dos anos 90 em seu apartamento em Gramercy Park.
O júri também determinou que Weinstein não era culpado de estupro em primeiro grau no ataque de 2013 contra Mann. Essa acusação exigia que o Estado comprovasse o uso da força ou uma ameaça durante o ataque. O júri optou por condená-lo por estupro de terceiro grau, o que exigiu que os promotores provassem apenas que ela não consentia.
Relatórios sobre a má conduta sexual de Weinstein circulam em Hollywood há décadas, mesmo quando o produtor recebeu elogios da crítica por reformular a indústria cinematográfica independente com vencedores do Oscar como Shakespeare Apaixonado e Pulp Fiction – Tempo de Violência.
Mas no final de 2017, vários de seus acusadores surgiram em exposições publicadas pelo The New York Times e pelo The New Yorker. Desde então, mais de 90 mulheres acusaram Harvey Weinstein de má conduta, incluindo assédio, toque inadequado e agressão sexual.
O produtor procurou desesperadamente o apoio de amigos ricos como Jeff Bezos, que fundou a Amazon, e Michael Bloomberg, o bilionário e ex-prefeito de Nova Iorque.
Seus advogados em uma carta ao juiz, buscando uma condenação menor, apontaram para o divórcio e a perda da empresa:
“Ele perdeu tudo. Sua queda foi histórica.”
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