Depois de quase 8 meses, Ryan Murphy volta à Netflix com sua nova produção, sucedendo The Politician, denominada Hollywood.
Mesmo com uma aprovação crítica mediana da sua primeira produção, a Netflix continuou a apostar no já veterano da indústria para sua nova obra, que dessa vez exploraria a velha Hollywood através de uma minissérie.
HISTÓRIA
A proposta da nova série de Ryan Murphy já começa interessante pelo seu slogan “E se a pudessemos reescrever a história?” e é a partir desse conceito que a série se desenvolve.
Situada logo após a Segunda Guerra Mundial, Murphy traz alguns nomes conhecidos da antiga Hollywood, enquanto também insere novos que ajudarão a guiar e mudar o destino desses personagens já marcados na história.
PERSONAGENS
Somos inicialmente apresentados a Jack Castello (David Corenswet) que tinha como objetivo de vida se aventurar pelo mundo da Ace Studios e tentar conseguir um papel como ator, mesmo que fosse totalmente inexperiente.
Em outro ponto, temos Raymond Ansley (Darren Criss), um diretor novato que buscava uma chance de dar vida a um projeto na Ace Studios e que namorava Camille Washington (Laura Harrier), uma atriz, que por ser negra, era reduzida a papéis estereotipados mesmo sendo uma das mais talentosas do estúdio.
E em um terceiro ponto temos o casal Rock Hudson (Jake Picking) e Archie Coleman (Jeremy Pope), um cara que assim como Jack queria se tornar ator e o outro que queria se tornar roteirista, e assim eles embarcam juntos para tentar atingir seus desejos mesmo com todos obstáculos que a velha Hollywood colocaria.
ANÁLISE
No início, Hollywood pode parecer perdida demais em seus diversos plots, que realmente eram muitos, mas com o passar dos episódios, você entende a necessidade deles e como eles vão eventualmente se encontrar e é interessante você estar por dentro desses arcos, ver suas perspectivas e o que leva todos eles a um ponto em comum.
Aqueles que queriam se tornar atores de prestígio, um diretor que queria dar vida a um projeto que tanto desenvolvera, uma atriz e o roteirista tentando quebrar os preconceitos e esteriótipos raciais, além dos sexuais.
Ryan Murphy faz releituras interessante sobre alguns nomes que marcaram gerações da velha Hollywood, como, Rock Hudson e Anna May Wong (Michelle Krusiec).
Hudson, nessa visão de Murphy, mesmo que com os obstáculos que Hollywood colocaria sobre ele, não teria medo de se assumir homossexual, mesmo sendo avisado pelo seu agente que isso o faria perder diversos papéis, mas sempre apoiado pelo seu namorado.
De outro lado, temos May Wong, que assim como Camille, sempre era colocada em papéis estereotipados por conta de sua raça, mas graças a Raymond e a oportunidade que ele deu a ela em seu novo longa, o jogo mudou completamente.
Ryan Murphy vs Quentin Tarantino
O que Ryan Murphy faz com Hollywood não é muito diferente do que Quentin Tarantino fez com Era Uma Vez em…Hollywood, mesmo tendo perspectivas e objetivos bem diferentes, ambos tentam mostrar como seria essa Hollywood se certas coisas não tivessem acontecido, mas com talvez menos pés sujos e um pouco mais de representatividade.
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Contudo, ambos têm seus méritos e desenvolvem suas produções da forma que sabem, porém só um recebeu críticas negativas no fim, mesmo ambos tendo suas qualidades.
Ryan Murphy também traz um elenco interessante para os coadjuvantes, colocando a ilustre Patty LuPone em um papel de muita importância e que ela consegue desenvolver muito bem, como já esperado.
Além de também trazer Jim Parsons, que já haviam trabalhado juntos em The Normal Heart, para o papel do agente Henry Wilson.
Pessoalmente, eu sempre acho que o Parsons tem uma certa maneira de atuar que ele costuma repetir em seus papéis, seus jeitos e afins, mas ele fez um bom trabalho aqui, com um personagem que provavelmente muitos ficaram com raiva – e com razão -, e quem sabe não dê as caras com uma indicação como Melhor Ator Coadjuvante em Minissérie.
Queen Latifah faz algumas aparições nos últimos episódios, e, mesmo que sejam participações pequenas, é bem significativo.
Como toda produção de Ryan Murphy, Hollywood traz uma grande sensualidade em diversas cenas, além de ser uma série carregada de grande representatividade, esta que tem uma conclusão interessante no último episódio, alguns podem ter achado brega e piegas, outros lindo, mas é fato que, mesmo que tenha sido expositiva demais, é uma cena emocionante.
Uma crítica pertinente e muito usada, é que esse episódio foi apressado demais e ele realmente foi, mas ainda assim ele consegue encerrar tudo o que prometeu.
VEREDITO
Hollywood teve uma recepção crítica mista, alguns odiaram, outros amaram, mas isso não é novidade quando se fala das produções de Ryan Murphy, sendo bem ou mal recebida, ela tem seu papel.
Vale a pena a experiência de ver o que Murphy preparou nessa idealização mais positiva de Hollywood.
Hollywood está disponível na Netflix e a segunda temporada de The Politician teve sua estreia marcada para 19 de Junho, também na Netflix.
Confira o trailer de Hollywood:
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