CRÍTICA – Emma (2020, Autumn de Wilde)

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Emma é uma adaptação do último romance de Jane Austen dirigido por Autumn de Wilde e estrelado por Anya Taylor-Joy (Os Novos Mutantes, A Bruxa). 

SINOPSE

Emma Woodhouse (Anya Taylor-Joy) é uma jovem rica e inteligente, que não tem pretensões de se casar tão cedo para ficar sempre perto do pai. Seu passatempo favorito parece ser o de ‘casamenteira’, Emma está sempre tentando juntar casais que considere apropriados entre seus amigos, sem perceber os problemas causados com sua imaginação e teimosia.

ANÁLISE

Muitos já estão familiarizados com as adaptações cinematográficas dos livros de Jane Austen. O mais famoso entre eles, Orgulho e Preconceito (2005) deu uma nova roupagem aos filmes de época apresentando uma protagonista não convencional. Emma de 2020 entra na mesma onda, se por um lado, essa adaptação não é inédita, por outro, temos uma releitura desafiadora.  

É através dos mínimos detalhes que conhecemos quem de fato é Emma. Apesar de parecer perfeita, afinal ela é descrita como rica, bonita e inteligente, o filme aposta em seus defeitos para criar a empatia que a personagem merece. Logo, um olhar mais demorado, uma expressão de dúvida ou uma ação mal planejada colocam Emma entre as protagonistas que não se encaixam em sua sociedade. 

O que de forma alguma é um mal sinal para o filme, já que Emma por sua vez, se destaca em um ambiente totalmente regrado. É ela quem desafia, quem instiga e quem conduz a história. Seu jeito soa até manipulador e inconsequente, mas é com seus seus erros que a protagonista aprende. Dessa forma, vemos em tela uma mulher de 21 anos que está amadurecendo.

Na história, Emma com toda sua eloquência e acidez busca arranjar um marido para sua amiga Harriet (Mia Goth), uma jovem que órfã que lhe admira. Contudo, é quando o plano dá errado que a protagonista entende o quanto é errado supor os sentimentos das pessoas. 

Seu amigo e também seu maior crítico Sr. Knightley (Johnny Flynn) é o único que parece ver o quanto Emma pode ser letal com seus comentários e ações. Além de seus personagens principais, o filme brilha com seus coadjuvantes que entregam um humor tipicamente britânico, Bill Nighy como o pai meio maluco e Miranda Hart como uma viúva falante são os destaques. 

Dessa forma, Emma também entrega uma produção exuberante. Apostando em cores vivas, como amarelo, rosa, azul e verde temos a concretização do talento de Autumn de Wilde. A diretora estreante é mais conhecida por seu trabalho de fotografia e direção em videoclipes de bandas. 

Logo, a atmosfera criada por Wilde se assemelha a um sonho de nobreza, não por acaso, Anya Taylor-Joy se saiu tão bem como Emma. A atriz tem um talento nato que foi captado pela diretora de modo a criarem a melhor versão que poderíamos ter de Emma. 

VEREDITO

Emma começa confuso já que a história trata de vários personagens, mas é incrivelmente envolvente, inteligente e um tanto quanto divertido. Para um filme que tem outras adaptações como concorrentes, Emma de 2020 tem a proeza de criar uma protagonista acreditável. 

Nossa nota

Confira o trailer do filme:

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