Mesmo que na literatura gótica tenhamos outros autores que definiram as principais características dos Filhos das Trevas, temos em Bram Stoker a imagem de “pai dos vampiros” por seu centenário romance Drácula e Anne Rice que nos deixou em 11 de dezembro, aos 80 anos, é sem dúvidas a “mãe dos vampiros” para a cultura pop graças às suas muitas obras e principalmente As Crônicas Vampirescas (The Vampire Chronicles).
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Por mais que a autora seja mundialmente conhecida por seus romances góticos desde sua estreia com a publicação de Entrevista com o Vampiro, em 1976, Rice atuou também na literatura erótica e na literatura cristã; criada desde criança por pais católicos praticantes, em meados de 2000, após retornar para a religião, a autora publicou os romances Cristo Senhor: Fora do Egito e Cristo Senhor: O Caminho para Caná, relatos ficcionalizados de certos incidentes na vida de Jesus.
Mas durante toda sua carreira literária, os vampiros sempre foram “suas preciosidades”, e se você ainda não leu nenhum deles, veja abaixo a ordem de leitura de As Crônicas Vampirescas!
Entrevista com o Vampiro (1976)
Uma história que começa com a ousadia de um jovem repórter ao entrevistar Louis de Pointe du Lac nascido em 1766 e transformado em vampiro pelo próprio Lestat figura apaixonante que terminará ao longo da série arrebatando multidões como cantor de rock.
“Quer dizer que ele sugou o seu sangue?”, perguntou o rapaz. Sim o vampiro sorriu.
“É assim que se faz.”; Louis, esse vampiro que se recusa a livrar-se das características humanas e aceitar a crueldade e a frieza que marcam os vampiros continua a contar a história desde o início:
“Escute mantenha os olhos abertos.”, murmurou Lestat com os lábios encostados em meu pescoço.
“Lembro-me que o movimento de seus lábios arrepiou todos os cabelos de meu corpo enviando uma corrente de sensações através de meu corpo que não me pareceu muito diferente do prazer da paixão.”.
Entrevista com o Vampiro É um mundo de uma fantasia impressionante um mundo gótico romântico esse criado por Anne Rice e traduzido por Clarice Lispector. A obra que tornou-se um best-seller e iniciou As Crônicas Vampirescas foi adaptada para o cinema e estrelado por Tom Cruise, Brad Pitt, Antônio Banderas, Christian Slater e Kirsten Dunst.
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O Vampiro Lestat (1985)
Um clássico do horror moderno, O Vampiro Lestat é o aclamado segundo livro de As Crônicas Vampirescas, que recentemente foi eternizado em uma edição especial capa dura pela editora Rocco.
No primeiro volume, o best-seller Entrevista com o Vampiro, Lestat é retratado como vilão pelo conturbado vampiro Louis. Neste romance, narrado em primeira pessoa, Lestat dá a sua versão dos fatos relatados na célebre entrevista e conta sua fascinante história, desde que era um simples mortal no interior da França pré-revolucionária.
Para escapar da rotina da vida no campo, o jovem Lestat de Lioncourt, seduzido pela fulgurante Paris do século XVIII, abandona sua família e segue com uma trupe de atores para trabalhar no teatro. Em Paris, seu talento chama a atenção de Magnus, um vampiro secular que está decidido a dar fim à própria existência, e, para isso, transforma Lestat em vampiro, legando a ele sua fortuna e a missão de encontrar as origens de sua espécie.
Em sua busca, Lestat desvela a fantástica mitologia vampiresca que remonta ao antigo Egito e, aos poucos, toma conhecimento de quem é quem na galeria de imortais que habitam os subterrâneos do mundo. Suas aventuras através dos tempos desembocam no século XX, quando o vampiro se torna um ídolo do rock, com uma verdadeira legião de fãs e clipes na MTV. Além de se integrar ao mundo dos vivos com sua música, Lestat pretende acordar vampiros ancestrais para tentar esclarecer os enigmas de sua misteriosa forma de existência.
Com essa extravagância, no entanto, Lestat acaba quebrando o código de silêncio dos vampiros e provocando a ira de criaturas ainda mais poderosas do que ele. Assim, perseguido pelos imortais e pelos mortais que percebem sua natureza, Lestat percorre o mundo, experimentando os pesares, mas também todos os prazeres que a condição de vampiro pode lhe proporcionar.
A Rainha dos Condenados (1988)
Lestat, o roqueiro diabólico, o perversor apresentado em Entrevista com o Vampiro, lança sua autobiografia e um disco terrível. Pior, não contente, resolve ainda promover um show em que o tema principal é o proibido: a verdadeira origem dos vampiros e todo o peso da maldição que os acompanha.
Em A Rainha dos Condenados, a escritora americana Anne Rice retoma os personagens que a tornaram famosa e faz o livro de maior suspense e densidade de As Crônicas Vampirescas. Aqui, há vampiros para todos os gostos. Jovens e delinquentes, como Baby Jenk, da Gangue das Garra, românticos como Armand e Daniel, estudiosos como Jesse, que investiga para a organização conhecida como Talamasca, a história desses seres estranhos, imortais misturados entre mortais, para quem sangue, sexo e morte são elementos indissolúveis do dia-a-dia.
Reunidos em torno de Lestat, eles respondem ao chamado de sua música quase hipnótica e correm, ao longo da narrativa de Rice, um perigo difícil de evitar. É que o som de Lestat desperta Akasha, a mãe dos vampiros, a encarnação da força maléfica feminina, disposta a escolher os justos, entre os vampiros, através de um banho de sangue.
O terceiro volume de As Crônicas Vampirescas também foi adaptado ao cinema, sendo lançado em 2002. O longa estrelado por Stuart Townsend e a finada modelo Aaliyah, infelizmente não teve uma boa recepção pelo público e crítica especializada.
A História do Ladrão de Corpos (1992)
“Cabelo louro caindo até os ombros, penetrantes olhos azuis, roupa extremamente elegante, um sorriso irresistível e um corpo bem-feito, com um metro e oitenta de altura que, a despeito dos seus duzentos anos de vida, parece o de um mortal de vinte anos.”
Essa é a descrição do vampiro Lestat, feita por ele mesmo, mas e se agora ele puder mudar completamente?
Um desconhecido que o persegue em vários lugares do mundo – Veneza, Hong Kong, Miami, Londres e Paris – propõe a troca de seu corpo com o do vampiro. É a oportunidade de Lestat sentir as sensações de um mortal. É a chance de Raglan James experimentar os poderes de um imortal.
Esta é uma história contemporânea, passada no final dos anos 80, inclusive no Rio de Janeiro. Depois de alcançar o sucesso durante sua curta carreira de cantor de rock, Lestat se enfronha no candomblé e espiritismo, pelas mãos de David Talbot, um amigo mortal que recusa sua oferta de sangue negro. Torturado por seu amor, suas dúvidas e sua solidão secular, Lestat sonha ser humano outra vez. Ver o sol, beber e comer como qualquer outra pessoa.
Mas uma coisa o perturba. E se o estranho não lhe devolver mais o corpo?
Memnoch (1995)
O vampiro Lestat está de volta. Desta vez, num romance fantástico, ele enfrenta a maior das tentações: Memnoch, que afirma ser o diabo em pessoa. Memnoch coloca o imortal diante da oportunidade de voltar no tempo, conhecer a criação, visitar o purgatório e escolher entre o céu ou se tornar um príncipe no inferno.
Nessa viagem de extremos, a autora propõe algumas situações inéditas em As Crônicas Vampirescas que podem incomodar aos mais impressionáveis, mas que certamente tornam a leitura mais instigante. Memnoch conta a sua história: era um arcanjo escolhido por Deus para acompanhar o começo da criação mas cai em desgraça, quando se recusa a aceitar a indiferença divina com os homens, relegados aos mais diversos sofrimentos.
Lestat se encontra diante do argumento de que um Deus misericordioso não permitiria que suas criaturas vivessem em meio a tanta crueldade e injustiça. E que afinal, o diabo seria o único tentando salvar as almas através do purgatório.
Segundo Anne Rice, numa carta aberta aos seus fãs na Internet, o livro mexeu muito com ela:
“Usei muitas blasfêmias, mas você tem que amar muito a Deus para ser um verdadeiro herege.”
Pandora (1998)
Os personagens de Anne Rice jogam estrategicamente com a sedução e esbanjam sagacidade, atravessando séculos de romantismo e mistério, numa luta dramática entre razão, prazer e paixão.
O narrador deste romance é o vampiro David Talbot. A história começa no século XXI, tendo como cenário um lotado café parisiense. Lá a belíssima jovem Pandora – de pele de porcelana, olhos topázio e de inteligência incomum – é convidada por David e escrever sua história. Ela nos leva a viajar no tempo e relata, relutante a princípio e depois com incrível paixão, uma vida de mais de 2.000 anos.
Pandora volta à pré-adolescência, quando era uma simples mortal, filha de um rico senador do Império Romano. Nesta época, no palácio de seu pai, ela conhece e se apaixona pelo ainda mortal e extremamente charmoso Marius, numa Roma atemorizada, dominada por César e cercada de conspiradores e assassinos interessados em tomar a cidade.
Vinte anos depois, Pandora foge de Roma e passa a ter sonhos frequentes com sangue jorrando. Busca um padre para esclarecer seus pesadelos. Numa nova cidade, encontra com Marius, o já poderoso e carismático vampiro. Juntos passam a viver um grande e turbulento amor. Durante séculos, numa intensa batalha entre razão e paixão, os dois travam um declarado e doloroso duelo, até se separarem tragicamente.
O Vampiro Armand (1998)
O sedutor Armand, que despontou em Entrevista com o Vampiro, hoje um clássico do horror gótico, retorna para contar sua fascinante trajetória de vida em mais um episódio de As Crônicas Vampirescas. Tudo começa onde o romance Memnoch termina. Vampiros do mundo inteiro estão reunidos em torno de Lestat, prostrado no chão de uma catedral, não se sabe se morto ou em coma.
Enquanto reflete sobre a condição de Lestat, Armand é convidado pelo jornalista David Talbot para contar a sua vida. A narrativa passa então abruptamente para o século XV, em Kiev Rus – uma cidade em ruínas dominada pelos mongóis onde Armand vive a sua infância – e depois para Constantinopla, onde ele é vendido como escravo por caçadores tártaros. Seu comprador é um Marius, um misterioso pintor veneziano (também vampiro). Ele é quem dará a Armand o dom da imortalidade.
A autora descreve em detalhes o sensual relacionamento do ainda mortal Armand com o seu mentor e a conseqüente transformação do pupilo em vampiro. Quando esta finalmente ocorre, as cenas fortes de sexo são substituídas pelo questionamento de Armand, forçado a escolher entre a imortalidade adquirida e a salvação de sua alma.
O romance descreve cenas de luxo e elegância no suntuoso palácio renascentista de Marius, em Veneza, passa para mirabolantes aventuras e cultos diabólicos na Paris do século XIX, até chegar à Nova Orleans de hoje. Os capítulos finais relembram o significado profundo dos vampiros de Anne Rice: uma metáfora para os mais intensos e ocultos desejos do ser humano.
Vittorio, o Vampiro (1999)
Os brutos também amam? Os vampiros, muito mais. E há pessoas que os amam tanto que são capazes de entregar a alma às torturas eternas. Como é o caso de Vittorio, um garoto de 16 anos que caiu nesse tipo de armadilha, e hoje, meio milênio depois, vive com sua amada na cripta das ruínas do seu castelo, em Florença, Itália. Sem jamais dispensar as saídas noturnas em busca de tenros pescoços para cravar os dentes e beber sangue.
A perdição (ou, segundo outros vampiros, a salvação) de Vittorio foi sua própria beleza. No romance, o próprio personagem se descreve:
“Não tenho um rosto infantil, mas quase angelical. Minhas sobrancelhas são espessas, escuras, bem acima dos meus olhos para não lhes roubar o brilho. Minha testa seria um pouco alta, não fosse tão reta, e se não tivesse cabelos castanhos tão abundantes, formando uma ondulada moldura para a pintura.”
A Florença do século XV, em pleno esplendor da sua arte, vivia o pior dos seus infernos. Um bando de vampiros fez um pacto com a cidade de Santa Magdallana, para que deixasse seus cidadãos saudáveis em paz, desde que lhes desse todos os seus velhos, doentes, aleijados e crianças para terem seu sangue sugado. O bando tentou fazer o mesmo pacto nos domínios do ultranobre e super-rico pai de Vittorio. Recusado, matou todas as pessoas do castelo, mas uma vampira de colossal beleza apaixonou-se por Vittorio e o deixou com vida. O garoto, exímio espadachim, acabou descobrindo o castelo onde os vampiros se escondiam e o invadiu, com fome de vingança. Matou um deles, os demais o capturaram, mas a bela vampira, chamada Ursula, tornou a salvá-lo.
Anne Rice escreve de um ponto de vista muito católico nesta obra. Há anjos, santos, Imaculada Conceição e tudo. Quatro anjos o ajudam a invadir o castelo dos vampiros, de dia, sem usar de violência, apenas abrindo caminhos. Vittorio parte para sua doce vingança. Mas… Bem, contar a história agora seria uma crueldade, não acham? O fato é que Vittorio, neste final de milênio, está em seu arruinado castelo cercado de mato por todos os lados. A bela Ursula continua com ele, e só quer saber de sexo e sangue. Sangue não falta. É aí que aquela velha frase dos contos de fadas se torna verdadeira: “e viveram felizes para sempre…” Neste caso, dizem os vampiros, o sempre é literal.
Merrick (2000)
David Talbot e Louis de Pointe du Lac conversam no velho salão da casa de Lestat, em Nova Orleans. O atormentado e belo Louis pede ao colega que acione a bruxa Merrick para que ela o ajude a estabelecer contato com Cláudia, a vingativa criança-vampiro. É a partir dessa cena que Anne Rice retoma os famosos personagens da bem-sucedida série de As Crônicas Vampirescas para discutir a imortalidade e os mistérios da existência.
Talbot foi líder da Talamasca, uma organização secular para estudos de fenômenos psíquicos e paranormais. Frente ao pedido de invocação do espírito de Cláudia, carbonizada pela exposição ao Sol, ele conta que conheceu Merrick quando a criança, de apenas dez anos, descendente dos bruxos Mayfair, ficou órfã e passou a ser responsabilidade da Talamasca. A pequena bruxa tornou-se uma belíssima mulher, sensual, instruída e poderosa.
A convivência com Merrick fez surgir em David uma paixão avassaladora, porém impossível. Primeiro pela considerável diferença de idade – ele tinha setenta anos, ela, 24 – e, segundo, pela sua condição de vampiro. Logo após ter sua alma transferida para o corpo de um rapaz, por obra do Ladrão de Corpos, recebeu contra a sua vontade o sangue negro e passou a ser autor das histórias que envolvem seres como ele. Seu mestre e criador, o sedutor Lestat, vive agora relegado a uma espécie de coma, após o encontro com o demônio Memnoch. David, portanto, não pode contar com sua ajuda na luta contra o desejo de imputar à Merrick o fardo da imortalidade. Por ter vivido como humano até a velhice, a sexualidade tem em David um outro significação.
A Louis, cabe a obsessão e o sentimento de culpa na sua busca por Cláudia, menina cuja condição de mortal foi interrompida por ele, e cujo espírito pode vagar nos incertos caminhos de um sofrimento impensável.
Anne Rice traz para o leitor a tradição dos Mayfair, os mistérios do vodu, do candomblé e de uma civilização cujos tesouros e artefatos mágicos escondem-se numa caverna na selva da Guatemala. Merrick, Louis, David e Lestat empreendem uma nova jornada rumo à compreensão da vida e da morte, preocupação não só dos humanos, mas também das criaturas sobrenaturais. Ao mesmo tempo, amam-se intensamente, e esforçam-se na manutenção e no exercício desse amor.
Sangue e Ouro (2001)
A mestra do terror gótico moderno, Anne Rice, ao dar sequência em As Crônicas Vampirescas, conta a história de dois de seus fascinantes e enigmáticos personagens, Marius e Thorne, poderosos Filhos das Trevas. O primeiro deseja vingança contra um antigo inimigo, enquanto o segundo anseia pelo reencontro com sua criadora. Revelando o sombrio mundo dos seres imortais, Sangue e Ouro aborda os sofrimentos inerentes à vida eterna.
Marius carrega consigo mórbidos segredos. Durante séculos fiel guardião de Akasha e Enkil, criadores de todos os vampiros, exerce papel decisivo nos fatos narrados pela autora no clássico A Rainha dos Condenados. Ele foi um dos poucos vampiros capazes de aplacar a fúria da Mãe, desperta pelas peripécias de Lestat, e, assim, salvar os Filhos das Trevas da extinção.
Thorne, o vampiro viking, decidido a viver adormecido numa caverna nas terras geladas do Norte, é atormentado com visões da rebelião descrita justamente em A Rainha dos Condenados e da qual tomou parte Marius. Em seu sono, vê Maharet, a criatura que o transformou em bebedor de sangue, e a luta desta com Akasha, de quem ela usurpou o Cerne Sagrado, energia máxima dos imortais. Acompanha Lestat, que revelou com sua música segredos proibidos e seculares. Fato que provocou a ira da Rainha e atingiu os vampiros, dizimando os jovens e enfraquecendo os velhos. Thorne não compreende os acontecimentos. Acorda do seu estado letárgico e parte para a cidade, onde ouve o chamado de Marius.
O ex-mestre de Lestat leva Thorne para casa e o auxilia na sua reintegração ao mundo moderno. Apaixonado por sua criadora, o viking contará com a ajuda do amigo para reencontrá-la. Marius conta toda a sua história: foi senador imperial em Roma, um filósofo criador de leis, e tornou-se Deus do Sangue ao ser raptado pelos druidas. Marius esclarece a Thorne os incidentes que movimentaram as sintonias vampirescas. Por ter sido protetor de Akasha e Enkil, oferece um ponto de vista privilegiado dos fatos que envolveram Lestat e das turbulências sobrenaturais dos diversos conflitos do mundo dos vampiros.
Anne Rice evoca a grandiosa história do império romano, sua derrocada, a mística cidade de Constantinopla, a experiência de beleza com a Renascença, o amor de Marius por Botticelli, sua paixão por Pandora e muitos outros feitos que cabem nos mais de dois mil anos de existência do personagem-narrador. Roma, Florença, Veneza, Dresden e Londres são cenários para a fantástica história, tendo como ponto culminante o confronto final com Akasha.
O leitor é depois levado ao ápice: os tempos atuais, onde Marius, numa floresta fechada, busca um sentido de justiça por intermédio dos mais antigos vampiros do mundo.
A Fazenda Blackwood (2002)
Em A fazenda Blackwood, Anne Rice, a grande dama do gótico moderno, brinda seus leitores com mais um eletrizante capítulo de As Crônicas Vampirescas.
Tarquinn Blackwood, um jovem sedutor e excêntrico, é o único herdeiro da imensa propriedade às margens do Pântano de Sugar Devil que leva o nome de sua família. Com suas imensas colunas de mármore, salas de estar ricamente mobiliadas e recantos sombrios, a Fazenda Blackwood esconde muito mais do que velhos segredos de uma dinastia agora decadente. Fantasmas e outras criaturas tão poderosas quanto antigas vagam pelos corredores sombrios da propriedade, interferindo nas vidas dos moradores e visitantes.
Assim, Quinn, como é conhecido pelos mais próximos, é assombrado desde criança por um espírito a quem chama de Goblin. Único amigo do rapaz durante sua solitária infância, com o passar dos anos o espírito torna-se cada vez mais manipulador e poderoso, transformando a vida do já atormentado Quinn em uma jornada opressiva e aterradora. Porém, o pior acontece quando o jovem recebe o Dom das Trevas, sendo transformado em um vampiro. O poder e a fúria de Goblin se intensificam, transformando-o em uma ameaça não apenas para Quinn, como também para todos aqueles a quem ele mais ama.
Abandonado por aquele que o transformou, possuidor de um dom o qual ainda não sabe como controlar e atormentado pelas ameaças constantes de Goblin, Quinn vê como única saída procurar o célebre vampiro Lestat em Nova Orleans e clamar por ajuda. Ele leva Lestat para a fazenda Blackwood e, lá, começa a narrar a história de sua família, que se confunde com sua própria história. A saga dos Blackwood levará o leitor da Nova Orleans dos dias de hoje até a antiga Pompéia, passando pela Nápoles do século XIX, em uma vertiginosa teia de traição, mistério e sangue.
Em A fazenda Blackwood, Anne Rice reúne mais uma vez suas duas das séries de horror mais bem sucedidas de nossos tempos, As Crônicas Vampirescas e a saga das Bruxas Mayfair, através da figura da jovem e misteriosa Mona, herdeira da fortuna e dos poderes sobrenaturais da família Mayfair, que mantém uma relação voluptuosa e proibida com Quinn, o que faz com que ela se torne mais um dos alvos da fúria de Goblin.
Uma história sobre jovens que se tornam adultos, a perda da inocência e a busca pelo amor, A fazenda Blackwood mostra Anne Rice em sua melhor forma. Mesclando banhos de sangue, cenas com alta carga de erotismo e a lascívia inerente às Crianças da Noite, a autora compõe a saga de um jovem em busca de sua verdadeira identidade, criando um inesquecível conto de mistério, luxúria e morte.
Cântico de Sangue (2003)
O vampiro Lestat volta à cena como narrador de mais um volume da coleção As Crônicas Vampirescas, de Anne Rice. Cântico de Sangue é uma história de amor e lealdade, que faz os leitores retornarem à Fazenda Blackwood e os coloca frente a frente com o universo do proprietário Quinn Blackwood, e sua amada, Mona Mayfair, que escapa da morte iminente ao receber o Dom das Trevas e se tornar uma vampira.
Como consequência da metamorfose de Mona, Lestat passa a ser assombrado pelo fantasma de Julian Mayfair, um espírito que é guardião da família há anos. Paralelamente, o vampiro experimenta um sentimento até então desconhecido para ele: o amor puro e verdadeiro, descoberto na figura de Rowan Mayfair, médica brilhante que, além de bruxa, é prima de Mona e foi responsável por cuidar da jovem durante os anos em que ela esteve gravemente doente.
Mas levar este romance adiante não será fácil: há várias barreiras a serem superadas, sendo a maior delas Michael Curry, marido de Rowan. A transformação de Mona em um ser imortal lhe dá forças para tentar solucionar um mistério: a localização de sua filha, Morrigan, levada pouco depois de nascer e cujo parto foi a causa da misteriosa doença da mãe. Durante a jornada em busca da desaparecida, Lestat, Mona e Quinn encontram uma ilha particular na costa do Haiti, dominada por traficantes de drogas e habitada por seres monstruosos e fascinantes: os Taltos, criaturas com as quais a família Mayfair tem uma ligação cheia de segredos, que remonta a gerações ancestrais. O destino de Morrigan é conhecido por três representantes da espécie: Oberon, Miravelle e Larkyn, filhos do milionário Ash Templeton, que, no anterior, fez amizade com Rowan e Michael.
Ao longo das páginas, a autora nos mostra que Lestat, finalmente, atingiu a maturidade: mesmo atormentado pela ideia de se tornar santo e fazer somente o bem, ele entende que é um ser das trevas e não pode fugir da sua natureza. O personagem se supera, ao desistir da vontade de dominar e abrir mão do desejo por sangue pensando no benefício de outras pessoas. Neste processo de evolução moral, ele ajuda o fantasma de Patsy, mãe de Quinn, a deixar de vagar sobre a Terra e fazer a travessia para a luz.
Em Cântico de Sangue, Anne Rice deixa seu vampiro mais famoso dividido entre os prazeres e as torturas existentes no território que separa a sombra da morte da imortalidade. Suas crias, Quinn e Mona, enfrentam o mesmo dilema. Como aproveitar as vantagens que o Dom das Trevas oferece quando a vontade de viver entre os humanos, como um deles, ainda é forte? O caminho do conhecimento é longo e tortuoso, mas eles vão descobrir que terão toda a eternidade para percorrê-lo.
Príncipe Lestat (2014)
Após um intervalo de mais de dez anos, o vampiro Lestat, astro maior de As Crônicas Vampirescas, está de volta com um mistério: uma voz em sua cabeça que o atormenta, incitando-o a fazer coisas que ele não deseja. Ao mesmo tempo, ao redor do mundo, se espalham relatos de que irmandades inteiras de mortos-vivos estão sendo aniquiladas.
Essa mesma voz misteriosa vaga pelas mentes de outros imortais convencendo antiquíssimos bebedores de sangue, que repousam há séculos sob a terra, a se levantarem para destruir seus iguais. A voz joga os anciões contra os jovens e uns contra os outros, alimentando-se da paranoia. Mas quem é a voz? Quem está ameaçando todo o mundo dos vampiros? Por quê? E o que fazer a respeito dela? Essa é a questão que preocupa a todos os personagens e dá o rumo da história em Príncipe Lestat.
De Nova Iorque o pequeno Benji Mahmoud, pertencente à mesma irmandade que Armand e Louis, transmite em seu programa de rádio, e pela internet, suas mensagens de alerta: “Fiquem longe dos anciões. Protejam-se dos anciões.”, ao mesmo tempo que pergunta: “Onde estão os anciões? Onde está Marius? Onde está Lestat? E Maharet? Por que não nos protegem?“
Reunindo todos os lendários personagens dos livros anteriores em uma amarração impressionante da trama, Príncipe Lestat traz uma ameaça tão grande quanto a que vimos em A Rainha dos Condenados, pondo em risco a própria existência dos vampiros. Assim como antes, todos colocam suas esperanças no príncipe moleque Lestat.
Passando por Miami, Paris, Florença e cidades da Ásia, desta vez a autora trouxe partes importantes da narrativa para o Brasil, tornando o Rio de Janeiro e a Amazônia seus cenários. Anne Rice mantém-se fiel ao seu já conhecido estilo romântico e gótico e aproveita para elucidar vários aspectos de sua própria mitologia com explicações há muito aguardadas pelos leitores, como as verdadeiras origens da Talamasca e a história de Magnus, o criador de Lestat. Personagens que haviam sido apenas brevemente citados no passado recebem nomes e vida próprias nesta nova obra, tão esperada pelos amantes de vampiros do mundo todo.
Príncipe Lestat, os Reinos de Atlântida (2016)
O indomável anti-herói Lestat de Lioncourt está de volta neste novo e aguardado capítulo de As Crônicas Vampirescas, engajado em uma busca urgente e fundamental para entender as origens dos mortos-vivos e os significados mais profundos da existência, tanto para mortais como para imortais.
Príncipe dos vampiros, Lestat agora se encontra em luta com uma forma estranha, antiquíssima e sobrenatural, que de algum modo tomou posse de seu corpo e espírito imortais; e é através desse conflito perigoso e profundo que acabamos conhecendo a história fascinante de uma grande potência marítima de outrora: um misterioso paraíso na Terra situado em um vasto continente no oceano Atlântico.
À medida que aprendemos mais sobre os admiráveis e extensos poderes e perfeições do império perdido de Atalantaya, os reinos perdidos de Atlântida, passamos a entender por que o vampiro Lestat, como na realidade todos os vampiros, precisa enfrentar, depois de tantos milênios, a força aterrorizante desse espírito atemporal e todo-poderoso de Atalantaya.
Sempre com o lirismo inconfundível e uma narrativa rica em detalhes, Anne Rice, criadora de tramas metafísicas, prova que ainda tem muito fôlego e aprofunda sua mitologia vampiresca ao reunir os mundos antiquíssimos e seres de As Crônicas Vampirescas, abrindo para nós um novo universo de personagens, histórias, contos e lendas.
Comunhão do Sangue: Uma História do Príncipe Lestat (2018)
O último livro da série As Crônicas Vampirescas segue a história de Lestat e de como ele se tornou o Rei dos Vampiros.
Neste terceiro volume das histórias de Lestat, o Príncipe dos Vampiros, de forma íntima e direta, ele dirige-se à tribo dos vampiros para contar-lhes sobre sua origem – todo o seu caminho do começo ao fim –, sobre como foi criada a Comunhão do Sangue e como ele, se transformou no que ele é agora.
Na história, Lestat trava uma batalha sangrenta contra o misterioso demônio Rhoshamandes, que ameaça destruir todo o mundo vampiro.
De forma cativante, Lestat leva-nos das torres e ameias do castelo de seus antepassados nas montanhas nevadas da França até o interior da viçosa Louisiana, com suas fragrâncias marcantes de magnólias e jasmins-da-noite; dos locais mais remotos em ilhas intocadas no Pacífico até a cidade de São Petersburgo no século XVIII e a corte da Imperatriz Catarina.
Instigante e sedutor, Comunhão do Sangue é um romance surpreendente sobre o poder da ambição, assim como uma reflexão sobre a luta daqueles que tentam defender seu lugar no mundo.
E você, é fã de Anne Rice? Conte nos comentários qual sua obra favorita da saudosa autora “mãe dos vampiros” e de As Crônicas Vampirescas!
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