Brasil Game Show 2019: Cobertura do quarto dia

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Brasil Game Show 2019: Cobertura do quarto dia

E no quarto dia de Brasil Game Show, aproveitando a superlotação em todos os estandes da feira, aproveitei para cobrir os lugares mais tranquilinhos. Vocês que sempre vão em feiras já sabem disso, mas para os que não têm experiência com BGS, Comic-Con e outros grandes eventos geek… ouçam meu conselho real: Conversem com seus patrões e tentem pegar folga de quinta e sexta-feira. Não deixem pra ir só num sábado, porque é impossível aproveitar tudo que tem na feira em oito horas num mar de gente. Em três filas para jogar já deu 21h e encerra-se o evento.

Enfim, vou enaltecer com todos os júbilos do mundo essas equipes que aguentaram 48h de trabalho intenso na BGS Jam, conseguindo fazer um jogo inteiro com áudio, mecânica, roteiro, imagens e animações utilizando a mão de obra de apenas três integrantes em cada grupo. Não foi fácil votar em uma das nove equipes (infelizmente a décima estava passando mal e não ficou no evento para apresentar seu projeto), mas foi extremamente divertido jogar e conversar com os participantes. Em anos de faculdade eu só fiz besteira nos meus projetos, e eles em 48h conseguiram apresentar um jogo completo sem bugs nem nada! Eu me assusto com essa geração.

O pessoal da Disgusted Duck, alunos no segundo semestre de Jogos Digitais, fizeram Out of The Cage, jogo sobre a cabeça de uma pessoa em depressão, que precisa buscar 5 memórias boas antes que sua sanidade chegue ao fim. Perdi, claro.

Já o Suas Emoções, da equipe Big Three Games, “linka” emoções como alegria, felicidade, raiva… com emotes e aplicativos. É um jogo mobile – a primeiro momento mostrado no PC – que diz que quando você foca em seus problemas separadamente, é mais fácil resolve-los.

Brasil Game Show 2019: Cobertura do quarto dia

RB-304, da Runaway with Jam, trata de um robô quebrado que explora o mapa para encontrar suas peças e, junto com elas, suas recordações.

A Calma, de Duas Batatas e Uma Couve-Flor, são três cômodos desarrumados, que você concerta para acalmar o coração da pessoa.

Eu Não Sei o que Eram mas Pareciam Batatas, da Really Long Birds, me surpreendeu por ser um multiplayer de 3 pessoas, algo difícil de implementar com o tempo que eles tinham, e o jogo são 2 astronautas que precisam recolher lasers pelo mapa e um monstro parecido com uma batata tenta capturá-los.

Fetchinator, da Cyan Aurora, é um 3D em cubos com o objetivo de buscar objetos que a casa pede, como lampadas para o abajur, queijo para o rato… tudo no tempo estipulado.

Brasil Game Show 2019: Cobertura do quarto dia

The Valiant Warrior, da Blackhole Studio, trabalha com a animação 2D de um arqueiro protegendo seu rei, revelando inimigos no mapa e atacando-os, tudo com apenas os cliques do mouse.

Excalibur, da Parrot King, e um jogo mobile de labirinto para coletar objetos e montar suas armas em uma caverna.

E por fim, Super Market Battle, que eu também perdi, da Beep Boop Games, é uma batalha PvP em um supermercado, onde deve-se ter o maior número de itens possível, seja pegando nas prateleiras ou roubando o carrinho dos outros.

Todos os jogos tinham detalhes incríveis, cuidado com o acabamento, e eu recomendo muitíssimo a visita ao BGS Jam nesse domingo antes de anunciarem o vencedor às 18h. Incentivar esses estudantes e pesquisadores agora é incentivar todo o mercado gamer, pois são futuros profissionais que estão fazendo seu trabalho com o maior carinho e depositando muitos sonhos neles. Eu até perdi a hora lá, é emocionante e divertido ficar com esse pessoal.

E na minha saga de incentivo ao mercado independente, claro que pulei da BGS Jam para a Avenida Indie, que está com muita coisa interessante. Observei todos os jogos, e tem para todos os gostos. Infantil, terror, aventura, puzzle, corrida… E todos de uma qualidade surpreendente.

Tinha estande da Whisper Of The Gate que eu bati o olho e podia jurar de pé junto que era uma sequência de The Elder Scrolls, pelo gráfico, pela paisagem. E isso só prova que não precisamos correr para empresas gigantes para termos jogos de qualidades. Muitos desenvolvedores independentes fazem jogos incríveis, e deixamos passar por preconceito de não ser algo refinado e etc. Sou suspeito para falar, né? Adoro arte independente.

A Avenida Indie da Brasil Game Show em si não apresentou nada de grande novidade, nenhum game de mecânica inovadora ou algo assim, mas que eram inegavelmente bem feitos, isso eram. Encontrei o pessoal de Eternal Hope, já conhecido e bem recebido game brasileiro, e do Psikodelya, forte candidato a prêmios por seu design que se resume a dez fases, mostrando efeitos de drogas pela perspectiva do usuário. Mais barato do que pagar R$ 150,00 toda sexta-feira, né, pessoal? Brincadeira, não usem drogas.

The Path of Calydra também exalta o Brasil no mercado, deixando o jogo dublado em português, mesmo, e disponibilizando legendas em várias línguas. Além de apresentar uma modelagem e texturização incríveis.

Bom, minha análise geral é: o Brasil está em constante crescimento, e está dando um baile em muitos jogos internacionais. Os produtores independentes estão realmente empenhados e tomando gosto pelo desenvolvimento de jogos, então consumir essa arte é realmente importante, além de prazeroso demais. São jogos novos, histórias inesperadas, e o contato com os desenvolvimentos é mais fácil por ainda não serem grandes empresas, então gera um debate gostoso.

Fiquem por aí para um último dia de Brasil Game Show, domingão! E esse domingo promete novidades pro nosso público.

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