CRÍTICA – Born of Bread (2023, Dear Villagers)

    Born of Bread é tudo que games de RPG 2.5D deveriam ser. Não apenas por seu visual charmoso, mas também por suas mecânicas curiosas, o game não pega na sua mão antes de te lançar em sua história, te deixa se virar ante todas as dificuldades que o Pãozinho, ou melhor, Loaf enfrentará por sua jornada. Nascido em um acidente à la Meninas Super Poderosas, Loaf é criado a partir de uma receita desastrosa criada por seu pai, o padeiro da cidade.

    Inspirado fortemente em Paper Mario, Chicory: A Colorful Tale, e muitos outros, no game desenvolvido pelo estúdio franco canadense WildArts e publicado pela Dear Villagers, acompanhamos uma história de personagens que procuram seu lugar no mundo e o encontram, aos trancos e barrancos de uma aventura cujas dificuldades parecem nunca ter fim.

    Ao longo de sequências de ação e missões secundárias cativantes, mergulhamos por um mundo prestes a ser lançado em um profundo caos, causado por antigas criaturas que querem tomar seu lugar de volta.

    SINOPSE

    Há seres de outra era causando o caos no mundo! E tais atos representam uma enorme ameaça a todos. O herói improvável, um golem nascido do pão, vê-se juntamente com os seus novos amigos no miolo de um drama que remonta a milhares de anos atrás. Juntos irão conhecer personagens fascinantes e visitar locais incríveis. Nunca se julga um livro pela capa: Loaf pãode bem ser o herói de que este mundo tanto precisa. A jornada de um pão com vida. Mete as mãos na massa e joga com um golem de farinha que possui uma inabalável energia digna da mais irrequieta das crianças, assim como um conjunto de habilidades peculiares, neste jogo de aventura 2.5!

    Explore as várias regiões de um mundo incrível repleto de mistérios e se reúna a uma vasta opção de personagens fantásticos. Enfrente vilões ameaçadores e bizarros com a ajuda dos seus amigos, e diverta-se com o peculiar sistema de combate por turnos. Um sistema de batalhas caseiro. Born of Bread revoluciona os combates por turnos com um novo sistema de interação que vai colocar os teus reflexos à prova. O sistema de interação inclui ainda outro sistema de vulnerabilidades e resistências com o qual terá de aprender a jogar.

    ANÁLISE

    Born of Bread

    Enquanto buscam os pedaços da Sunstone, Jester e seu grupo, planejam restaurar seu antigo lar à toda sua glória. Mas não sem antes causar o maior caos possível pelo reino, causando conflitos entre povos e atrapalhando a anteriormente tranquila jornada do Pão. Aos apaixonados pela franquia Paper Mario, ser lançado neste novo mundo 2.5D é brilhante. Não apenas pelas animações de combate, mas por como as histórias do muitos reinos presentes no game se desenrolam.

    Por meio de uma aventura concisa, mas em que detalhes não são revelados de maneira alguma, seja de instruções de gameplay, o game parece ter a intenção de ser mais intuitivo do que realmente é. Deixando de fora do tutorial detalhes importantes para progressão, como a distribuição dos pontos de habilidade – que podem ser trocados por almas do game – e também um compendio que exiba algo além dos inimigos que enfrentamos.

    Ainda que seja por vezes desafiador, os elementos de RPG como itens personalizáveis e equipáveis, tornam nossa progressão mais tranquila – se acompanhada de um pouco de grinding.

    Born of Bread

    Além da progressão de níveis e um aumento de ataque e defesa, significativos, algo que podemos escolher é o aumento de magia, força de vontade e pontos de vida. Mas não apenas isso, um elemento que me deixa encucado é o fato de além dessas escolhas, temos a opção de aumentar o tamanho da bolsa de Loaf, seja para itens consumíveis, ou itens equipáveis. O que torna tudo mais interessante. Mas um incômodo veio dessas melhorias, pois por mais que melhoremos a bolsa de itens consumíveis algumas vezes, 5 itens por vezes era tudo que eu conseguia carregar.

    PROGRESSO, EQUILÍBRIO E VISUAL

    O progresso da história se dá de maneira bem intuitiva, diferente dos elementos de progressão dos nossos personagens. Sendo necessário apenas consultar o menu de missões para prosseguir e consultar o mapa que ganhamos logo no início da história, o game nos engendra por alguns conflitos antigos, e outros, não tão antigos assim.

    Enquanto faz referência à The Office, Romeu e Julieta, e algumas outras, nosso protagonista silencioso nos diverte e nos lança por caminhos que são propiciados apenas pela obtenção de diferentes personagens que se juntam à nossa party. Com diferentes habilidades, Lint, Yagi, Chloe e Dub mudam para sempre a jornada de Loaf.

    O equilíbrio do game se dá por meio dos diversos arquétipos assumidos por nossos personagens. Tanto pelo sistema de poderes elementais como pelo temperamento dos nossos personagens, o game conta com um processo colecionista. Enquanto brinca com elementos de coleção de cards, que podem ser obtidos realizando missões secundárias.

    A experiência de jogar Born of Bread no Nintendo Switch garantiu a esse que vos escreve a oportunidade de jogar o game de maneira portátil, me proporcionando uma maior imersão no game, não apenas nos momentos em que joguei o game como em um console de mesa. Mas em todas as oportunidades que tive, joguei.

    O visual de Born of Bread se destaca por sua charmosa ilustração. Com uma jogabilidade em grande parte sidescroller, o game nos lança por uma sequência curiosa de acontecimentos e nos coloca sempre diante do desenrolar. Como se a câmera estivesse sempre em um primeiro plano.

    VEREDITO

    Nos mantendo sempre a frente dos acontecimentos, seja no controle de Loaf ou de Jester, entendemos os dois lados da história e vemos claramente quanto dos acontecimentos da história é movida pela índole dos pais de nossos personagens. Ao longo de cerca de 12-13 horas, Born of Bread diverte, cativa e emociona. Tudo isso sem deixar de nos desafiar o tempo todo.

    Seja optando por as melhores habilidades de combate, ou os melhores itens equipáveis, Born of Bread não deixa a desejar nos elementos que dizem respeito ao RPG. Brilhando em quase tudo que se propõe, o game nos lança por uma diversão honesta, mas que pode não cativar a todos.

    Nossa nota

    5,0 / 5,0

    Confira o trailer do game:

    Born of Bread foi lançado para o Nintendo Switch, PlayStation 5, Xbox Series X/S e PC em 5 de dezembro.

    Acompanhe as lives do Feededigno na Twitch

    Estamos na Twitch transmitindo gameplays semanais de jogos para os principais consoles e PC. Por lá, você confere conteúdos sobre lançamentos, jogos populares e games clássicos todas as semanas.

    Curte os conteúdos e lives do Feededigno? Então considere ser um sub na nossa Twitch sem pagar nada por isso. Clique aqui e saiba como.

    Artigos relacionados

    EU CURTO JOGO VÉIO #12 | ‘Street Fighter’ de 1987 é uma diversão que merece ser lembrada

    Street Fighter é uma das franquias de luta mais rentável. E mesmo sendo sucesso até hoje, sua origem modesta o fez brilhar.

    EU CURTO JOGO VÉIO #11 | ‘The Legend of Zelda: Ocarina of Time’ é brilhante clássico atemporal

    The Legend of Zelda: Ocarina of Time é um game de aventura atemporal que merece ser revisitado, independente de quanto tempo passe.

    CRÍTICA: ‘Endless Ocean Luminous’ é um lindo, porém frustrante game de exploração marítima

    Endless Ocean Luminous é o game Nintendo em parceria com a Arika. O game nos coloca no controle de um mergulhador não tão experiente.

    CRÍTICA: ‘Children of the Sun’ é tps com puzzle eletrizante e desafiador

    Children of the Sun é um dos mais curiosos games de tps e puzzle já lançados. Instigante e desafiador do início ao fim, controlamos a Garota.