CRÍTICA – O Poder e a Lei (1ª temporada, 2022, Netflix)

    O Poder e a Lei é uma série baseada na saga literária de Michael Connelly sobre Michael “Mickey” Haller, um advogado de defesa. Uma adaptação do primeiro livro foi realizada em 2011 com Matthew McConaughey no papel principal. 

    Já a produção da Netflix criada por David E. Kelley é uma adaptação do segundo livro de Connelly.

    No elenco estão Manuel Garcia-Rulfo, Neve Campbell e Becki Newton

    SINOPSE

    Mickey Haller (Manuel Garcia-Rulfo) é um advogado que gosta de trabalhar do banco de trás do seu carro, após algum tempo longe do direito, Mickey está tentando encontrar um novo caminho na profissão. Quando retorna para Los Angeles, ele se depara com um mistério para resolver assim que inicia o novo negócio.

    ANÁLISE 

    Séries jurídicas tendem a cair no esquecimento por serem mais do mesmo: tramas arrastadas, longos monólogos que levam a lugar nenhum e várias cenas desnecessárias em tribunais. Por isso, é muito difícil criar algo tão memorável como Como Defender Um Assassino (How to Get Away With Murder) e Better Call Saul. Logo, O Poder e a Lei não chega a este nível, mas digamos que está no caminho. 

    Essa série baseada em uma franquia de sucesso do autor Michael Connelly acompanha um advogado de defesa recém reabilitado e ansioso para voltar ao mundo do direito. O que se sabe é que Mickey Haller sofreu um acidente enquanto surfava e por isso se viciou em remédios. Após um tempo longe dos tribunais, ele volta quando seu amigo é assassinado misteriosamente deixando todos os seus casos para ele.  

    Com ajuda de sua segunda ex-esposa e assistente Lorna (Becki Newton) e seu investigador Cisco (Angus Sampson), Mickey se prepara para defender pequenos e grandes casos de Los Angeles. O advogado faz isso no banco de trás do seu carro, enquanto Izzy (Jazz Raycole), uma das clientes de Mickey e também ex-viciada se torna sua motorista.   

    Já nos primeiros episódios, a série criada por Kelley estabelece um ótimo ritmo com cenas dinâmicas que alteram entre o escritório, os tribunais e as viagens de Mickey pela cidade. Ajuda muito que o protagonista precise correr de um lado para o outro sempre atrás de testemunhas, pistas e também tenha encontros tensos. Dessa forma, O Poder e a Lei mostra que sabe muito bem utilizar os aspectos jurídicos ao seu favor e afastar a burocracia chata da prática. 

    Para isso, as cenas de carro são essenciais, já que foge dos padrões e se parece muito com um road movie. Até mesmo as interações entre Mickey e Izzy servem para apresentar os casos ao espectador, na mesma maneira que também debate noções profundas do personagem principal. 

    O suspense e a tensão também são grandes aliados da série, visto que, Mickey precisa resolver um caso complexo deixado por seu amigo. Logo, à medida que a série avança é possível compreender a linha de raciocínio do personagem e como de fato o protagonista é um ótimo advogado. Boa parte do que sustenta a série é atuação sucinta de Manuel Garcia-Rulfo, o ator dá ao personagem carisma, mas também uma certa arrogância e agitação. 

    Seus colegas de cena crescem em tons mais discretos, mas a relação com sua primeira ex-esposa, a promotora Maggie McPherson vivida por Neve Campbell com a qual tem uma filha, mostra que a série consegue ir além dos tribunais e se envolver com tramas mais individuais do personagem. 

    É verdade que a série tem alguns atores um pouco mais exagerados ou que não conseguem acertar o tom dos diálogos. Mas mesmo assim, O Poder e Lei cria episódios atraentes e fáceis de compreender com uma estética limpa que ressalta a cidade jurídica que Los Angeles também pode ser.

    VEREDITO

    O Poder e a Lei é uma boa surpresa da Netflix com uma história envolvente, um roteiro rápido e uma direção assertiva, a série cativa o espectador facilmente. 

    Nossa nota

    4,0 / 5,0

    Assista ao trailer:

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