CRÍTICA – Manifest (2ª temporada, 2020, NBC)

    A segunda temporada de Manifest chegou em 2020, e com ela, os muitos mistérios relacionados ao voo 828, que só parecem se acumular e ganhar mais camadas. A série que foi confirmada para uma terceira temporada no mesmo ano que a segunda chegou ao fim, acabou por ser cancelada pela NBC, mas assim como com Lucifer, a Netflix salvou a série que conta a história do mistério do avião que ficou sumido por cinco anos e meio.

    Ao longo da segunda temporada, temos respostas, nos deparamos com encruzilhadas narrativas e muitos mistérios que a série promete resolver no futuro. Enquanto nos apresenta elementos baseados em um passado longínquo, a trama parece não saber qual caminho tomar.

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    SINOPSE

    Enquanto a família Stone se recupera de um tiroteio devastador, Ben (Josh Dallas) é enviado em uma missão para localizar dois passageiros do voo 828 que desapareceram misteriosamente. Grace (Athena Karkanis) lida com a nova gravidez e Michaela (Melissa Roxburgh) é transferida da polícia, sendo a nova parceira de Drea Mikami (Ellen Tamaki).

    ANÁLISE

    Manifest

    A segunda temporada de Manifest conta com 13 episódios que foram ao ar ao longo de 2020. Os episódios acabaram por deixar um gosto amargo na boca desse que vos escreve, não apenas por dar a série um rumo completamente incabido, mas por se enfiar ainda mais em uma história que poderia ser resolvida mais tranquilamente.

    Com elementos de roteiro e complicações desnecessárias, acompanhamos a família Stone – os principais investigadores e protetores dos passageiros do voo 828 -, mas também os outros passageiros, que ganham um maior destaque ao longo do segundo ano da série. As complicações contidas na trama nos fazem questionar se o showrunners e os produtores sabem por onde levar a série, que ao invés de resolver pontas soltas de seu primeiro ano, nos faz mergulhar ainda mais fundo em mistérios que aparentemente não irão ser resolvidos tão cedo.

    O arco da família Stone, os mais proeminentes da série, é por vezes confuso, e os personagens da série parecem entender isso, já que um dos dons que receberam ao retornar após 5 anos, os “Chamados”, os fazem questionar sua função naquele mundo o tempo todo.

    Compreender a filosofia da série que flerta o tempo todo com espiritualidade e seus chamados, é entender que ainda que pareçam divinos, os personagens são falhos e precisam compreender sua responsabilidade diante do mundo e diante das ameaças que não apenas os sobreviventes do voo 828 podem encarar.

    Manifest

    A segunda temporada de Manifest se mostra rasa, ainda que apresente diversos aspectos que aprofundem sua lore. E diante do cancelamento da série que viria a acontecer, a produção parece nos apresentar ainda mais narrativas que não parecem ter o intuito de vir a resolver.

    Um dos detalhes que pode mudar com a Netflix se tornando a mais nova casa da série, é alguns retcons a fim de favorecer não apenas elementos apresentados anteriormente, mas também ir mais fundo do que a série sempre vai.

    Em um formato mais curto do que sua primeira temporada, Manifest parece ter pontos que precisam ser abordados, mas a produção da série não parece saber como fazê-lo. Mas isso não os impede de nos lançar em mistérios ainda mais loucos, do que um voo com 191 passageiros que simplesmente desapareceu, e retornou 5 anos e meio depois, como se nenhum dos passageiros tivesse envelhecido um dia sequer.

    VEREDITO

    Manifest

    Ainda que Cal Stone (Jack Messina), Ben e Michaela sejam os protagonistas da série, esse núcleo não parece fadado a ter muito sucesso. Uma variação de núcleos e a compreensão de que ao começo existiam pouco mais de 191 tramas a serem exploradas, é algo que faltou à série em relevância narrativa. A urgência do temido “dia da morte”, é algo que os protagonistas deixam de tentar resolver e a série usa como força motriz a vida ou morte de um outro personagem. O que tira toda a dinâmica e urgência da trama.

    Em seu terceiro ano, espero que a série venha a me surpreender ao resolver suas inúmeras pontas soltas e narrativas que simplesmente foram deixadas de lado. Se não, não faz sentido que a Netflix tenha cooptado a série a fim de dar uma continuação para a mesma.

    Nossa nota

    3,0 / 5,0

    Confira o trailer da série:

    As 3 temporadas de Manifest estão disponíveis na Netflix e a quarta já está em produção pela gigante do streaming.

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