CRÍTICA – Filha das Trevas (2017, Kiersten White)

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“Ninguém espera que uma princesa seja brutal”, mas eu esperava

 

Kiersten White é uma autora americana que escreve ficções voltadas para o público juvenil, e já figurou pelas listas de best-sellers do New York Times. Seu mais recente livro lançado no Brasil é Filha das Trevas que conta um pouco da história da família de Vlad Dracul, o empalador.

Sinopse:

“Lada Dragwlya e o irmão mais novo, Radu, foram arrancados de seu lar em Valáquia e abandonados pelo pai – o famigerado Vlad Dracul – para crescer na corte otomana. Desde então, Lada aprendeu que a chave para a sobrevivência é não seguir as regras. E, com uma espada invisível ameaçando os irmãos a cada passo, eles são obrigados a agir como peças de um jogo: a mesma linhagem que os torna nobres também os tornam alvos.

Lada despreza os otomanos. Em silêncio, planeja o retorno a Valáquia para reclamar aquilo que é seu. Radu, por outro lado, quer apenas se sentir seguro, seja onde for. E quando eles conhecem Mehmed, o audacioso e solitário filho do sultão, Radu acredita ter encontrado uma amizade verdadeira – e Lada vislumbra alguém que, por fim, parece merecedor de sua devoção.

Mas Mehmed é herdeiro do mesmo império contra o qual Lada jurou vingança – e que Radu tomou como lar. Juntos, Lada, Radu e Mehmed formam um tóxico e inebriante triângulo que tensiona ao limite os laços do amor e da lealdade.

Sombrio e devastador, este é o primeiro livro da mais nova série de Kiersten White. Cabeças vão rolar, corpos serão empalados… e corações serão partidos.”

Como o nome Vlad Dracul tem toda uma magia ao redor – sim, Vlad foi a inspiração para Bram Stoker escrever Drácula, em 1897 – fui presenteado com este belíssimo livro. Com o título em alto relevo e cores fortes, a capa de Alison Imply é realmente bonita, fazendo com que a primeira impressão seja boa. Ao folhear a obra antes de mergulhar na leitura, nota-se o esmero por parte da editora, onde o início de capítulos possuem detalhes delicados e páginas bem formatadas. Ah! sem contar com o mapa abrangendo a Transilvânia, Hungria, Valáquia, Bulgária, Albânia e o território otomano; e também a árvore genealógica de Vlad Dracul e Murad II, claro. Uma alegria para os fãs de fantasia. 

Kiersten White possui uma boa escrita e faz com que a leitura seja fluida e envolvente, porém a liberdade criativa ao transformar a jovem Lada Dragwlya em um espelho do voivoda da Valáquia, seu pai, é como flutuar em um lago profundo, tamanha é a complexidade do personagem que foi um ícone político e militar da Romênia na luta contra o expansionista Império Otomano, mesmo que seus métodos questionáveis o tenham transformado em um déspota.

A pesquisa da autora sobre a família Draculesti é rasa e com isso, o desenrolar de Filha das Trevas é focado em um triângulo amoroso entre os personagens criados por White, que consequentemente ao optar por deixar de lado grandes momentos históricos entre batalhas e reviravoltas na vida de Vlad ao longo de suas escaramuças contra Hunyadi e seu grande antagonista Maomé II (ou Mehmed II, em turco), a autora opta por transformar um potencial livro de ficção histórica em uma ficção juvenil.

A revisão de Vanessa Gonçalves e Flávia Yacubian merecem palmas, pois proporcionam uma primeira edição com pouquíssimos erros, fazendo com que a leitura da edição nacional de Filha das Trevas (And I Darken, título original) seja ainda melhor.

Confira abaixo a capa e os detalhes do livro:

Autora: Kiersten White
Editora: Plataforma21
1ª Edição: 2017
Páginas: 471

Avaliação: Razoável

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